A raiva nunca é a melhor solução. O ódio corroí por dentro. Os sentimentos ruins só atraem escuridão. Foi exatamente isso que Chloé provocou, a borboleta negra estava a centímetros da garota.
— Chloé, você tem que se acalmar. Você está atraindo um akuma — disse Adrien se aproximando devagar.
— Um akuma? Deixe que ele venha. Ninguém vai se importar em ver a "Rainha Má" ser akumatizada — retrucou ela.
A menina podia não ser a melhor pessoa do mundo, mas não merecia estar naquele estado, ninguém merece isso. Ela estava magoada, com o coração despedaçado por dentro. Não só por causa da rejeição de Adrien, mas por causa das lembranças que aquela situação lhe dava. Ainda estava muito magoada por causa de sua mãe ter ido embora. Sentia-se triste por ser vista como uma garota mimada por todos. Sentia inveja de Marinette, por ela ter tantos amigos. Não queria ser quem era, mas não se pode mudar a percepção que os outros tem de você em um piscar de olhos.
— Eu não quis ser rude com você, eu só...
O garoto foi interrompido pela voz ríspida da loira.
—Você só estava defendendo a Marinette. Só isso. Por que eu nunca vou ser um pingo da pessoa que ela é. Porque eu — disse ela apontando para si mesma — sou uma garota mimada que não tem sentimentos.
As lágrimas escorriam pelos olhos da loira que sentia o seu peito doer cada vez mais. Ela sempre seria a rejeitada.
— Eu não penso isso de você — tentou acalma-la, Adrien.
— Você não — falou ela, o som custando a sair de sua garganta — Mas todos os outros pensam. Eles não me deixariam nem ao menos tentar ser melhor. Ninguém nessa cidade sentiria minha falta se eu fosse embora.
— Eu sentiria — disse o garoto se aproximando ainda mais.
Ele não tirava os olhos dos dela, em uma tentativa de mostrar que suas palavras não eram falsas.
Chloé ficou paralisada por um instante, nestes segundos, Adrien, pensou que tivesse conseguido, mas sentimentos reprimidos por vários anos não somem assim tão fácil. A menina havia visto o akuma logo às suas costas, se virando disse sua última frase como Chloé.
— Agora já é tarde demais.
Adrien, correu tentando afasta-la da borboleta negra, porém não foi rápido o bastante. O inseto se desintegrou nos óculos da garota. Hawk Moth já estava no controle.
***
Escondida em um corredor vazio, Marinette, se transformou em Ladybug. Era tudo culpa sua. Se não houvesse se deixado levar pela raiva a professora Bustier nunca teria sido akumatizada.
A menina, corre tentando encontrar a Zombizou, mas algo lhe chama a atenção. Uma cabeleira loira. Adrien, dava passos lentos para trás enquanto gesticulava com os braços. Seu rosto parecia preocupado e até um pouco assustado. A heroína, não conseguia ouvir o que ele dizia e nem ver com quem ele falava, por isso resolveu se aproximar.
Quando estava perto o suficiente escutou as palavras do loirinho.
— Chloé, não deixe ele te controlar. Você é mais forte que isso.
Chloé? Ela tinha ficado tão chateada a ponto de ser akumatizada?
Uma voz estridente perfurou o ar enquanto uma garota, com o rosto coberto de maquiagem escura, se aproximava do loiro.
— Meu nome não é Chloé. Agora eu sou a Fúria. Hawk Moth, não me controla — falava a garota com um sorriso maléfico no rosto — Todos vocês acham que eu sou um mostro, agora eu serei exatamente o que pensam de mim.
Com uma pequena pausa ela olhou para o lado e avistou Ladybug, que ficou espantada ao reconhecer aqueles olhos azuis. Chloé, estava irreconhecível. Sua roupa negra com detalhes vermelhos brilhava com o reflexo do sol, suas botas pretas lhe atingiam o joelho, seu cabelo, antes dourado, era agora tão escuro quanto o de Marinette. Em suas costas um par de asas negras se esticavam, prontas para atacar, mas o que mais chamou a atenção da heroína foram as serpentes que rodeavam todo o seu corpo.
— Eu quero vingança! A começar por você, Adrienzinho — disse ela sarcástica, voltando a encarar o loiro.
O garoto que ainda não havia visto a joaninha arregalou os olhos ao perceber que seria atacado. Fúria, parecia se divertir ao ver o desespero no rosto do garoto. Era culpa dele ela estar assim. Era por causa dele que todos aqueles sentimentos ruins haviam retornado ao seu coração.
Ele seria sua primeira vítima e depois iria atrás de Marinette.
— Quero que você morra com seu próprio veneno — gritou ela antes de lançar uma de suas serpentes até o garoto.
Aquelas eram as piores pessoas. Os anjinhos que te fazem acreditar que são suas amigas, mas na primeira oportunidade te apunhalam pelas costas. Era assim que Chloé se sentia, traída. A raiva sob sua pele parecia ferver. Seu ódio a deixava cada vez mais forte. A sede por vingança a motivava ainda mais. Ela acabaria com todos. Todos que algum dia ousaram zombar ou criticar dela.
Ladybug, sem pensar duas vezes se jogou sobre o garoto. Não podia deixar que a Fúria o acertasse.
A heroína caiu sobre o loirinho. Seus olhos se encontraram e por um breve instante os dois esqueceram do mundo. Adrien, mesmo apaixonado por Marinette, ainda sentia uma certa atração pela heroína de Paris. Ela podia não ser mais seu amor principal, mas sempre estaria em seu coração. Enquanto isso, Ladybug, sentia suas bochechas esquentarem por causa da proximidade de seus corpos. A joaninha, sentiu o perfume do garoto, uma fragrância tão deliciosa que a hipnotizou. Ela queria beijar aqueles lábios. Queria sentir o gosto do loirinho. Mas e Cat Noir? E Hawk Moth? As akumatizadas? Não tinha tempo para se iludir, haviam duas vilãs que precisavam ser detidas.
— Também quer brincar Ladybug? Tenho muitas outras de onde veio essa — disse, a Fúria, rindo.
A heroína olhou para a vilã que já estava pronta para um próximo ataque.
— Nãoooo! — gritou uma voz na cabeça da akumatizada.
A Fúria ficou paralisada por um momento, ouvindo o que Hawk Moth lhe dizia.
— O que pensa que está fazendo? Não pode machuca-lo — continuou Hawk Moth.
Seu filho não devia ser tocado. Ele sabia o efeito da picada daquelas cobras, uma simples mordida deixaria a pessoa completamente paralisada. Apesar de todos os seus atos, Hawk Moth, ainda amava seu filho e não permitiria que ninguém o ferisse.
— Por causa dele eu me tornei o que sou agora. Ele é o motivo de minha irá — gritou a akumatizada.
O seu ódio por todos só aumentava a cada novo instante. A Fúria seria o pesadelo deles quando dormissem. Ela seria o monstro que os amedrontaria.
— Eu vou acabar com ele e com todos que se meterem em meu caminho, inclusive você, Hawk Moth, não ouse me desafiar.
— Lembre-se que eu te criei e posso te fazer voltar a ser uma humana patética se eu quiser — retrucou o vilão.
A Fúria abriu suas enormes asas e sorriu mostrando seus dentes pontudos e afiados.
— Você não pode fazer nada disso. Pode ter sido meu criador, mas só conseguirá me derrotar se destruir o objeto akumatizado. Você, Hawk Moth, não me controla. Eu faço o que eu quiser. Eu farei o mundo ser mergulhado no caos — gritou a garota.
A heroína, aproveitou que a vilã estava distraída para se levantar ajudando o loiro a ficar de pé.
— Você está bem? — disse ela tentando não mostrar seu nervosismo.
O coração da joaninha batia acelerado. Não podia negar, o garoto mexia muito com seu psicológico.
Com apenas um sorriso de canto, Adrien, acenou positivamente.
— Não ficará assim por muito tempo — disse a akumatizada pronta para um próximo golpe.
A joaninha e o loiro estavam encurralados, não tinha para onde correr. O medo de não conseguir proteger o garoto começava a invadir a mente da heroína. Tinha que mantê-lo a salvo. Tinha que levá-lo para um lugar seguro. Nem que isso lhe custasse sua própria vida.

VOCÊ ESTÁ LENDO
E Se Eu Não Te Amar?
FanficVocê já imaginou o que aconteceria se o Adrien tivesse ido tomar sorvete com seus amigos no episódio Glaciator? E se Cat Noir tivesse conseguido dizer que ama a Ladybug no episódio Cupido Negro? Ou ainda, se Adrien não tivesse sido impedido de ir ao...