capítulo VIII

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Bob

Patrick já tinha levantado quando eu acordei. Desejei que tudo tivesse sido um sonho, mas não foi. Desejei olhar para o lado e ver eles sorrindo para mim, fingindo que nada aconteceu. Mas não podia disfarçar o clima. Sombrio. Pairava por toda a casa. Nem precisei sair do quarto para sentir que todos estavam cabisbaixos.
A porta se abriu, continuei deitado, imóvel. Lisa parou a minha frente, com lágrimas em seu rosto. Ela limpou-as quando percebeu que eu estava acordado.

- Aurora - ela deu um sorriso fraco -  meu nome verdadeiro. Aurora. Lisa é um apelido que eu criei. Não gostava de Aurora.

- Aurora é lindo - Falei, com a voz falha.

- Fica mais lindo na sua voz. Desculpa. Eu não queria, eu não...

- Não foi sua culpa, Li... Aurora - dei uma risada fraca, que a fez rir também.

- Só você sabe meu nome de verdade, por enquanto. - sorri fracamente - posso me deitar com você?

Então ela se deitou. Me encarou com os olhos brilhando pelas lágrimas. Ela fechou os olhos e eu também. Escutei sua respiração pesada. Ela se sentia culpada. Ela não tinha culpa e eu não culparia ela. Nunca. Eu queria abraçar ela, mas não tinha forças e motivações para isso. Patrick chegou e me abraçou pelas costas. De conchinha e com Aurora a minha frente, fechei os olhos para dormi. Pensando em como seria se eu pudesse mudar o passado e não ter acontecido nada disso. Estaríamos mais felizes. Estaríamos nos divertindo. "De novo", pensei involuntariamente, "de novo você está estragando algo". Fechei meu olhos ajudando as lágrimas a descerem. Adormeci com o calor do corpo do Patrick, só desejando que esse sentimento de vazio passasse logo.

O Que Meu Coração Me DizOnde histórias criam vida. Descubra agora