Vilarejo

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  O pequeno vilarejo estava em prantos. Até na cidade vizinha podia-se ouvir o lamento dos moradores. Em meio as lágrimas de tristeza, havia o medo entalado na garganta.
O único que poderia salvar todos eles, estava morto...

Nick era apenas um jovem guerreiro, que foi treinado desde pequeno para defender o vilarejo de criaturas sobrenaturais que surgiam na madrugada e espalhavam o pavor no coração das pessoas, e pelo chão um tapete macabro de sangue. Sempre vítimas inocentes, em sua maioria crianças, sepultadas pela manhã.
Mas ele se apaixonou, e a paixão havia vendado seus olhos.
Ela era uma bruxa, mas nunca escondeu isso dele. Seus longos cabelos loiros que flutuavam com o vento, seus olhos azuis e lábios rosados, fizeram Nick desejar estar ao lado dela, o tempo todo. Foi seu coração tolo que o levou a ruína.

Amélia não o amava, mas mentiu tão bem, que por um segundo até pensou que o sentimento era verdadeiro, afugentando esse pensamento, ela decidiu ir em frente. Naquela noite, enquanto ele dormia, com os braços em volta do corpo nu dela, a feiticeira perfurou o coração dele com uma adaga.
Mais tarde jogou o corpo inerte para fora da cabana e esperou.
As poucas pessoas que tiveram coragem de se aproximar gritavam em um coro ensurdecedor:
– Queimem a bruxa!!!
Então o fogo começou a se alastrar, mas as chamas se apagaram antes de tocar a pele dela.

Ela só queria vingança e era invencível agora. Chorou baixinho pelos pais que foram brutalmente assassinados por Nick, e chorou por ter as mãos manchadas de sangue, mas seu sofrimento acabava ali. Não podia mudar quem era, não podia mudar seu destino. Havia nascido para trazer discórdia, sofrimento, e estava disposta a isso.
O único que poderia salvar todos eles, estava morto.

Quem conta um conto aumenta um PontoOnde histórias criam vida. Descubra agora