Capítulo 3

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Olá, amore.

Obrigada por chegar até aqui.

Está gostando? Qual será o mistério que envolve Ayslin e Victor?

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Boa leitura!

Beijos

Lya

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3

Ayslin

02 de março de 2017

Quinta-feira

Assim que entro no restaurante, cumprimento Senhor Alcides, que parece aliviado com minha presença ali. Sei que minha cara não é uma das melhores mas, de certa forma, noto que ele não se importa com nada, a não ser com minha chegada. O restaurante já tem alguns clientes, e vou direto para o vestiário me trocar. Como ainda tenho quinze minutos antes de iniciar meu expediente, visto meu uniforme preto lentamente, notando diversos detalhes no cômodo que sempre reparo enquanto estou me trocando. Adesivos de várias marcas foram colados na porta dos seis armários individuais, a janela pequena mal deixa a luz do sol entrar no ambiente, o chão encardido, que acho que nunca foi lavado, deixa uma sensação de lugar abandonado. O vestiário é tão apertado, que poderia ser um armário só, como um closet de pequeno porte.

Saio de lá, ainda amarrando o meu avental na cintura, e noto que tudo aqui parece acentuado e separado. Há dois bancos alinhados diretamente na entrada da porta da cozinha, e Pablo está esvaziando uma bandeja ali, na pia. A essa altura, ele já revezou com o Bruno duas vezes na cozinha. Sei disso porque sua cara está mais assustada do que se tivesse visto a loira no banheiro da escola.

— Ayslin. — Ele me vê e tem a reação rápida assim que me aproximo. Seus olhos negros expressam uma ansiedade nada normal e sua boca aperta em uma linha fina. — Que bom que chegou. Bia vai se atrasar hoje e temos que servir as mesas.

— Droga! — Ponho as mãos na cintura, sentindo meus músculos ficarem mais rígidos. Agora entendo o alívio do Senhor Alcides ao me ver chegar. Claro que fiquei irritada por ter que servir as mesas. Mas o pior é ter que esperar Bia chegar para perguntar sobre a brincadeira idiota que fizeram comigo na noite passada. Tinha que esclarecer se ela e Marcelo seriam os responsáveis por brincarem com meus sentimentos trazendo a imagem do meu irmão de volta como se nunca tivesse morrido. — Tudo bem. Vamos lá.

Vou direto para a mesa sete atender três homens engravatados que já seguram o cardápio nas mãos. Cada um com um cardápio. Eles escolhem seus pratos, e ninguém quer bebida.

Levo o pedido para a cozinha e Mariano vem me cumprimentar.

— Há quanto tempo você chegou? — Ele pergunta, limpando o suor da testa com um guardanapo, deixando alguns pedaços grudados em sua pele. Luto contra a vontade de esticar minha mão e tirar os pedaços do papel dali.

— Acabei de chegar. — Digo, acenando para Bruno, que agora corta um pepino com uma habilidade incrível. Eu podia sentir a tensão em seus ombros como se pudesse quebrar a qualquer momento. — Já volto com os outros pedidos. — E saio para atender mais uma mesa.

Algumas pessoas me olham de um jeito estranho enquanto anoto os pedidos. Talvez porque eu não seja simpática como a Bia. Ou porque eu preciso conversar com ela o mais rápido possível. Tenho certeza de que estou completamente desajeitada, mas não tenho forças para ligar para isso. É incrível como estou aguentando firme, na verdade e, apesar de o meu cérebro estar nebuloso, penso isso com clareza: É incrível como você não explodiu ainda. Penso: Cadê a Bia que não chega?

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