Caio.
Quando eu saí de casa minha intenção era espairecer e esquecer os meus problemas, mas eu não contava com a hipótese de encontrar o meu problema na balada.
Agora cá estou eu, sentado em uma mesa de bar com meus "amigos" do trabalho sendo obrigado a vê-la dançando com outro.
Levei o copo de whisky até a boca e bebi todo o líquido de uma vez.
- mas é assim mesmo, a gente tem que saber lidar com essa situação...- um dos meus colegas comentou sobre um assunto do trabalho, mas eu não consigo desgrudar os olhos dela e prestar atenção na conversa.
Não que eu esteja com raiva ou ciúmes, mas não é nada agradável sair pra se distrair e encontrar com uma pessoa do trabalho.
- Caio, você está nos ouvido?- a voz de Carlos chamou minha atenção, me virei o encarando e finge que estava a par do assunto.
- sim!- menti.
Eu não faço a mínima ideia do que eles estão falando, a única coisa que eu consigo vê é a filha da mãe se divertindo com um play boyzinho.
Se eu soubesse que passaria por essa situação eu preferia ter ficado trancado em casa.
Me virei novamente encarando a pista de dança e meu olhar foi diretamente até ela, ela está com um vestido preto que mal cobre suas pernas, o vestido é bem justo ao corpo e tem as costas nuas, na medida que ela dança seus cabelos se balançam, ela tem um sorriso no rosto e move o seu corpo de uma forma única e sensual, ela está chamando atenção de todos os marmanjos dessa porra de bar.
- eu não fazia ideia que esse era tão bem frequentado...- a voz de Alberto chamou minha atenção, ele é um delegado federal que está sempre presente no fórum.
Virei em sua direção e segui o seu olhar, ele está olhando para Patrícia com malícia nos olhos e com um sorriso safado, o desgraçado deve estar pensando em várias putarias.
Eu não me segurei, não pensei em nada, apenas me levantei e caminhei em sua direção.
- Caio...- consegui ouvir Carlos me chamando, mas não respondi e nem olhei pra trás.
Eu não sei o que deu em mim, mas não consegui me controlar, caminhei em passos lentos em direção a pista de dança, meu olhar esta fixado naquele homem com suas mãos presas ao corpo dela, o seu corpo junto ao dela e o sorriso animado no rosto do desgraçado.
Eu fiquei totalmente cego, minhas mãos desceram e eu a peguei pela cintura e quando dei por mim já tinha a afastado dele.
Quando minhas mãos a tocaram ela tremeu e sua cabeça girou em busca do suspeito, quando ela finalmente me viu seu olhar escureceu de raiva, eu até pensei que ela viria com um de seus sermões, mas ela se manteve calada me matando com o olhar.
- Ô meu irmão, que merda que você está fazendo?!- a voz do filha da puta tirou minha atenção dela.
Eu a puxei pelo braço a jogando pra trás e me pus em sua frente a protegendo.
Olhei aquele paspalho de cima a baixo a fechei meu semblante, eu quero intimidar esse idiota, não vou negar.
- ela não é mulher pra você não, vaza antes que você se complique!- afirmei sem exitar.
Eu até pensei que ele iria brigar ou armar uma confusão, mas a expressão do babaca me fez vê que ela já estava se borrando de medo e me aproveitei daquilo.
Dei um passo a frente e cruzei os braços o intimidando, ele deu as costas no mesmo segundo e saiu resmungando algo baixinho, tão baixo que eu nem compreendi o que ele falava.
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CAMINHOS CRUZADOS (DEGUSTAÇÃO)
RomancePatrícia Villela era apenas uma criança quando descobriu o quão obscuro o mundo podia ser e essas lembranças ainda se mantém vivas e intactas em sua mente, apesar de toda sua raiva, tristeza e mágoa ela se tornou uma promissora agente federal, a mel...