Secrets of Past (A.I)❀

You can run away but you can't hide ❀

"Vemo-nos mais uma vez." - disse e estendeu-me a mão.

Estendi a minha mão para apertar a sua, mas Ashton segurou o meu braço.

"Já conhecias o Christian?" - Sr. Collins perguntou com um sorriso. - "Isso é ótimo. Se ficares com o emprego já conheces o teu patrão."

"Ela não vai trabalhar para ele." - Ashton contrariou.

A sua voz estava baixa e fria, minuciosamente calculada, com uma falsa calma.

Christian - lembrei-me agora do nome dele - sorriu, como se estivesse a divertir-se com a atitude de Ashton.

"Vem Daisy, eu vou entrevistar-te." - Sr. Collins estendeu-me a mão e guiou-me para o elevador.

Subimos vinte andares até chegarmos ao escritório dele.

"Senta-te querida." - pediu assim que se sentou na sua grande cadeira.

Observei a sala à minha volta. Não tinha quase janelas nenhumas, apenas uma que ficava no canto da sala e era pequena. O ambiente era totalmente iluminado por várias luzes embutidas no teto. A decoração era bem masculina.

O chão era de azulejo preto e as paredes brancas. Num canto, inconstada na parede, tinha uma prateleira com muitas pastas e alguns livros. Ali próximo tinha dois sofás brancos e espaçosos, depois tinha a sua secretária que era preta, de madeira bem polida e brilhante, em cima desta tinha um porta-retratos, mas não sabia se continha uma foto ou não, pois não estava virado na minha direção. Por fim, do outro lado do escritório tinha apenas uma porta e uma grande planta ao seu lado.

"Diz-me querida, como te chamas? Quero o nome completo." - pediu tirando-me dos meus devaneios.

Observei enquanto ele tirava uma pasta de dentro de uma gaveta e esperava que eu falasse para começar a fazer anotações.

"Daisy Edward Clarke."

"Idade?"

"Dezassete anos." - murmurei. Ele olhou para mim.

"Queres que te empregue mesmo sendo menor?" - perguntou incrédulo.

"Por favor, eu preciso mesmo deste emprego. Para além disso, tenho experiência na área." - menti em relação ao facto de ter experiência, mas não em relação ao resto.

Se não começasse a ajudar Luke com as despesas era bem provável que os amigos dele começassem a reclamar, e com razão.

"És natural de onde?" - suspirou. Sorri triunfante.

"Austrália, mas morei em Portugal praticamente a minha vida toda."

Foi então que ele deixou cair a caneta na mesa, produzindo um barulho oco. Olhou para mim e depois para a folha.

"Qual é o nome da tua mãe?"

Estranhei a pergunta, mas não pensei muito nisso.

"Mary Clarke."

"Estás contratada." - levantou-se e apertou a minha mão novamente.

"Muito obrigada." - sorri amplamente.

"Não me interessa, ela não é para o teu bico." - ouvi uma voz masculina ao longe.

"Oh, o meu maninho está apaixonado, que fofo." - Sr. Collins suspirou ao meu lado.

"Os meus filhos nunca se deram bem. Sempre que se encontram, acontece isto."

Saímos da sua sala e percorremos o corredor em passos lentos.