Por que você está aqui?

829 77 17
                                    


Pov Dominique

Do.

Mi.

Ni.

Que.

Dominique.

Repeti mentalmente, me habituando com a forma como Kat tinha me chamado. Ela tinha me chamado de Dominique, e embora aquele fosse meu nome, desde que eu tinha abstraído Laura, que era meu primeiro nome, eu não pude esconder a preocupação.

Katherine nunca me chamava daquele forma. Nunca. E era tão estranho vê-la usando daquela seriedade para se referir a mim, que eu não pude simplesmente deixar passar.

— Você me chamou de Dominique — repeti, franzindo o cenho. — Isso quer dizer que preciso me preocupar com essa conversa? — indaguei, me esforçando ao máximo para que as palavras não embolassem ao serem pronunciadas. O que acabou tragicamente acontecendo.

— Dom, você sabe que bebida não é seu forte. — disse Kat, ignorando totalmente minhas palavras, e se mostrando preocupada com meu estado.

Sim, eu sabia que eu e a bebida não éramos best friends, e aquilo estava bem nítido, mas eu também sabia que não precisava de sermões naquela hora, não de Katherine.

Eu imaginava que se eu ignorasse a presença dela, tudo seria mais fácil, mas como eu poderia ignorar a causa direta por meu estado deplorável, que era ela.

Sabendo que minha força de vontade tinha perdido a batalha, antes mesmo dela começar, eu pousei minhas mãos no peito de Kat, tentando ganhar forças, e distância para me afastar.

Aquele foi meu primeiro erro. Erro porque Katherine não deixou de segurar minha cintura e eu não fiz muita questão que ela se afastasse como era meu plano inicial, um que tava fadado ao fracasso antes mesmo de ser colocado em prática.

Como se não fosse suficiente ignorei meus sinais de desespero, e baixei meus olhos, passando a observá-la em seu jeans claro, e sua regata em tom verde escuro encoberta em partes por um suéter em malha claro.

Insisti em um gesto para me afastar e quando me dei conta a olhava, de novo, o rosto sereno  com uma seriedade que não me assustava, era como se olhos dela me encarrando tivessem um milhão de coisas para perguntar, mas nada pediram e ela vendo que eu não tinha forças para sequer me mover, levou uma das mãos ao meu rosto.

Senti os dedos frios contornarem meu queixo, em um toque breve, e quando o toque cessou, e os dedos baixaram, a encarei por um par de segundos. Aquele foi meu segundo erro. Erro porque mesmo eu sabendo que poderia ficar muito tempo admirando-a, via meus olhos baixarem curiosos para os lábios finos dela. Ela usava um batom vermelho rubi que me atraía como um animal idenfeso era atraído para uma armadilha.

Céus, como eu tinha muita vontade de beijá-la. 

O quanto eu pioraria as coisas se o fizesse?

Perdida em minha ânsia, interrompi o olhar e fiz o que era mais aceitável e que supriria momentaneamente aquela necessidade de contato de Katherine, abracei-a.

Se aquilo foi uma boa ideia? 

Ainda tenho sérios problemas para responder essa pergunta.

No momento foi mais aceitável que a primeira opção, o que já era alguma coisa.

Eu precisava me apoiar em algo, assim como precisava daquela certeza de que não estava tendo algum tipo de alucinação, provocada por minha vontade por tê-la perto.

I Love HerOnde histórias criam vida. Descubra agora