- Vamos? - Acordei abrindo os olhos e já os fechando por conta da claridade.
- Aonde? - Abri os olhos e vi duas malas do lado da minha cama.
- Para o sítio - Tentei relembrar o que tinha acontecido ontem e lembrei que eu tinha aceitado ir para esse sítio com ele. - lembra?
Concordei com a cabeça. Levantei da cama e fui em direção ao banheiro escovar os dentes. Me encarei no espelho e o vi me encarando. Quando percebeu, disfarçou e foi se deitar na cama.
- O pessoal também vai - Gritou ele do quarto. - Lisa e Amy estão com saudades. - Elas eram incríveis juntas.
- Elas estão namorando? - Ele soltou uma gargalhada alta. - Que foi?
- Elas só ficam, nunca iriam namorar. Lisa ia levar o namorado dela, mas ele vai trabalhar. Amy não gosta de namorar, então sempre está solteira.
- Ah - Tinha terminado de escovar os dentes e fui em direção ao meu quarto. - E o Scott? Namora a Sara?
- Eles estão começando a ficar sério agora, acho que daqui a pouco rola namoro. - Dou um sorriso, amo essas coisas de namoro, pedidos românticos, caixas de chocolates. Eu vivia no meu próprio mundo de ilusão. E os livros que eu lia não ajudavam muito, pois eram mais fantasiosos do que a minha própria mente.
~••~
- Sim mãe, eu vou me cuidar.
- Não está esquecendo nad...
- Não, mãe, estou levando tudo que eu tenho que levar. Não precisa se preocupar, eu sei me cuidar.
- Sei - Ela me encarou profundamente e olhou para o Patrick. - Cuida do meu bebê, tá?
- MÃE! - Patrick soltou uma gargalhada exagerada e passou o braço por volta do meu pescoço.
- Pode deixar, vou cuidar do bebêzinho. - Sai pisando forte e bufando de casa enquanto os dois riam lá da sala.
- Tchau filho - Ela saiu para fora, ainda rindo. - Não corre com essa moto, Patrick, cuidado com o meu bebezinho.
- Pode deixar, tia. - Subimos na moto e ele a ligou. - Pronto? - Acenei com a cabeça, ele acelerou e fomos em direção a estrada.
Com meus braços envolvendo seu abdômen e o vento batendo em meu rosto eu esqueci de tudo e todos, esqueci do que tinha acontecido, esqueci da paixão, só lembrei de cada milímetro do meu corpo.
- É boa, né? - Ele me encarava pelo retrovisor. - A sensação. É boa.
- É maravilhosa, me sinto flutuando.
- Posso acelerar? - Concordei com a cabeça. - Se segura. - O vento em meu rosto aumentou, eu só queria que aquele momento durasse para sempre, me sentia livre, me sentia bem.
~••~
- Chegamos. - Abri meus olhos e encarei o sítio, consideravelmente grande. O portão de madeira estava trancado com um cadeado e correntes. Era cercado com arame farpado, e tinha uma grande árvore ao lado do portão. Rosas e outros tipos de flores enfeitavam o arame, deixando-o mais bonito. O sítio era lindo, muito lindo.
Descemos da moto e fomos abrir o cadeado. Minhas costas doíam, uma mala esteve nas minhas costas a viagem toda e a outra na lateral da moto, em um suporte. Peguei meu celular para ver as horas, 14:36.