e p í l o g o

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O amor é surpreendente.

Ele chega tão devagar, que você demora a perceber que ele está ali. 

O amor não é como a paixão. A paixão é como um furacão; ela acaricia, te engana, e destrói tudo. Ela cria o caos e vai embora.

O amor fica. 

O amor cuida.

O amor persiste.

Ele chega sem chamar atenção. Vai entrando aos poucos, derrubando suas barreiras, lentamente, sem que você perceba. 

Então, num dia qualquer, ele se mostra para você. 

E você o percebe nas formas mais variadas, pois ele pode se mostrar para você em um café num dia de chuva; pode derrubar seus livros enquanto você está tentando chegar na aula; pode esbarrar com você na rua e te dar um prejuízo enorme; pode estar do seu lado, numa festa na casa do seu melhor amigo, ou na da sua velha amiga de infância; ou naquela balada que você não queria ir de jeito nenhum, mas alguém te convenceu. O amor também pode estar naquela garota que defendeu sua irmã de caras idiotas em uma lanchonete. Ou então, o amor pode estar naquela camareira de hotel, aquela disfarçada de hóspede, que você invade o quarto sem querer e acaba conhecendo.

Ele sempre vai conseguir um jeito de te surpreender, e você nunca vai estar pronto. Essa é a melhor parte.

Nem nos seus melhores sonhos você imaginaria que o rosto dela seria tão bonito. Você nunca seria capaz de colocar em palavras a alegria que tem ao ouvi-la falar sobre alguma besteira do seu dia, você jamais teria a capacidade de descrever cabelos tão macios quantos os dela, e o vermelho deles nunca passaria pela sua cabeça. 

Nem o maior poeta do mundo conseguiria descrever tamanha poesia em forma de mulher, e milhões de palavras nunca chegariam perto de metade da sua graciosidade.

E nem todas as histórias de amor do mundo conseguiriam ser mais bonitas que a nossa. 

Qualquer escritor renomado que tentar transcrever nossos sentimentos um pelo outro em uma folha de papel, não irá chegar na metade do que realmente é.

Ariel é confusão, e eu me tornei especialista em sua bagunça. 

— Shawn! — Amélia estava diante de mim. Ela tinha crescido tanto que estava quase do meu tamanho, segundo ela. 

Ela estava linda, trajava um vestido azul bebê e tinha na cabeça um lacinho que estava meio torto devido à tanta movimentação.

— Você não vem? A gente vai assistir! Adivinha, adivinha o quê! 

— Uau, Mel, agora você me pegou. Posso pensar? — Sorri quando ela assentiu animada, diante da minha falsa ingenuidade. Era mais que óbvio que nós, finalmente, iríamos assistir Branca de Neve juntos. — Acho que já sei! É Rapunzel? Não!? Céus, então... Cinderela? Não?! Okay, dessa vez eu acerto... Pequena sereia? 

— Não! Para de pensar na Ari, bobão. Não é óbvio? A gente vai ver Branca de Neve, e você vai fazer pipoca! — Sorriu manhosa e puxou minha mão, enquanto eu a elogiava diante da surpreendente escolha do filme. 

— Aposto que ninguém imaginava que ela iria escolher esse. — Ariel comentou quando sentei ao seu lado, e eu sorri. 

Estávamos todos em casa: Violette, Lucy, Cameron, Amélia, Catarina, a mãe de Ariel, minha mãe, Aaliyah e papai.

E pareciam todos excepcionalmente animados, exceto Cameron e Violette que continuavam discutindo sobre questões sociais das quais Cameron não entendia, mas fingia estar por dentro apenas para impressioná-la.

Perfectly Wrong | sprmOnde histórias criam vida. Descubra agora