CAP. 8 - SEPARAÇÃO.

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I - Vou Morar em São Paulo.

*Por Fernanda Veras*

No dia seguinte após aquela discussão entre meus pais, acordei cedinho na esperança de que eles tivessem se entendido, fui ao banheiro e tomei um bom banho, fiz minhas higienes e fui até o quarto do meu pai, que pra variar, não estava mais lá. Desci até a recepção e perguntei a uma recepcionista, se vira meus pais sair.
Ela disse que sim, e que pediram pra eu aguardar no quarto que voltavam logo, subi pro meu quarto e fiquei aguardando os pombinhos fujões.
Fizeram as pazes e foram comemorar sem mim, (Pensei).
Não demorou muito eles chegam, e percebo ainda um clima pesado entre os dois, mas não quis falar nada pra não piorar as coisas, minha mãe então começa a falar.
Filha, seu pai e eu conversamos, e sentimos muito tudo isso que aconteceu, nos desculpe por estragarmos suas férias, vamos ter que voltar ainda hoje ao Brasil, (Diz ela).

Tudo bem mamãe, eu esperava por isso, (respondo).

Mas não fique com essa carinha triste Filha, vamos curtir outras férias juntos, (Diz meu pai me abraçando).

Voltamos para o Brasil e ainda me restava duas semanas de férias pela frente, fiquei com vergonha de contar para minha amiga Kaah toda a frustração que passei, ela me ligou algumas vezes e não atendi, meus pais cada dia que passava, mais eles brigavam e a relação deles só piorava. Foi então que minha mãe cansada de todas aquelas brigas, pede a separação, meu pai por sua vez concordou numa boa, nem ao menos se preocuparam com o que eu achava de tudo aquilo, tomaram uma decisão como se não tivessem uma filha que precisasse dos dois juntos, eu ali de espectadora vendo a minha base desmoronar e não podia fazer nada, meu coração se dividia ao meio, eu queria ficar com os dois, não queria ter que escolher entre um e o outro, será que eles não entende que não se deve lançar sorte do amor de uma filha?
Eu realmente estava muito abalada naquele momento, imagina que eu sou as paredes da casa, meus pais as colunas que sustentam essa parede, se  as colunas quebram, essa parede vai abaixo ficando totalmente danificada, era exatamente assim que eu me sentia, totalmente danificada, em pedacinhos, só o que eu conseguia fazer era me trancar no quarto e chorar.
M

eu pai até tentou se explicar, disse que seria melhor pra nós três, que ia cuidar de mim do mesmo jeito de antes, mas eu sabia que não seria assim, aos poucos ele ia deixar de me visitar, de me levar pra passear, e se construísse outra família, ia acabar me deixando de lado, porque ele já não era um pai tão presente, estava sempre muito ocupado no trabalho.

II - Começando uma vida nova.

*Por Fernanda Veras*

Minha mãe decidiu vir morar em São Paulo e me trouxe junto, ficamos hospedadas em um condomínio fechado em um bairro nobre da capital, por sorte logo arrumou trabalho em uma escola próximo de casa, onde também fez minha matrícula, a escola paga muito bem aos professores, então da pra gente viver bem com o que minha mãe ganha.
Semana que vem começam as aulas, pra falar a verdade não estou muito afim de ir pra esse colégio novo, estudei na mesma escola desde criança, com as mesmas pessoas, vou me sentir uma estranha no meio de tanta gente nova, sem falar que os costumes aqui de São Paulo são bem diferentes, até me adaptar aqui vai demorar, não terei tanta liberdade como tinha antes, até criar novas amizades, pessoas que gostem de mim como sou e não pelo que tenho, vai ser bem difícil, até porque não tô no clima pra novas amizades.
Ouço batidas na porta, é minha mãe que não me deixa dormir até tarde.

Oi mãe, o que a senhora quer? (Pergunto).

Levanta filha, vamos a papelaria comprar seu material escolar, (Diz ela).

Ah mãe, não estou afim de sair, compre qualquer coisa, por mim tanto faz. (Digo ainda deitada na cama).

FERNANDA VERAS, LEVANTE DESSA CAMA AGORA, (Fala um pouco alterada).

Tá, tá vou, aff. (Resmungo).

Estava esquecendo que tinha que comprar o material escolar e já estava quase esgotando o tempo, ruim disso tudo é que as papelarias devem está lotadas esses dias, corri pro banheiro fazer minhas higienes, me arrumei e fui tomar café, feito isso lá fomos nós as compras.
Como tinha poucos dias que chegamos a cidade, minha mãe ainda não havia comprado um transporte, então pegamos um "aerotaxi" até o shopping mais próximo, como toda mulher, minha mãe se dirigiu a loja de roupas, e enquanto provava algumas peças, o meu talkphone toca.

Talkphone ON - PAI 👨‍👩‍👧 ******

Pai - Oi Filha, que saudades de você, te liguei pra saber como está e como andam as coisas por aí em São Paulo?

Eu - Oi pai, também estou com saudades, você sabe que longe de você nada fica bem pai, a gente tá aqui no shopping, viemos comprar o material escolar e pelo visto minha mãe vai renovar o guarda roupa.

Pai - Sua mãe e o consumismo exagerado dela.

Eu - Paaaii.

Pai - bom, desculpa.
Bom, tenho que ir agora filha, ligo depois pra gente conversar melhor.

Eu - Ok pai, bom trabalho, beijos

Pai - Boas compras filha, se cuida, beijos.

Talkphone OFF ********

Minha mãe me chama pra escolher algumas roupas e pergunta com quem eu conversava, ao falar que era meu pai, ela pergunta meio cabisbaixa se ele tá bem, respondo que sim, mas continua ocupado como sempre.
Passamos no caixa pra pagar as peças de roupa e fomos até a papelaria, compramos o material escolar e aproveitamos pra curtir um pouco no shopping, posso dizer que das minhas férias, foi o dia que mais me diverti, porém ainda faltava um pedaço de mim, meu pai faz muita falta.

Perdoem a demora, estive um pouco doente, mas estou de volta...
Espero que estejam curtindo a história.
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Beijos..😘😘

UM ANJO SEM ASAS ( O Segredo de Bryan)Onde histórias criam vida. Descubra agora