Capítulo 29

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"O lugar era muito claro e bem florido. Meus pais surgem diante de mim e começamos a brincar. Primeiro, brincamos em um balanço preso em galhos de árvores. Nossas risadas ecoam por todo o jardim. Depois, começamos a brincar de pique-esconde. Vejo uma grande árvore e penso que é um lugar bom para me esconder. Porém, ao passar para o outro lado, o que antes era florido e belo, se tornou uma estrada muito movimentada. Eu a estava observando de longe quando, vejo um carro, o carro dos meus pais capotar três vezes na pista. O acidente. Grito desesperadamente por eles, as lágrimas escorrendo rapidamente pelo meu rosto."

(...)

Felipe

Estava sentado em uma cadeira no quarto do hospital. Levanto-me e me aproximo da cama onde está Claire, ainda dormindo. Ela não está mais sedada, porém ainda está muito fraca e não consegue passar muito tempo lúcida. Seguro sua mão e noto que ela está tremendo, mas não está com febre. Penso em sair para chamar o médico, mas Claire começa a mexer sua cabeça de um lado ao outro e murmurar algumas coisas.

—... não, mãe, pai, não me deixem... o acidente...não me deixem...não... –Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Era um pesadelo. Toco seu rosto suavemente e começo a falar com ela.

— Clair, acorde. – Enxugo as lágrimas que deslizavam por sua bochecha. —Meu amor, é só um pesadelo. –Neste momento, ela levanta abruptamente, sentando na cama. Com o corpo tomado por medo. Ela percorre os olhos por todo o quarto, até que me encontra e envolve os braços em torno da minha cintura. Sento-me ao seu lado na cama e retribuo seu abraço. —Fique calma!

—Felipe... – Seu olhar busca o meu. —Meus pais, eu estava sonhando com o acidente. Foi terrível, eu não queria ter lembrado. - Afago seus cabelos com as mãos, tentando tranquilizá-la. Após alguns minutos, seu choro já havia cessado e suas mãos já não estavam trêmulas. A encosto delicadamente no apoio da cama e observo seu rosto. Claire estava um pouco pálida e segundo os médicos, havia perdido pouco peso durante esses três dias de internação. —Como se sente?

—Bem melhor. - Ela sorri. — Meus pulmões já não doem quando inspiro o ar com força, não estou mais tendo crises de tosse e a febre cessou.

— Não sabe como estou feliz por você estar bem. —Ela estende o braço e, pega minha mão que repousava ao seu lado. —Nunca mais vou deixar você tomar banho de chuva! - Um risada alta lhe escapa e, sinto meu coração se aquecer.

—Só quero ir para casa! - Meu polegar faz movimentos circulares no dorso de sua mão. — Está aqui à quanto tempo? - Ela pergunta após alguns minutos de silêncio. Seu olhar fixo em meu rosto.

—Três dias. - Vejo-a ficar espantada. —Fique calma, estou me alimentando e dormindo direito. - Menti. Ela sorri.

—Conheço você. Jamais acreditaria nisso! - Reviro os olhos e aperto de leve sua bochecha.

—Você é muito esperta! - Ela dá de ombros.

—Eu sei! - Começamos a rir. —Mas, falando sério, vá para casa, tome um banho, coma e descanse. Só volte aqui amanhã.

—Fala sério? - Ela assente firmemente. — Mas eu não quero ir!

—Felipe Lewis. -Ela me lança um de seus olhares persuasivos. Que droga!

—Alguém já te disse que você é muito mandona? - Ela puxa meu rosto na sua direção.

—E alguém já te disse que você é muito teimoso? - Reviramos os olhos no mesmo instante e rimos. —Amo você!

—Eu te amo! - A beijo de leve, segurando a ponta de seu queixo. Depois de alguns minutos, me despeço e vou para casa.

(...)

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