Cidade grande, ruas movimentadas e lá está Amanda Telles vivendo o seu "conto de fadas" com seu primeiro amor, amigas que são como irmãs.
Vivendo em sua bolha de felicidade.
O que ela não esperava era que essa bolha fosse estourar tão cedo e que a...
Enquanto tento acalmar minha respiração percebo que ela está se levantando e logo me levanto também.
Ela tem um pouco de dificuldade para ficar de pé.
Meu sorriso é inevitável porque sei que eu sou o causador disso...
O rosto de Amanda está indecifrável.
Ela começa a se vestir e eu coloco apenas minha cueca. Amanda se vira para sair, mas eu a impeço segurando em seu cotovelo com delicadeza.
- Já vai porquê? Não gostou não? - Digo me aproximando de seu ouvido e constatando que ela se arrepiou totalmente.
Ela olha em direção ao meu amiguinho lá em baixo, em seguida olha nos meus olhos balança a cabeça de forma positiva. Mas pelo que percebi, ela não quer dar o braço a torcer e responder em voz alta o quanto gostou.
Marrentinha como sempre...
Mamma Mia!
De repente ela puxa seu braço e sai do meu escritório rebolando aquela bunda maravilhosa para me provocar.
Meu amiguinho já está querendo dar sinal de vida novamente... Essa mulher quer me deixar maluco!
Porca miseria!
Uma hora tenho vontade de estrangular ela e em outra tenho vontade de foder até seu juízo...
Mas tenho que me manter controlado!!!
Enquanto termino de vestir minhas roupas, vou lembrando do que aconteceu agora à pouco e meu corpo já sente falta do seu calor e de seu toque.
Não! Não!
Não posso ficar pensando nela!
Saio de meu escritório, e vejo Fellipe no balcão da recepção, como ele tem a chave entra e sai quando quer e sem avisar.
- Finalmente saiu de lá de dentro. - Seu tom é insinuoso.
-Eu estava organizando as matrículas dos novos alunos da academia no computador - Desconverso.
-Sei. E a Amanda estava te ajudando? - Diz e olha para mim com um sorriso idiota. - Até parece que eu não sei o que vocês estavam fazendo lá dentro. -
-Nada de mais - Olho para baixo colocando as mãos no bolso de meu short.
-Esse nada de mais de vocês estava bem barulhento em!- Não aguento e começo a rir sem graça- Aaah! Aaahh! Aaah! Aaah! - Ele diz tentando imitar gemidos e eu fico com dor de barriga de tanto rir. -Toma cuidado. Amanda deve ser uma dessas garotas-problema que só dão dor de cabeça - Ele diz como se eu não soubesse me cuidar.
-Eu sou bem grandinho sei me cuidar muito bem. E você sabe mais que todos que eu não me envolvo com ninguém-
-Só estou fazendo meu papel de amigo barra irmão-
-Eu sei mano! Eu sei! Mas não se preocupe-
Fechamos a academia e cada um pegou seu carro e seguiu seu caminho.
Uma música começa a tocar no carro, intitulada como ''Água com açucar'', e os pensamentos mais diversos começam a surgir...
Penso no que fiz com Amanda e no que Fellipe me disse.
''TOMAR CUIDADO COM ELA''
Mas deve ser ao contrário. Ela que deve tomar cuidado comigo.
Não posso sentir nada em relação a Amanda. Eu não posso fazer simplesmente como a música diz, minha vida é muito mais complicada que isso...
Não posso me permitir.
Eu iria acabar machucando-a.
Não quero destruir a vida de mais uma pessoa, mais uma família...
Ela não merece isso.
Não me perdoei da primeira vez, agora não seria diferente.
E isso que estou sentindo por ela? Vou sufocar aqui dentro de mim até morrer.
Nem que para isso eu tenha que machucar o coração dela e automaticamente o meu. Prefiro nos machucar enquanto há tempo do que ter que conviver com a ideia de que a qualquer momento eu posso destruir mais vidas.
Isso é o que minha cabeça diz e eu tento de todas as formas acatar.
Mas meu coração...
Meu maldito coração diz tudo ao contrário, e nem com água com açucar consegue se acalmar nesse momento...