Saída de Venília

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Uma névoa azulada começava a invadir o túnel, o grupo agradeceu o auxílio das fadas e sem perder mais tempo correram para a saída e adentraram a névoa.

A velocidade era mediana, os ogros e Jahil não conseguiriam acompanhar o resto do grupo se eles acelerassem.

Lúcia sabia que era por pouco tempo, logo Caio, Varmo e Balin também seguiriam por conta e então o grupo ganharia velocidade, por outro lado perderia força de combate em eventuais de batalhas.

Quando mais adentravam a névoa o som dos passos e de cascos ia sendo abafado, logo quase nada se ouvia. Lúcia sentia preocupação pelos Ogros. Já não conseguia vê-los com clareza e temia que ficassem para trás.

Ainda assim não podia perder o ritmo. Por meia hora correram próximos um dos outros.

Luthiron carregava boa parte da carga, o resto estava dividido entre Ádino e os Ogros.

Quanto mais avançavam, mais a névoa ficava densa. Lúcia já não conseguia ouvir nada, porém não sentia qualquer perigo. Ainda assim ela queria ouvir a voz deles, saber que nenhum estava ficando para trás, mas a névoa mágica não permitia mais que nem mesmo os passos dos que estavam perto pudesse ser ouvido.

Ela sentia o toque de um ou outro, mas não sabia quem estava ao seu lado, somente corria o mais que conseguia, sempre seguindo a direção que Caluto havia apontado antes.

Lúcia não sabia dizer por quanto tempo estavam correndo, mas logo a névoa começava a se transformar em neblina, estava ficando mais rala e as silhuetas começavam a aparecer em meios a névoa.

Lúcia, Linade, Balmac e Luthiron foram os primeiros. Caluto e Jiron apareceram em seguida voando baixo.

Por um tempo ficaram esperando os outros que ainda estavam escondidos pela nuvem azulada.

Luthiron olhou para Lúcia como se quisesse garantir que ela estava inteira. Ela pousou a mão em seu pescoço e não disse nada. Continuaram a olhar para a névoa esperando o momento que o resto do grupo iria aparecer.

— Estão demorando. — Observou Balmac em tom preocupado. — Acho que aquele barbudo se perdeu, deve ter tomado outro caminho, ele é bom com lugares escuros, mas duvido que seja bom com essa nuvem mágica.

Linade grunhiu. — O ritmo deles é mais lento. Logo aparecem.

O suspiro de todos como resposta mostrou o ceticismo. Estavam preocupados e o tempo já tinha sido suficiente para que aparecessem.

Linade já estava com os olhos gateados olhando intensamente para a nuvem, mas Lúcia já tinha tentado olhar longe e não tinha conseguido sucesso. A névoa apesar de ter perdido a força ainda era densa o suficiente para não permitir que enxergassem adiante.

Vários minutos angustiantes se passaram e nada de Jahil, Ádino e os outros Ogros.

— Já estou transitando do preocupado para quase desesperado. — Balmac falou de maneira ansiosa.

Linade assentiu com os olhos amarelados brilhando. — Eu também.

— Vou atrás deles. — Caluto decidiu, mas Jiron negou.

— Espere um pouco mais. Pode se perder também.

Caluto não respondeu, apenas assentiu e Lúcia estranhou essa calma dela. No que dizia respeito a Jiron ela sempre foi calma, mas sua aceitação fácil não era uma coisa comum.

Luthiron levantou as orelhas e começou a virar para todo lado.

— Não sinto o perigo, ainda assim estou preocupado.

Crônicas Helenísticas. AlvarinOnde histórias criam vida. Descubra agora