Coxas

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Pamela era uma menina gorda, alta e branca, ela tinha cabelos pretos, porém como não gostava dela mesma, não gostava do seu cabelo ou do seu corpo. Ela era desajeitada de um jeito que ninguém conseguia ser e sofria com isso. Além disso Pamela tinha coxas muito grande e bunda grande, à gordura era localizada ali, naquela região, ela não sabia o que fazer para parar de sofrer com o  preconceito que ela mesma tinha consigo mesma em frente ao espelho: " quem quer uma gorda por perto? Você é enorme de gorda Pamela".

Pamela sabe que este preconceito não era de todo solucionovel estava preso na cabeça da menina. E assim ela não podia fazer nada para se aceitar. Era o que parecia porém ela entrou num mantra sem fim entrava todo dia no banho se olhava no espelho que colocara ali e tinha que ao menos tentar sorrir para ela mesma.

Como Pamela tinha dificuldade de se olhar no espelho levou uma semana para sair o olho do pé  para as batatas da perna, levou quase duas semanas para que ela saísse daquilo para as coxas onde ela num acesso de fúria no primeiro dia se arranhou toda. Ela odiava seu corpo, odiava esta gordura que não devia existir.  

Pamela começou a fazer dieta, começou a tomar remédio e tentar de tudo para emagrecer, mas nada afetava sua gordura localizada naquela região. Ela tentou de todo jeito  e não conseguiu, então chorava olhando as coxas. Pamela cada vez mais se odiava cada vez mais, tudo isso por um ou dois comentário infeliz que lhe era feito por dia. Pamela entrou na academia, não conseguia emagrecer, continuava com remédios e mais remédios.

Porém isso não bastava para que esta  pudesse se sentir melhor, ela fazia exercício ate quase cair desmaiada de tão  exausta que estava , ela começou a perder peso saiu dos 120 quilos foi baixando o  peso aos poucos e se esgotando mais e mais ate o dia que ela viu que a barriga começara a encolher e nada das coxas, que a perna começou a ficar dura e nada da bunda diminuir de tamanho, olhou para os braços e viu que os músculos doíam. Porém os peitos não tinham diminuído nenhum centímetro.

Ela continuava se punindo no banho de frente ao espelho suas pernas todas machucadas dos arranhões e beliscões incessantes que ela mesma se infligia.

Ninguém podia elogiar ela e sua perda de peso que logo ela solta um: "Odeio mentiras, não minta para mim". Por que para ela toda a perda de peso era inútil se ela não perdesse as coxas, a bunda e o peito, que foram motivo de gozação por parte dos amigos, dos colegas e ate da família dela todos aqueles anos de vida da Pamela. Pamela se sentia muito mal. Mal consigo e com o mundo, mal com o seu próprio corpo. Ela se odiava por ser quem era. Nada mais, nada menos que para ela uma gorda inútil que nunca alcançaria suas metas.

Este pensamento tinha sido empreguinado nela como tudo que ela aprendeu na vida.  "se for gorda não vai casar", "se for gorda demais nem engravidar vai pode", "toma este remedinho ele vai fazer você parar de querer comer tanto", "você devia passar fome para ver se emagrece menina", "Filha para de comer que senão vai descer para sua coxa e você vai explodir porque não cabe mais nada nesta coxa, guria".

Como não se odiar ouvindo comentários? Como não duvidar de você mesmo sendo que não importa o que você faça nunca será magra e bonita para ninguém. Pamela foi murchando, indo na academia todos os dias e não perdendo peso, tomando remédio para emagrecer tarja preta, usando muitas roupas, principalmente moletons, para parecer que não era gorda e passar calor quando saía de casa no verão para quem sabe assim emagrecer mais.

Ela não desistiu da ideia, desde os doze anos Pamela passou por diversas dietas, academias, atividades físicas e não saia dos 90 quilos nunca as vezes aumentava, porém nunca diminuía. Aos 21 anos, ela enfim resolveu parar de lutar contra ela mesma, agora conseguia olhar para seu corpo e se sentir ela mesma. Ela parou com os remédios aos 18 meio que do nada e isso fez ela reparar quem ela realmente era, não a louca dos remédios e dos exercícios.

Pamela era gorda sim, porém não era só uma gorda que quer emagrecer mais, até porque ela não queria mais emagrecer. Ela boa aguentava mais de odiar depois de tentar sumir da vida que ela tinha info estudar em outra cidade. Pamela realmente entendeu que ela era inteligente, divertida e esperta, além de gorda. Ela começou a gostar dela mesmo, da sua barriga e dos peitos, mesmo ainda odiando as coxas as vezes. Ela aprendeu como conservar as roupas naquela região para não ter que usar só moletom.

Pamela continua gorda, porém aos poucos está aprendendo a se aceitar.  Alguns dias são melhores que outros, ela ainda se olha com raiva para o espelho e ir na casa de familiares ainda é um pesadelo, ela ainda chora com os comentários infelizes.




Mais Uma Gorda QualquerOnde histórias criam vida. Descubra agora