Past ❀

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Senti o meu estômago contrair-se e corri para a porta tentando fugir, mas Isaac chegou lá primeiro e acenou-me com a chave para mostrar que já estava trancada.

Sem mais uma palavra, ele voltou-se para mim e puxou-me a camisa por cima da cabeça. Com outro rápido movimento, também as calças e a roupa interior desapareceram, deixando-me completamente nua.

Comecei a chorar e tentei esconder a minha nudez com os braços mas Isaac afastou-os com uma palmada e passou-me a mão pelo corpo.

Mas a expressão do homem é que era verdadeiramente assustadora. Estava a olhar-me como se tivesse passado semanas sem comer e eu fosse um bife suculento. Os seus olhos brilhavam, tinha a testa coberta de suor e lambia os lábios.

Isaac empurrou-me em direção ao homem e obrigou-me a deitar na cama.

"Ela é toda sua." - Isaac disse e saiu fechando a porta à chave.

O homem inclinou-se e beijou-me nos lábios. Desviei a cara porque ele cheirava mal e era barbudo, mas isso não pareceu perturbá-lo, pois tinha uma das suas mãos nas minhas partes intimas.

De repente, ele começou a desembaraçar-se das roupas como se estivesse furioso, até ficar reduzido a uma camisola interior branca. As pernas dele era curtas, gordas, muito brancas e peludas, mas o que me aterrorizou mais foi o seu pénis, porque parecia enorme.

Tentei fugir pelo outro lado da cama quando o homem subiu para o colchão, mas ele agarrou-me o braço e puxou-me para trás, abrindo-me as pernas e ajoelhando-se no meio delas enquanto enfiava os dedos de uma mão dentro de mim enquanto continuava a agarrar-me o braço com a outra.

Eu chorava, mas ele não pareceu importar-se com isso, pois murmurava coisas enquanto me tocava intimamente e parecia estar num mundo à parte.

Ao mesmo tempo, mexia no pénis, esfregando-o para baixo e para cima e tocando-me com a ponta de uma maneira que me enojou.

De repente, porém, penetrou-me, agarrando-me as pernas e puxando-as para cima entrando mais fundo.

Nunca, na minha curta vida de treze anos, nada me doera tanto. Era como se ele me estivesse a rasgar ao meio. Gritei e gritei, mas ele não me ouvia. Só quando tentei desesperadamente libertar-me pareceu aperceber-se, e bateu-me com força nas nádegas, puxando-me mais para si.

Falava constantemente, ou pelo menos repetia sem parar as mesmas palavras, que não passavam de sussurros de modo que não percebia o que dizia. Mas então os movimentos dele tornaram-se cada vez mais rápidos, as molas da cama a protestarem ruidosamente, e a dor aumentou a um ponto tal que pensei que ia morrer. Já nem consegui gritar, tinha a boca e a garganta demasiado secas. Só pedia a Deus que aquilo acabasse depressa.

Acabou finalmente, e ele deixou-se cair na cama, a suar como um porco. Fugi e encolhi-me num canto, o mais afastada dele que pude. Tinha sangue a escorrer-me pelas pernas e uma coisa horrível e pegajosa que cheirava mal. Tremia, à beira do vómito.

O homem adormeceu quase imediatamente. Ouvi-o ressonar, mas era incapaz de sair da minha posição.

Então a porta abriu-se e Isaac entrou, olhou para o homem deitado na cama e depois para mim, chegou perto e agarrou-me num braço obrigando-me a pôr-me de pé.

Os olhos dele percorreram o meu corpo mas a expressão dura não se suavizou nem um pouco. Virou-se para a porta, onde havia um roupão pendurado de um gancho, pegou nele e entregou-mo. Com isto, pegou na roupa interior nova, voltou a agarrar o meu pulso e deixou bem claro que me ia levar de volta para quarto.

"Liga à tua mãe e diz-lhe que vais dormir na casa de uma amiga." - ele proferiu numa arrogância tal que me fez tremer. Depois saiu trancando a porta.

Liguei à minha mãe que àquela hora ainda estava no trabalho e disse-lhe o que Isaac me ordenou. Ela parecia ocupada por isso só disse um 'tudo bem' cansado e desligou.

Queria que ela tivesse dito que não, que me queria em casa naquela noite, mas provavelmente ela iria aproveitar esse tempo para ficar com Isaac, o meu padrasto.

Mais tarde, lavada e deitada na cama com o pijama que me tinham dado, sentia-me demasiado magoada e chocada para sequer chorar. Fiquei ali estendida, a dor trespassava-me o ventre e impossibilitava-me de pensar noutras coisas.

Outras raparigas estavam alojadas ali e eu vi-as receber alguns homens. Para elas era parecia ser uma coisa completamente normal, como se sempre tivessem feito aquilo.

Mas devia ter sido igual para todas elas da primeira vez. Como tinham conseguido continuar depois daquela experiência? Como conseguiam vestir as suas melhores roupas, arranjar os cabelos e sorrir ao próximo homem que queria fazer-lhes aquilo?

Passei todo o dia seguinte na cama a chorar com a cara escondida na almofada. Duas ou três raparigas apareceram com comida, e a mais nova disse algumas palavras simpáticas, mas não me sentia minimamente confortável.

E então, mais uma vez, depois do jantar que não cheguei a tocar fui levada para baixo e enfiada na banheira. Desta vez não me lavaram os cabelos. Deram-me o mesmo conjunto de roupa interior e levaram-me para o mesmo quarto que na noite anterior.

Esperava-me outro homem, mais velho e mais magro, com um pénis muito mais pequeno. Depois de Isaac ter saído, tentou pô-lo na minha boca, mas quando me engasguei e gritei, passou diretamente para o ato principal. Não doeu tanto como na noite anterior, mas foi igualmente humilhante e detestável. Deitada debaixo dele, desejei que o mundo acabasse naquele momento, que todos os males do mundo caíssem sobre aquele homem por fazer aquele tipo de coisas com raparigas menores de idade.

Durante as três noites seguintes, a rotina repetia-se com um homem diferente de cada vez. Um obrigou-me a meter o pénis na boca, outro penetrou-me por trás, como um cão, e o ultimo quis que conservasse a roupa interior e me sentasse no seu colo como uma filha. Mas não era ato paternal que mostrava, tinha as mãos enfiadas por baixo das minhas cuecas a tocar-me e eu soube que na cabeça dele estava a desenrolar-se uma cena de uma qualquer fantasia doentia.

Finalmente também ele me penetrou por trás, e demorou tanto tempo que pensei que a dor havia de perdurar até ao fim da minha vida.

No dia seguinte, ao quarto homem, comecei a vomitar e não conseguia parar. Quando chegou a noite não me restava nada no estomago mas mesmo assim continuei com vómitos, ao ver-me tão enfraquecida Isaac tentou obrigar-me a comer e beber qualquer coisa mas também isso deitei fora. Fiquei deitada na cama, incapaz sequer de querer melhorar porque me sentia morta por dentro. Tive vaga consciência do dia se transformar em noite e novamente em dia. Não fazia ideia de quanto tempo tinha passado, mas apercebi-me devido à preocupação de algumas raparigas que ali tinham ido antes, quando deixei de ser capaz de usar a sanita sem ajuda. Isaac devia ter sido alertado pois apareceu um médico para me examinar.

Ele também deveria ter inventado alguma coisa para a minha mãe nem sequer ter ligado para o telefone velho que andava sempre comigo.

Depois de estar melhor, Isaac levou-me de volta para casa onde a minha mãe me examinou ao pormenor e perguntou como tinha corrido a viagem de fim-de-semana com a minha amiga.

"Correu bem." - murmurei dando um sorriso amarelo. - "Vou dar uma volta."

Saí de casa e fui até ao beco onde me encontrava sempre com o meu melhor amigo, Luke.

Ele já estava lá à minha espera, com um ar preocupado e cansado.

"Onde estiveste durante este tempo todo?" - inquiriu.

"Fui violada Luke. Foi horrível. Eu não quero voltar lá." - abracei-o com força.

Contei-lhe tudo o que me havia acontecido mas nenhum de nós podia parar o que me estava a acontecer. Teria que ser forte o suficiente para aguentar. Era impossível fugir daquela rede de prostituição e quem se atrevesse sequer a faze-lo, acabava morto num beco qualquer.

Odeio a minha mãe por ter casado com Isaac, o que é que ela viu nele?

Desde aí a minha vida deixou de fazer sentido, os dias passavam arrastados e, se não fosse Luke, não sei como teria passado por tudo.

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ThinkingOutLoud69

Secrets of Past (A.I)❀Onde histórias criam vida. Descubra agora