2. relax, darling

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quem sabe a morte, angústia de quem vive
quem sabe a solidão, fim de quem ama
vinícius de moraes - soneto de fidelidade

Abro os olhos lentamente e os passo por cada canto do lugar que eu estou. Definitivamente não é a minha casa.

Levanto meu tronco, assim ficando sentada na cama macia em que eu estava deitada, o que foi uma péssima idéia já que minha cabeça começou a latejar demais.

Lembro de tudo o que aconteceu antes de apagar e lágrimas automaticamente tomam conta do meu rosto. Eu só queria que tudo fosse um sonho, que eu pudesse voltar a dormir e acordar com o meu pai me gritando para tomarmos o café da manhã.

Examino o grande ambiente com mais calma e percebo que é bem luxuoso. A decoração é basicamente branca, preta e marrom. Uma cama king size, uma TV, uma janela que parece uma porta, com uma cortina a tampando. Algumas cômodas estão espalhadas pelo espaço. Ah, e também um lustre.

Vejo três portas, longe umas das outras. Me levanto com calma, limpando o vestígio de lágrimas, vejo que é um closet, porém ele está vazio. Abro a segunda porta e me deparo com um banheiro no mesmo nível do quarto. Tem uma banheira aqui. Depois de o admirar mais um pouco eu abro a terceira porta, vejo que ela dá para um corredor.

Reflito se deveria descer, aquele cara me apagou. Mas também quero saber com mais detalhes sobre o genial plano dele de me manter aqui.

Verifico minhas roupas e consto que ainda estou com o pijama da noite passada. Uma blusa rosa claro que vinha até os meus cotovelos, com a frase "not a morning person", e uma calça de moletom branca. Sem dar importância para o meu visual, saio de dentro do quarto.

Eu pareço estar bem grogue, tudo a minha volta parece estar em câmera lenta. Paro de andar no corredor e respiro fundo algumas vezes, na tentativa de voltar à normalidade. A realidade ainda não chegou da forma que deveria chegar, e eu estava estranhando isso.

Eu sinto um vazio enorme, mas não consigo expressar. Minhas lágrimas descem descontroladamente pelo meu rosto mas não consigo fazer nada mais além disso.

Decido continuar a andar, vejo uma escada e começo a descê-la. Escuto sons altos vindo de um cômodo e o sigo, encontrando uma copa com cinco pessoas nela.

No mesmo instante em que entro as risadas e o barulho somem. Aperto meus lábios em uma linha tênue, com vergonha por ter chego tão de repente.

Reconheço os homens chamados de Justin, Chaz, Chris e Ryan. Além deles possui uma mulher que aparenta ter 36 anos, por aí. Ela usa um uniforme, parece ser a cozinheira, já que está colocando a mesa. Ela me encara com um misto de confusão e preocupação - que eu acho que seja pelo meu estado - logo desviando seu olhar para o homem com olhos caramelados.

- Chegou em uma boa hora, senta aí. - Justin, o qual na hora percebi que não sabia o sobrenome, disse.

Hesitei um pouco mas decido obedecê-lo, não quero arrumar problemas. Justin está sentado na ponta, Chaz a frente de Ryan e tem uma cadeira vazia em frente à Chris. Me sento nela e fico do lado de Ryan.

- Bom dia menina. - Diz a moça com o uniforme, com um sorriso. Ela é bonita e tem uma aparência amigável. - Meu nome é Eva.

- Bom dia, o meu é Ariel. - Falo com uma voz baixa, percebendo que estou um pouco rouca. Estico minha mão em forma de comprimento e ela a aperta. Depois pega um pote em cima da mesa e sai da copa.

Volto a observar os meninos e percebo que todos me encaram como se tentassem me decifrar, abaixo meus olhos um pouco receosa. Quando a Eva estava aqui eu não estava tão desconfortável.

revival ✧ shawn mendesOnde histórias criam vida. Descubra agora