Akumatizada

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Olhando para os lados, Adrien, procurava pela loira. Ele sabia como Chloé era frágil por trás daquela fachada arrogante, sempre parecendo tão indiferente. A verdade era que a garota se importava muito com a opinião das pessoas que amava e o modelo sabia o quanto a amizade dos dois era importante para ela. Aquela expressão nos olhos dela, aquelas duas bolinhas azuis que brilhavam ainda mais por causa das lágrimas que os inundavam. O garoto de olhos verdes sentiu um aperto no peito ao vê-la naquele estado, apesar de tudo eles eram amigos e amigos servem para cuidar um do outro e não para magoar.

O modelo correu pelos corredores do colégio sem avistar a menina. Onde ela estava? Como poderia ter à perdido de vista em tão pouco tempo?

Em um canto escuro ele avistou uma bolinha amarela e ao se aproximar, percebeu, era Chloé encolhida com seus cabelos loiros envolta de seu corpo. Mais uma vez, Adrien, sentiu uma dorzinha no peito. Era tudo culpa dele. O corpo da garota tremia por causa dos soluços, seu choro era silencioso, seu rosto coberto pelos fios dourados, mas isso não impediu o modelo de perceber o quanto suas palavras haviam à ferido.

Ele era um idiota. Sempre magoava as pessoas ao seu redor. Com Marinette também foi assim, mas desta vez ele estava convencido de que conseguiria consertar as coisas. Com as duas garotas.

Abraçando os próprios joelhos, Chloé, deixava todas as sensações que haviam lhe dominado quando sua mãe foi embora lhe controlarem novamente. Não queria ser uma pessoa ruim. Não queria ter se tornado quem se tornou, mas não poderia mudar de personalidade de uma hora para outra. Ela sabia que havia se transformado em um monstro arrogante e irritante. Sabia que era uma pessoa horrível. Afinal, do que adiantaria tentar se tornar alguém melhor? Adrien, era uma das poucas pessoas que haviam visto seu lado bom, e o que adiantou? Ele a havia rejeitado na frente da sala inteira. Para que tentar ser boa se ninguém nunca ligaria para isso? Ela sempre seria a garota má. Sempre seria a menina mimada que todos odiavam.

Chloé levantou o rosto e fitou a parede a sua frente, enquanto sentia a raiva se espalhando por seu corpo.

O loiro se aproximava da garota quando avistou a pequena borboleta negra já a poucos centímetros dela. Não podia deixar que o akuma a pegasse. Seria sua culpa se isso acontecesse.

A loira, vendo o garoto, limpou as lágrimas em seu rosto e se levantou. Ela estava determinada a nunca mais deixar que ninguém à afetasse. Seria dona da sua própria vida, sem precisar da ajuda de nenhuma outra pessoa para ser feliz.

E o akuma voava com sede de raiva, pronto para fazer mais uma vítima.

***

A professora sempre tentava manter a paz dentro de sua sala de aula, mas, após anos de experiência, sabia que uma hora ou outra teria alguma discussão entre seus alunos. Acusar alguém sem ter nenhuma prova era uma atitude errada. Mesmo que Chloé fosse uma garota um tanto difícil de conviver, Caline, à entendia um pouco. Ser abandonada pela própria mãe não deve ter sido nada fácil, nada que justificasse suas atitudes, mas o fato de todos à julgarem tão mau fazia com que a própria Chloé se convencesse de que era uma má pessoa.

Ninguém nasce um monstro, as pessoas se tornam pessoas ruins por causa do mundo. A vida é cruel, mas as pessoas ao nosso redor nos ajudam a superar as dificuldades. O problema era que Chloé Bourgeois preferiu se tornando alguém frio para não mostrar a sua fraqueza. Uma máscara que ela mesma havia colocado em si.

A Srta. Bustier queria mostrar a sua aluna que não se pode julgar as pessoas. Afinal, nem sempre as coisas são o que parecem ser. O velho ditado estava certo em cada palavra, "Nunca julgue um livro pela capa".

E Se Eu Não Te Amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora