Vai Se Foder, Dayane

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Point of view Dayane

Estava sentada no jardim da minha casa. De longe podia ver Miguel jogar bola no campinho de futebol, já estava ficando um pouco tarde e Carol não havia chegado, o que me deixava um tanto quanto preocupada. Decidi cuidar de algumas plantinhas que tínhamos no jardim enquanto a esperava, mas nem isso me ajudava a distrair. Não gostava da ideia dela ter saído com o tal Dreicon e eu juro que não era por ciúmes. Quer dizer... talvez fosse um pouquinho.

O vento fazia com que algumas mechas de cabelo incomodassem meus olhos e me amaldiçoei trezentas vezes quando usei as mãos sujas de terra para tirá-las do rosto. Às vezes eu me perdia em meus pensamentos e acabava me esquecendo do que estava fazendo anteriormente.

— Oi, menininha! O que temos aqui? — perguntei ao olhar para o vasinho de plantinha em minhas mãos. — Você precisa de um pouquinho mais de terra. — minha mãe vivia dizendo que conversar com os animais e com as plantas faz bem para o desenvolvimento e crescimento deles, não sei se isso é verdade, mas não me importava em fazer.
O barulho do carro estacionando chamou minha atenção, Carol havia chegado e por não ter saído com o seu carro sabia que ou ela havia pedido um uber ou pegado carona com o amigo. Minhas dúvidas foram sanadas quando os vi entrar e para o meu desgosto ele a abraçava de lado enquanto caminhavam. Rapidamente me levantei e deixei com que me vissem.

— Oi, amor. Chegamos. — ela se apressou em dizer. — Drei me deu uma carona.

— É um prazer conhecê-la pessoalmente, Dayane. — ele falou e eu apenas sorri, olhando para as mãos dele na cintura da minha mulher. Para a minha felicidade ele pareceu notar, pois logo a soltou. — Sua esposa fala muito de você.

— Espero que bem.

— Nos seus sonhos, querida. Vivo dizendo o quão insuportável você é. — Carol falou e soltou uma gargalhada alta.

— Ela vive dizendo o quão linda você é. — Dreicon sorriu. — E com todo respeito, tem razão.

— Costumo ser mais bonita com as mãos limpas. — as limpei no macacão que usava. — Mas obrigada. Você também não é nada mal.

— Obrigado? Acho!

— Foi o meu jeito diferente de elogiar alguém.

— Drei, quer entrar e tomar um café, um suco? — Carol ofereceu e ele estava prestes a aceitar, mas o grito de Miguel desviou sua atenção.

— MAMÃE, A SENHORA... uh. — percebi meu filho se envergonhar com a presença do amigo da outra mãe. — Oi.

— Você deve ser o famoso Miguel.

— Famoso eu não sei, mas o Miguel sim. — ri internamente.

— Filho, esse é o Dreicon, um grande amigo. — Carol apresentou.

— Amigo? — Miguel arqueou uma sobrancelha e olhou indiscretamente para Dreicon de cima a baixo. — Interessante!

— Sim! Sua mãe e eu somos amigos há muitos anos, mas estive fora por um tempo, por isso ainda não me conheceu. 

— Fora onde?

— Estados Unidos.

— E vocês são apenas amigos ou já foram namorados?

— MIGUEL! — minha mulher o repreendeu, ruborizando. — Dreicon, eu sinto muito pela inconveniência do meu filho.

— Relaxa, pitoco. É só curiosidade infantil. — pitoco? Qual o grau de intimidade dos dois? E que diacho de apelido era aquele? Neguei com a cabeça com meus próprios pensamentos. — Fica tranquilo! Sua mãe e eu somos apenas amigos, nada aconteceu entre a gente.

Um Bebê Entre Nós - Segunda Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora