Capítulo XIII

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Acordo e encaro a escuridão do meu quarto. Olho o horário e já era meio-dia. 3 chamadas perdidas do Patrick e das meninas. Eles sabem que eu acordo cedo, e que eu nunca dormia até o meio-dia. Meu celular toca de novo mas eu não consigo atender e falar, então ignoro e abraço os meus joelhos. Lágrimas brotam de novo nos meus olhos, eu queria terminar com tudo isso. Havia tempo que eu não pensava nisso, mas pensei agora. Ainda tenho as lâminas guardadas e poderia usar a qualquer momento.

- Você não pode fazer isso... - Digo em voz baixa e rouca.

Toco minha coxa e meus braços. Todas estavam lá. Gostava de olhar para elas, pois me lembrava de tudo que eu já tinha passado. Me prometi não fazer mais isso, pois se eu morresse, ninguém iria cuidar da minha mãe. Mas agora ela tem a minha tia. Ela têm alguém. Me levanto e procuro as lâminas no meio dos meus livros. Passo a mão em todos eles, lembrando de cada leitura. Acho ela. Me deito na cama e deixo a lâmina perto da minha coxa, já forçando um corte. Não consegui. Me senti impotente. Não conseguia fazer um maldito corte. Vou ao meu braço e tento o mesmo na diagonal. Mas não consigo nem chegar perto da minha pele. Eu estava com medo. Mesmo depois de tudo, eu tinha medo. Medo de me machucar.

- Bob? - Patrick abre a porta devagar - aí meu Deus, Bob larga isso agora. - Ele correu em minha direção e arrancou a lâmina da minha mão - você nunca, nunca mais vai tentar isso, tá ouvindo?

Ele não esperou eu responder, me abraçou forte e limpou minhas lágrimas que continuavam a descer. Lentamente ele me virou e me abraçou por trás, em conchinha. Me virei e me deitei em seu peito. Ele me envolveu com os seus braços e eu adormeci.

O Que Meu Coração Me DizOnde histórias criam vida. Descubra agora