O Tempo

Cap 2 - Lembranças

Decidi refazer esta história com capítulos mais curtos, pois estava ficando muito demorado. Espero não decepcionar. Boa leitura!

14 anos antes...

17h00

     Christina estava radiante, era dia de festa na cidade, seu noivo esta de volta junto com a Companhia Louis de Bourbon, que pertence a seu pai o Maestro Sebastián Louis de Bourbon, para um concerto na cidade, quando recebe uma visita de um amigo que conheceu na festa de formatura de uma amiga. Ela sempre se sentia estranha na presença dele, mas não sabia explicar, seu rosto era familiar, como se o conhecesse de toda vida, também poderia jurar que já viu o rosto dele em seus sonhos, sua presença era desconcertante.

     Christina a filha mais nova do Maestro Sebastián Louis de Bourbon, sempre foi uma jovem de beleza e simpatia que encantava a todos, e sem duvida provocava a cobiça e a inveja de muitos.

     A campainha toca e ela vai atender pensando ser seu noivo, que estava no ensaio geral, ainda não tinham se encontrado, e ele iria buscá-la antes da apresentação.

     - Frederico! O que faz aqui? - Perguntou surpresa. Quando chegou a cidade?

     Frederico sempre foi um homem de olhar intrigante, charmoso, de voz grave e sedutora. Emanava uma aura de poder e autoconfiança, coisa que não agradava a Christina, e muitas vezes ele agia como se ela fosse mais que uma amiga.

     - Vim lhe buscar para irmos ao concerto, e aproveitar para darmos um passeio antes - disse com um sorriso. - Wow... Vejo que você esta radiante, um brilho diferente no olhar, esta mais bonita - a olhou com desejo.

     Ela franziu a testa.

     - Não me convida para entrar? - Perguntou ele.

     - Ah sim, entre - estava tensa, abriu mais a porta e se afastou para dar passagem ao inesperado visitante.

     Frederico lhe entregou um buque de rosas vermelhas, e continuava a olhar-la com desejo. Christina não queira discutir, mas dissimulou como pôde o constrangimento pela situação, e aceitou as rosas.

     - Pare de me olhar desse jeito, Frederico. Não faça isso - ela pediu encabulada. - Já falamos muitas vezes sobre isso - estava tensa -, desculpe-me, mas vou com meu noivo e você poderia ter imaginado - disse com calma, não queria ser grosseira. - Não torne as coisas mais difíceis, lhe conheço há dois meses.

     - Sim, Christina - disse disfarçando a raiva -, mas imaginava que ele estaria ocupado.

     - Sei que você tem esperanças, mas... - Por um instante Christina olhou-o nos olhos e constatou que realmente algo nele lhe intrigava e sua presença sempre a deixava pouco a vontade. - Nos somos apenas amigos - foi a mais sincera que pôde -, tenho noivo e em breve vamos nos casar - Foi firme.

     - Casar? - Perguntou surpreso. - Por quê? - Frederico estava petrificado, a tentação de gritar era enorme, e respirando fundo balançou a cabeça em negativa.

     - Sim, casar, não há necessidade de informar a todos, será uma cerimônia intima e simples, somente com a família. Somos noivos há muito tempo e agora - sorriu com um suspiro de felicidade -, temos um motivo maravilhoso, que abençoara nossa união.

     - E, eu posso saber que motivo abençoado é este?

     - Claro que sim! Andrés e eu vamos ter um bebê - respondeu Christina com um sorriso.

     - Grávida? - Perguntou incrédulo, quase como num sussurro.

     Frederico se arrependeu amargamente de ter ido à casa de Christina, e por alguns momentos contemplou sua beleza, sentiu-se humilhado, forçou um sorriso. "Vencido por uma criança, vamos ver, só em pensar que ela foi dele, raios. Eu poderia matar-lo com minhas próprias mãos", pensou ele indignado.