v i n t e e t r ê s | you're perfectly wrong for me

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Você é perfeitamente errada para mim

....

Ele estava encostado no muro da minha casa, com o rosto completamente iluminado pelo sol. Olhando-o assim, pensei que Deus havia feito um ótimo trabalho.

— O que faz aqui? — Perguntei quando me aproximei dele, sentindo o habitual frio na barriga. 

— Vou voltar pra Toronto daqui a pouco. — Respondeu. Eu sabia que não tinha direito algum de ficar triste por isso, muito menos de pedir para que ele ficasse, mas uma súbita vontade de gritar e implorar por mais tempo a ele me atingiu em cheio. 

Eu quero que você fique. 

— Eu... eu espero que faça uma boa viagem. — Disse, por fim, e sorri. 

Ele estava apenas com uma das mãos na frente do corpo, e quando se aproximou mais de mim, evidenciando nossa diferença gritante de altura, mostrou que segurava uma rosa.

— Bom, eu trouxe pra você. Seria idiota demais perguntar se você vai deixar crescer ou morrer? — Questionou e eu sorri abertamente. 

— Acho que seria bem fofo, na verdade.

— Ótimo. — Ele falou e ficamos em silêncio. Desviei o olhar e observei a rua atrás dele; não tinha nada realmente interessante lá, mas a ideia de encará-lo agora me parecia assustadora demais. Ele vai embora. 

— Queria que viesse comigo. — Sua voz preencheu meus ouvidos e passei a encará-lo. — Mas pedir pra que você deixe sua família seria egoísta demais, e eu não quero tirar isso de você. Se me pedir pra ficar, por mais idiota que pareça, eu fico. Sabe onde me encontrar. Só... por favor, chegue antes que eu embarque. Eu não quero perder você. — Ele falou rapidamente, virou e foi embora, deixando a rosa comigo.

Meu lado idiota apaixonada estava gritando agora, e eu só queria que ele ficasse quieto para que eu pudesse pensar. Ele estava colocando a decisão em minhas mãos. Quer dizer, nosso futuro dependia de mim agora. 

Eu poderia deixá-lo ir seguir sua vida para que ele encontre alguém que não minta para ele na primeira oportunidade. 

Ou, eu poderia pedir para que ele fique, então nós recomeçaríamos do zero. Sem mentiras, sem enganações. Apenas nós dois, vivendo da forma mais comum dentro da sua realidade de astro do pop. 

Mandei mensagem para Lucy e Violette, e me achei idiota por estar resolvendo uma coisa tão importante dessa forma, mas eu não estava acostumada a tomar decisões difíceis assim. 

A: Digam sim ou não. 

L: Simmmmm.

V: Tanto faz. 

A: SIM OU NÃO, VIOLETTE

V: Sim, sua insuportável. 

L: Pra que exatamente nós estamos dizendo sim? 

V: Pra quem exatamente*?

A: Depois explico, tchau.

— Mamãe, a senhora acha que eu deveria ir? — Perguntei, e Verônica me olhou como se eu fosse maluca. De certa forma, eu era. 

— Pra onde, pinguim? — Questionou.  
— Só responda sim ou não. E não é pinguim, mãe, é sereia. — Revirei os olhos e sorri.

— Sim, pinguim. — Respondeu e eu corri até a escada, parando no meio do caminho apenas para voltar e beijar sua bochecha. Então, subi as escadas e fui para o banheiro.

Perfectly Wrong | sprmOnde histórias criam vida. Descubra agora