Patrícia.
Minha vida sempre foi baseada apenas em uma coisa, trabalho, eu não tenho família, amigos e muito menos um relacionamento, então eu sempre coloquei meu trabalho a cima de tudo e nunca falhei descumprindo uma regra se quer, não até há algumas horas atrás!
Eu ainda não acredito que eu transei com o Caio, é terminantemente proibido ter um relacionamento afetivo quando se está em missão, ainda mais com alguém que está totalmente envolvida no caso, mas eu não aguentei, me deixei levar como se fosse uma adolescente com os hormônios a flor da pele.
Não posso dizer que foi ruim e que não gostei, porque eu estaria mentindo, mas agora eu estou me sentindo culpada e com consciência mais que pesada, agora eu estou sentindo que isso pode trazer grandes consequências a mim e afetar diretamente o meu trabalho.
Eu saí do banheiro já de banho tomado e caminhei de volta para o quarto, peguei minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão daquele motel e me vesti rapidamente, prendi meus cabelos em um coque e guardei meus objetos em minha bolsa, tudo que eu quero é sair daqui o mais rápido possível, mas eu não estou conseguindo.
A única coisa que eu consigui fazer no momento foi ficar parada por horas ao lado da sua cama o observando enquanto ele está dormindo, é a única ação que o meu corpo me permitiu fazer.
Eu dei um passo a frente me sentando na cama ao seu lado, minhas mãos foram involuntariamente para os seus cabelos e eu consegui sentir o cheiro gostoso da sua pele nua, o seu corpo está totalmente relaxado sobre a cama e ele mantém uma expressão serena em seu rosto.
- você está acabando com meus neurônios...- sussurrei enquanto afago os seus cabelos, o seu corpo se mexeu de leve na cama e eu pensei que ele iria acordar, mas ele se virou para o lado e voltou a dormir.
Deixei um suspiro pesado e culposo escapar, afastei minhas mãos dele e debrucei meu corpo sobre o seu deixando um selinho de despedida em seus lábios, me levantei logo em seguida e peguei minhas coisas saindo daquele quarto antes que eu voltasse atrás.
Antes de ir eu passei pela recepção e fiz questão de pegar a conta, logo eu saí e peguei um táxi que já estava estacionado em frente ao motel, um daqueles que já fica de prontidão caso um cliente apareça.
O dia já está nascendo, eu posso ver o sol nascendo no horizonte e uma brisa fria gostosa rodeia meu virou.
O caminho até a minha casa foi rápido e muito tranquilo, aquele horário às ruas já estão totalmente vázias então não demorou nem dez minutos pra chegarmos em casa.
Eu paguei o senhor que já é bem velhinho e que foi bem simpático comigo, eu desci depois de uma despedida rápida e entrei direto para o prédio, minha primeira visão foi o porteiro que dormia em um sono muito profundo, subi as escadas até o meu andar e abri minha bolsa tirando minhas chaves já destrancando a porta.
Entrei tirando aqueles sapatos que estavam me matando, deixei meus objetos sobre a mesinha perto da porta e acendi a luz iluminando todo o meu quarto.
Quando eu levantei a cabeça e olhei na direção que minha cama fica eu senti meu coração pular de susto, minhas mãos começaram a soar é minha boca ficou totalmente seca.
- Marcelo, você ficou maluco?! Você não pode invadir minha casa desse jeito...- falei com a voz falha e levei minha mão até o coração na tentativa de me acalmar.
Ele esta sentado sobre minha cama com seu celular na mão, o seu corpo parece estar tenso e ele carrega um olhar frio e raivoso.
Eu senti medo dele quando seu olhar se cruzou com os meus, mas não deixei aquilo visível, eu forcei uma postura ereta e fechei o meu semblante.
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CAMINHOS CRUZADOS (DEGUSTAÇÃO)
Roman d'amourPatrícia Villela era apenas uma criança quando descobriu o quão obscuro o mundo podia ser e essas lembranças ainda se mantém vivas e intactas em sua mente, apesar de toda sua raiva, tristeza e mágoa ela se tornou uma promissora agente federal, a mel...