Giulia Facchin sempre se achou madura demais pra todos os garotos que passaram por sua vida.
Oliver Bellucci acabou de sair de um casamento de nove anos, colocando sua profissão como foco principal de sua vida.
Bastou um gol perdido no final de um...
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O juiz deu o apito final e o narrador pôde decretar o placar final da estreia do meu time na Premier League:
Um pro Chelsea e ZERO pro London City.
Por mais que o time estivesse se adaptando às contratações da última janela de transferência era ridículo a forma que os jogadores haviam entrado em campo. Me deixando ainda mais irritada com a derrota boba pra um de nossos maiores rivais.
E como forma de descontar toda a minha raiva em um dos culpados pela nossa derrota, resolvi entrar no Instagram, mas como nada estava a meu favor, a primeira foto do meu feed foi de Bellucci, o jogador que perdeu nossa última esperança de vencer o jogo, uma bola na cara do gol.
A foto era da partida de hoje, com o jogador italiano de costas olhando para a torcida, acompanhada com um textinho manjado pedindo desculpas que eles sempre postam.
Revirei os olhos, abrindo os comentários que eram divididos entre xingamentos e apoios, mas naquele momento meus pensamentos estavam sendo movidos a raiva e me juntei a metade rancorosa da torcida, adicionando alguns comentários ali. E não contente com o feito, abri seu perfil, indo diretamente a Direct Menssage, preparada para desabafar.
"Grazie, giocatore, não custava nadinha fazer aquele gol!!! E graças a isso terei que pagar durante uma semana o jantar de um amigo."
"Eu poderia bater em você durante uma semana facilmente!!!"
"Apesar de ser mais fácil eu jantar no restaurante mais caro de Londres do que você acertar aquele maldito gol!!!"
Com a alma um pouco mais calma e lavada, bloqueei meu celular, orgulhosa por fazer parte dos torcedores corneteiros do London City.
Eu tinha a plena consciência de que a culpa não era apenas de Oliver e sim de todo o time, mas a maior parcela dessa fúria é comigo mesma por apostar esse jogo com Andrew, e ainda por cima perder.
— Precisa de ajuda? — questionei, entrando na cozinha, dando de cara com minha mãe mexendo em algumas panelas.
Éramos apenas eu e ela desde sempre.
Meu pai havia abandonado minha mãe quando descobriu que ela estava grávida de mim, então ela optou por me criar, tendo algumas ajudas de sua melhor amiga, que também era minha madrinha.
E quando sua melhor amiga ganhou uma oportunidade única de trabalho em Londres, minha mãe não perdeu a chance de ir embora da Itália, deixando pra trás as mágoas que ainda possuía de meu pai, focada a reescrever nossa história em outro país, ao lado de minha madrinha.
Graziela sempre fez o possível e o impossível na minha criação e eu não poderia ser mais grata por todo seu esforço e dedicação.
— Não, mi amore! — sorriu, limpando as mãos em um pano. — Você não ia sair com seus amigos?
