Cap 10 - Sentimentos

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Quero dedicar este capítulo a minha amiga Dalva Brasil 😍, e a todos os amigos maravilhosos, que estão acompanhando ansiosos, o desenrolar desta história, espero não decepcionar ninguém.
Tenham todos uma Leitura!

Hospital

     A reunião foi muito proveitosa. Heriberto pode observar a cada um dos novos companheiros de trabalho, e pode perceber o comportamento de Bernarda, que enquanto falavam, tomava notas em sua caderneta. Ele tinha a sensação de que ela o estava avaliando, pois apenas o olhava rapidamente, e voltava a anotar. A Dra. Carlota era outra que não tirava os olhos dele. E isso, se passou durante toda a reunião, falaram a respeito do congresso que participaram juntos em Paris, e também sobre os benefícios que os projetos apresentados lá, seriam uteis ao hospital. Decidiram fazer um passeio pelo hospital, e apresentar ao novo Diretor, seu novo local de trabalho.

     - Como pode observar nossa equipe é bem variada, mas não estão todos aqui, mas com o passar do tempo você vai conhecendo melhor a todos - disse Dr. Eduardo Vasquez.

     - Muito boa a equipe, tenho certeza disso - disse Heriberto incomodado com os olhares de Carlota.

     Carlota aproveita o momento em que o Dr. Eduardo vai falar com uma enfermeira, para se aproximar de Heriberto.

     - Desculpe a minha indiscrição, mas o doutor é parente de Frederico Gonzalez? - Perguntou ela com um sorriso malicioso.

     Bernarda os observava discretamente, pois tinha a mesma curiosidade da colega, mas interesses totalmente distintos.

     - Infelizmente sim - sorriu - somos irmãos gêmeos, como a doutora pôde perceber - disse Heriberto a olhando nos olhos. - Que é isso, dispensamos as formalidades, tratemo-nos por você - Foi direta e totalmente melosa.

     - Tudo bem, mas sou um pouco a antiga, e no meu trabalho ainda prefiro as formalidades - sorriu -, não se ofenda doutora - disse ele.

     Bernarda sorriu discretamente, estava satisfeita com a atitude dele diante da oferecida colega. Ela sempre sentiu que Carlota, não era de confiança, sempre se insinuando para Frederico, e Christina nem percebia, ou quem sabe não se importava, o certo era que Carlota nutria um sentimento de inveja em relação há Christina, e Bernarda tinha quase certeza que existia alguma coisa entre Carlota e Frederico.

     - Imagine é impressionante, Fred nunca me contou que tinha um irmão - olhando-o, e comendo-o com os olhos -, ainda mais um irmão gêmeo - disse Carlota.

     - Ele deve ter os motivos dele, vocês são íntimos? - Perguntou Heriberto com curiosidade, pelo comportamento de Carlota, e o fato da esposa de Frederico estar internada naquele hospital.

     - Não. É... Bem... Somos muito amigos, compadres - sorriu sem graça. - Ele é sócio do meu esposo, Henrique - disse Carlota.

     - Então você deve ser amiga da esposa dele - foi irônico -, ela está internada aqui, você está sabendo? - Perguntou ele.

     Nesse momento, Bernarda que os observava, e ouvia toda a conversa, se assusta chamando a atenção de Heriberto.

     - O que disse? - Perguntou Bernarda nervosa.

     - Que a esposa de Frederico está internada - disse ele surpreso pela reação da Dra. Bernarda.

     - Preciso vê-la - Bernarda saiu sem dar mais explicações, deixando Heriberto impressionado, por sua atitude e preocupação.

     - La vai a Madre Teresa, cuidar de sua mais delicada louquinha, pobre Frederico - fingindo lamentação e tristeza -, tem uma mulher perturbada e... - é interrompida.

     - Seu comentário foi fora de lugar, doutora - disse Heriberto sem saber explicar, o incomodo que aquelas palavras causaram nele.

     Carlota tenta se desculpar pela falta que cometeu, na tentativa de menosprezar Christina, aos olhos de Heriberto. Mas sem sucesso, pois ele sai, e vai para onde está o Dr. Eduardo, deixando-a sozinha.

     Dr. Eduardo aproveita a oportunidade, e pergunta a Heriberto se ele já tem a resposta sobre a outra proposta, e ele diz que ainda está analisando. No entanto, ele pede alguns dias para responder. Então eles se abraçam, e o Dr. Eduardo diz a Heriberto, que ele é o único em quem poderia confiar seu hospital, e uma sociedade.

* * *

     Frederico estava muito tenso e ansioso, tomando seu habitual uísque, estava muito preocupado com Christina, mas era orgulho demais para admitir. E mesmo que quisesse estar com ela, naquele momento ele não iria ao hospital, pois com certeza ouviria um sermão do Dr. Eduardo Vásquez, que por várias vezes tentou puni-lo com a lei, por todas as idas de sua mulher aquele lugar. Dr. Eduardo não era bobo, e conhecia muito bem a Frederico Gonzalez, e seu temperamento.

     - Calhorda! - bufou ele. - Ainda vai me pagar por ser intrometido, culpa daquela velha maldita, que não me deixa administrar os bens dela - olhou para o liquido do dentro do copo, em sua mão -, ela também precisa de uma lição - disse Frederico andando de um lado a outro da sala.

     Rufina ao chegar a casa, se assusta ao encontrar Frederico parado na porta, com um copo de uísque na mão. Parecia perturbado.

     - Como ela está? Porque não voltou com você? - Perguntava ele imaginando a possibilidade de Christina, não querer voltar para casa.

     - Não foi desta vez Dom Frederico - foi fria -, ela está sendo medicada, e vai passar a noite toda lá - disse Rufina com ironia.

     - Que droga mulher, não fale assim comigo - estava bravo -, ainda sou seu patrão - disse ele bruscamente.

     - Você não a ama Dom Frederico - ela também estava brava. - Vai perdê-la, se você não a tratar bem. E me deixe, pois vai chover, e tenho muitas coisas a fazer nesta casa - disse Rufina saindo em direção a cozinha.

* * *


     Frederico foi para seu escritório, e pela primeira vez se viu fraquejar em seus sentimentos. Às vezes ele tinha uma estranha sensação de estar sendo vigiado, não tinha muita tranquilidade, vozes em sua cabeça, o alertavam que iria perdê-la.Seu sentimento por Christina era sim, muito obsessivo. Ele pensava nela 24 horas, e o medo de perdê-la, era insuportável.

     Frederico continuou a beber, ele sabia que Rufina estava certa, ele poderia perder a sua Christina. Mas ela estava errada em pensar que ele permitiria que isso acontecesse, ele jamais permitiria que Christina fosse embora. E Rufina dizer que ele não amava Christina, já era um absurdo, porque ele ama desesperadamente a sua mulher, mas seu ciúme doentio, o fazia perder a cabeça, e ficar cego, e sempre tomar as piores atitudes. Atitudes das quais não são as que ele realmente gostaria. Era machista demais para admitir sua insegurança, em relação aos sentimentos dela. Não aceitara jamais que Christina não o amasse, como ele a ama, não suportaria a ideia de algum outro homem a tocando, nem a possuindo. "Ela é minha, ninguém vai tirá-la de mim, ela me quer, eu sei que sim, às vezes me recusa, mas é só charme. Ela sempre sede aos meus desejos", pensou ele.

     E por fim, Frederico chorou... Se entregando a um sentimento que ele não sabia controlar, nem aproveitar. Chorou recordando um dos raros momentos em que ele e sua Christina se amavam, sem discussões e nem cobranças de ciúmes infundados. Sentiu-se sufocado e foi para a varanda tomar um pouco de ar, relembrando cada toque e cada beijo. Sem dúvidas aquele foi um momento maravilhoso para ele, um dos poucos em que eles estavam felizes e não brigavam. Ele não estava disposto a perder sua mulher, seu amor.

CONTINUA...

Quanto mais te convences de que podes ser feliz, de que tens em ti os atributos da paz, ação, resistência e amor, mas as facilidades chegam a ti. No entanto, se preferes viver em lamentações, na recusa à prática do bem ou no cultivo de vícios, ergues, desnecessariamente, barreiras a ti mesmo.

Chico Xavier


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