Secrets of Past (A.I)❀

Different Dinner ❀

No fim das contas o Christian apenas queria dar-me os emails, não comentando nada sobre o meu atraso.

Foi, desde que me recordo, o meu pior dia de trabalho na Collins Agency.

***

Caminhei lentamente pelo jardim de tulipas, o meu cabelo estava a reluzir com a intensidade da luz solar incidente no mesmo. 

O dia passou lentamente com as mesmas pessoas hipócritas e aborrecidas. 

Numa rapidez fenomenal deixei de vaguear nos meus pensamentos deambulantes e percebi que alguém estava a chamar por mim.

"Daisy, espera! Preciso de te perguntar uma coisa."- Mason diz com algum nervosismo notório nos seus gestos.

"Há necessidade de ficar a trabalhar até mais tarde? Ia mesmo agora embora...estou exausta!" - digo com vontade de virar costas.

"Não, hoje não. Bem, o que eu queria perguntar era se gostarias de jantar comigo esta noite?"- olha-me esperançoso.

"Bem, tive um dia completamente cheio, mas até pode ser bom para aliviar o stress. "

"Ótimo, vou buscar-te a casa às 21h, pode ser? Dás-me o teu endereço, por favor?" -  fiz o que ele me pediu e depois segui caminho, ansiosa para me deitar um pouco e tomar um banho quente. 

***

Nenhum dos rapazes estava em casa por isso aproveitei o tempo que tinha só para mim e tomei banho, arranjei o cabelo e pintei as unhas num tom nude. 

Cruzei os braços em frente ao guarda-roupa, esperando ter um click sobre qual roupa escolher.

Evitei a todo o custo olhar para a minha cama depois do susto que apanhei ao entrar no quarto. Não sei como mas o Ashton conseguiu, para além de sujar os lençóis e cobertores todos, molhar o colchão, não deixando uma ponta seca. Desconfio que é por isso que ele não está em casa.

Acabei por me decidir por um vestido de um azul marinho, de tecido esvoaçante na saia e mais justo na parte do busto. Na ponta da saia o vestido tinha uns brilhantes que lhe davam uma certa graça e, uma vez que era mais fechado na parte de baixo, o seu decote era um pouco avantajado, mas nada que me fizesse sentir desconfortável. 

Calcei uns sapatos confortáveis, já que não sabia o quanto ia ter que andar, e fiz uma maquilhagem leve. Passei um perfume suave, quase imperceptível e terminei o look com uns brincos compridos, que condiziam com o vestido. 

Ouvi uma buzina do lado de fora de casa e apressei-me a colocar as minhas coisas dentro duma pequena bolsa e a descer as escadas.

Antes de sair de casa, retoquei o batom rosa avermelhado que contrastava com os meus fios castanhos e olhos cor de avelã. Dei um último jeito ao meu cabelo e os cachos emolduravam o meu rosto fino e livre de imperfeições.

Seguimos para um restaurante, o jardim verdejante gritava naquela morna noite de Verão. O restaurante era simples mas deixada passar alguns traços luxuosos. Ali estava, com os olhos postos no cascalho do chão depois de sair do carro, com a minha bolsa e as inocentes alças caídas.

***

Sem perguntas, apenas o silêncio de duas almas perdidas ali estávamos sentados frente a frente com um sumo natural na mesa.

A suculenta carne apareceu em apenas trinta minutos, quando o único tema na mesa era trabalho.

Nada mais foi dito e ambos começamos a comer.

"O que mais gostas de fazer?" - perguntei curiosa enquanto comia numa tentativa de inicia algum assunto.

Já passaram três dias desde que começamos a organizar a viagem escolar e desde então existe uma proximidade maior entre nós. Já conversamos sobre quase tudo desde família a futuro.

"Neste momento?" - lançou um olhar sedutor e o meu coração deu um pulo. - "Olhar para ti" - Sorri com isso.

"Garanhão!" - escondi o meu sorriso com o guardanapo que tinha no colo.

Depois da sobremesa pedi para irmos até ao jardim e Mason, apesar de contrariado, cedeu. Aquele restaurante tinha um jardim fascinante.

Senti uma aproximação repentina e os seus lábios juntaram-se aos meus. Os lábios dele comprimirem-se contra os meus e a sua língua invadiu a minha boca à procura da minha num beijo caloroso. Aos poucos Mason mordiscou os meus lábios e desceu os seus beijos, até ao meu pescoço. Arrepiei-me com a sua respiração contra a minha pele.

"Mason..." - tentei pará-lo, mas ele foi mais rápido e voltou a cobrir a minha boca com a sua.

A sua língua atrevida batalhava contra a minha. Coloquei as minhas mãos nos seus cabelos e puxei-os levemente.

Dei um grito surpreso contra os seus lábios quando este me empurrou contra a parede e me agarrou pela cintura. As suas mãos teimavam em subir lentamente pelo meu vestido e eu tinha a certeza que se ele continuasse eu não teria forças para pará-lo.

No entanto a imagem de um homem cujo pertencera à minha vida antiga apareceu na minha mente e eu empurrei-o com toda a força que tinha no momento. Desencostei-me da parede e coloquei as minhas mãos na frente do meu corpo em forma de proteção. Não tenho dúvidas de que as minhas bochechas estavam coradas, podia sentir o calor sem lhes tocar.

Mason suspirou frustrado e arranjou os seus cabelos, nervoso. Cabelos que à segundos estavam a ser puxados pelas minhas mãos.

Não disse mais nada, decidi que estava na hora de ir embora, inicialmente porque não lhe queria dar qualquer tipo de justificação, mas também porque não queria enfrentar as suas palavras árduas.

Antes de ouvir um "Espera!" corri dali para fora, completamente sem rumo. Escondi-me num local isolado e liguei ao Luke para me vir buscar, uma vez que ele é uma das poucas pessoas com quem posso contar a qualquer hora. 

Depois de tudo isto, só queria dormir e esquecer o passado que só me atormenta. 

Porque é que o passado não fica no passado? Porque é que regressa para assombrar o presente, para assustar o futuro, para apagar a luz que finalmente tinha vencido a escuridão? Regressa, sempre, quando pensamos  que já vencemos aquele medo, ou esquecido aquela paixão. O passado aparece para nos relembrar que na vida, nunca poderemos entrar numa porta, quando deixamos outra por fechar, porque é por ai que o passado reentra na nossa vida, no nosso presente.

***************************************************************************************

ThinkingOutLoud69