Cap 1 - A Estranha Dama

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Meu primeiro romance, 
baseado na Pareja Tekila, 
espero que gostem. 

França— Tempo atual 

     Christina acaba de fazer o check in, quando é observada por um homem que estava na fila para embarcar no avião para a cidade do México, no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Eram nove horas da manhã e estava nevando desde a noite passada. Ele estava completamente enfeitiçado. "Esta é a mulher mais linda que já vi em minha vida", pensou ele quando a viu passar esbanjando beleza e sensualidade, vestida com um gosto sutil: calça jeans, jaqueta de couro e botas pretas cano longo e salto fino. Não podia evitar observá-la detalhadamente, era enigmática, estatura mediana, com uma pele macia morena, olhos amêndoas verdes, e tinha um cabelo liso com cachos nas pontas preto e longo até as costas. Foi uma aparição sobrenatural que existiu apenas por um momento e desapareceu no meio da multidão.

     O homem estava logo atrás de uns componentes de uma banda de rock, que discutiam a melhor forma de embarcar seus instrumentos, e o peso de suas dezenas de bagagens. Ele já começava a ficar entediado, mas depois daquela maravilhosa aparição ficou totalmente em transe, e nem percebeu como terminou toda a discussão, até que a funcionaria o tirou das nuvens, chamando-lhe três vezes num tom de reprovação por sua distração.

     Se desculpando perguntou:

     — Acredita em amor a primeira vista?

     — Claro que sim, os impossíveis são os outros – disse a funcionaria sem perceber o que se passava, e seguiu olhando a tela do computador. – Que assento o Senhor prefere? – Pergunta sem desviar o olhar da tela do computador. – Escolha um número, por favor, três, quatro ou sete.

     — Quatro – respondeu ele.

     Ela o olhou e sorriu.

     — Parabéns, senhor Heriberto, em quinze anos que estou aqui – disse –, é o primeiro que não escolhe o sete.

     Marcou no cartão de embarque o número do assento e lhe entregou o restante dos papeis. Só então lhe advertiu que o aeroporto acaba de fechar e todos os vôos estavam atrasados.

     — Até quando? – perguntou.

     — Até que Deus queira – disse ela com um sorriso.

* * *

     Na rádio anunciavam que esta manhã será a maior tempestade de neve do ano. E estavam errados: foi a maior do século. Em uma lojinha de souvinrs, estava Christina, que ao ouvir o anuncio, apesar do clima dentro do aeroporto ser o mais agradável: gelou! Arregalou os olhos num espanto, lembrou do tempo e da viagem longa que ainda viria, sentiu uma angustia indescritível oprimindo o seu peito.

     — Desta vez ele me mata – disse com os olhos marejados. – Virgencita, me ajude – pediu com as mãos em forma de prece, e saiu a buscar um lugar para telefonar com tranqüilidade e sem barulho.

     Enquanto isso, em outro lugar do aeroporto, estava Heriberto, sentia sem saber explicar uma terrível sensação de abandono, buscava sua dama misteriosa, por todos os lados daquele aeroporto, imaginou que a sala VIP seria o lugar ideal para encontrá-la, mas nada, e muito menos em meio às pessoas que lotavam o saguão do aeroporto. Não era fácil convencer os próprios sentimentos com argumentos racionais. "Será que voltarei a vê-la, e se houver um amanhã para nos dois?", pensou ele, mergulhado em suas reflexões.

* * *

     Por fim Christina pôde fazer sua chamada, estava muito nervosa, necessitava ouvir a voz que lhe acalmava. Ao atenderem, sentiu-se bem, mas estava muito angustiada por tudo que estava acontecendo.

Telefonema #ON

     — Alô!

     — Que bom que a encontrei – disse nervosa.

     — Minha menina – sorriu –, sabe que pra você vou estar sempre.

     — Obrigada! – disse com um sorriso angustiado. – Você sempre gentil.

     — O que você tem? – Perguntou. – Se supõe que você neste momento estaria regressando de uma maravilhosa viagem – disse sorrindo, no entanto preocupada –, e combinamos que esqueceria todos os problemas, certo?

     — Meu vôo atrasou – disse com tristeza –, e não tem previsão de embarque – respira fundo. – Sinto uma angustia no peito, se ele descobrir Bernarda? Ele me mata.

     — Não pense isso – disse Bernarda com calma, mesmo sentindo uma estranha sensação, tenta tranquilizar Christina –, nada vai dar errado, e você só retornara para casa na terça feira, ainda há tempo.

     — Bê, você sempre tão paciente comigo – disse expressando um sorriso meigo cheio de gratidão e carinho. – O que eu faria sem você?

     — Antes de ser sua médica, sou sua amiga – disse com carinho –, lhe tenho como uma filha. Fique calma!  

     — vou ficar bem, prometo – disse Christina embora não acreditasse nem por um por um segundo na própria promessa.

     — Certo! Vou buscá-la, e quando chegar mande uma mensagem, vou estar na capital e podemos voltar juntas pra casa – disse com um sorriso, tentando tranquilizar e transmitir segurança a amiga. – Você não fez nada de errado e nem do que se envergonhar – sorriu –, penso que você poderia ter encontrado um príncipe nesta viagem, e ter fugido com ele – sorrindo alto – eu ficaria sem a amiga, mas ficaria feliz com a sua felicidade.

     — Não brinque com isso, sabe que não tenho opção – disse com tristeza.

     — Opção você tem, você precisa é ter coragem – Bernarda foi franca.

     — Vou desligar eu entro em contato – disse Christina com um sorriso forçado. – Obrigada, por ser especial na minha vida, não tenho palavras para agradecer.

     — Pare com isso não precisa agradecer – sorrir –, seja feliz, lhe vejo no aeroporto, descanse. Um Beijo!

     — Outro pra você – disse num suspiro resignado. 

Telefonema #OFF

     Christina ficou pensativa e sentiu um enorme cansaço se abater sobre ela, mas falar com Bernarda lhe dava certa paz e tranqüilidade, ela lhe conhecia tão bem. Buscou um lugar para passar o tempo e se acalmar, não estava sendo um bom dia, sorriu ao lembrar-se das palavras da amiga: "– penso que você poderia ter encontrado um príncipe nesta viagem, e ter fugido com ele".

     — Fugir – disse com um sorriso triste –, penso que jamais seria capaz.

Continua...

Se a gente cresce com os golpes duros da vida,
também podemos crescer com os toques suaves na alma...
#CoraCoralina

E a surpresa foi boa? Pois é, eu sou a Emma Ruffo. Mas agora com tempo para terminar esta história. Espero que gostem.

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