Giulia Facchin sempre se achou madura demais pra todos os garotos que passaram por sua vida.
Oliver Bellucci acabou de sair de um casamento de nove anos, colocando sua profissão como foco principal de sua vida.
Bastou um gol perdido no final de um...
"I'm standing in your line I do, hope you have the time I do, pick a number too I do, keep a date with you..." About a Girl - Nirvana
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A primeira coisa que fiz ao sair da faculdade foi passar o endereço de Beatrice para Oliver Bellucci.
Tomei essa decisão por dois motivos.
O primeiro era que eu não queria que meus vizinhos — e amigas da minha mãe — me vissem entrando em um carro desconhecido.
E segundo porque simplesmente eu ainda não queria contar pra Dona Graziela que iria jantar com um jogador de futebol. Não saberia explicá-la como que isso aconteceu, e o fundamento desse jantar.
Nem eu mesma sabia.
— Provavelmente ele vai te levar em um restaurante muito chique e caro — Beatrice disse enquanto remexia seu closet. — O que você tá pensando em usar?
— Faço certo em levar esse jantar pro lado de um encontro? — questionei, analisando algumas roupas que estavam esticadas em sua enorme cama.
Bea soltou uma risada, abrindo algumas gavetas de maquiagens — caríssimas — devidamente organizadas dentro.
— Deveria! — falou concentrada em uma paleta de sombras da Nars. — Eu sei muito bem o que você quer desse jantar — me alfinetou e eu fui obrigada a alfinetar.
Mordi o lábio inferior, encarando as roupas que eu havia deixado pré escolhidas, mas nenhuma ali me agradava.
— Depois daquela troca de mensagens, eu admiro ainda mais a mulher que você é — minha amiga falou, me fazendo rir.
Quando recebi a solicitação de Oliver para me seguir no Instagram fiquei surpresa, já que antes do jogo do meu time contra o Arsenal eu havia excluído meu perfil no aplicativo de relacionamento, pelo motivo de: não tinha graça entrar nele sem Bea ou Annie do meu lado pra zoar os perfis alheios.
E mesmo depois da rápida troca de mensagens com Bellucci, eu não havia colocado fé que voltaríamos a conversar.
— Vamos combinar que ele não iria me seguir no Instagram à toa, não é mesmo? — abri um sorriso irônico. — Eu só aproveitei a oportunidade de ganhar um jantar e quem sabe um after... — gargalhei.
— Hm, então quer dizer que existe sim um desejo sexual? — Bea arqueou a sobrancelha, indicando com o dedo o lugar para eu sentar.
— Da minha parte? — questionei, apontando pra mim mesma. — É claro! — conclui, abrindo um sorriso, mostrando todos os dentes. — Bea, quero nada muito forte, você sabe que não gosto de ficar toda rebocada — alertei, me sentando na cadeira de sua penteadeira.
— Depois da tia Grazi, eu sou a pessoa que mais conhece você, meu anjo — disse batendo o pé e revirando os olhos.
— Então você também sabe que eu sou a rainha dos atrasos, mas hoje não quero fazer jus a esse título — virei em sua direção. — Faça sua mágica em tempo recorde — falei passando as mãos em meus cabelos pela quinta vez consecutiva.
