Capítulo I

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*** ATENÇÃO: Este capítulo pode afetar a sensibilidade de certos leitores. Caso seja o caso e deseje um resumo para poder continuar com a leitura dos próximos capítulos, avise-me para que o possa fornecer. Obrigada e continuação de uma boa leitura! ***

Quando acordei estava tudo escuro. Uma aragem fria passava por mim arrepiando-me toda. Sentia o medo a cavar um buraco dentro de mim e causando-me borboletas na barriga, as mais fortes que eu alguma vez já havia tido.

Estava em pé, descalça, com uma t-shirt branca e uns calções azuis de pijama. Devido ao meio onde me encontrava; o frio, o buraco, tudo; sentia-me sufocar. Embora a aragem estivesse a aumentar cada vez mais, o frio também, impedindo que o ar entrasse tão facilmente para os meus pulmões.

Mantive-me assim durante o que me pareceram horas. A única coisa que se ouvia era o barulho do vento gélido, antes aragem, a passar por mim.

De repente, começa-se a fazer notar uma luz branca no horizonte, mesmo à minha frente. Comecei automaticamente a andar em direção a ela com a esperança de encontrar uma fonte de calor. Quanto mais eu andava, mais a luz parecia distanciar-se.

Quando finalmente me começo a aproximar, começa-se a fazer notar um vulto humano, estatura média igual à minha, e assemelhava-se a uma rapariga. Agora que já estava suficientemente perto para a observar, paro. Tal como eu, estava descalça. Era ruiva, tinha sardas, estava a usar uma camisa de noite branca e tinha a pele tão branca que parecia de porcelana. Talvez estivesse com tanto frio como eu tinha.

Tentei falar com ela, mas ela não me parecia ouvir. Experimentei gritar, mas continuava na mesma. Quando finalmente desisti de lhe chamar a atenção, ela reagiu, mas não da melhor maneira. Respirou fundo, bem fundo pelo que me pareceu, e então gritou.

Nunca tinha visto nada como aquilo. Um grito tão alto que se ouviria à distância. Tão poderoso que o senti passar por mim, ondas tão fortes que faziam o meu corpo vibrar. Sentia os meus tímpanos a rebentarem e um líquido quente a sair-me das orelhas. Sangue. Comecei a gritar de dor e a entrar em pânico visto que o grito nunca mais acabava e só se parecia intensificar cada vez mais.

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