Quem conta um conto aumenta um Ponto

Sussurros

  Alana odiava sair de casa, ela era uma pessoa caseira e tímida. Acreditava que o melhor lugar para estar era na segurança e conforto do seu quarto, longe de tudo e todos. Mas no começo do verão, para a sua surpresa, conheceu Jenna, sua nova vizinha.
A amizade entre as duas começou de forma inesperada, ambas se esbararam quando estavam colocando o lixo para fora, apesar de um resmungo duplo em poucas semanas já eram unha e carne, como muitos dizem...
Ninguém de fora poderia entender o que elas tinham em comum, porque na verdade, elas não tinham nada. Jenna era aventureira e intensa. Talvez fosse isso que as unia, o que faltava em uma, tinha de sobra na outra.

Em um belo dia Jenna convidou a recém-amiga para acampar na floresta da cidade vizinha, seria uma pequena viagem de 6 horas (indo de carro). Uma coisa só delas, uma chance de se conhecerem melhor. Relutantemente Alana aceitou o convite, sem saber que apenas uma delas sairia de lá.

Conhecida no submundo como A Floresta dos Mortos, aquele aglomerado de árvores e arbustos recebeu as garotas como um bom anfitrião; o ar ali era mais suave, fresco, acolhedor...
A loucura porém, começou de forma sutil, mas se alastrou como fogo. Parecia haver sussurros em todos os cantos, vozes revelando seus segredos mais obscuros, mas todos falados em línguas estranhas e morta.
Ao cair da noite Alana pensou ter visto um animal, talvez um lobo, jurava ter visto seus dentes afiados e sentido seu bafo fétido, mas quando voltou a si, suas mãos estavam cobertas de sangue seco. Um tempo depois exames laboratoriais mostraram que aquele líquido escarlate pertencia a outra garota, mas Jenna nunca foi encontrada.

Acusada de assassinato e ocultação de cadáver Alana se enforcou semanas depois em sua cela, na prisão. Não por culpa, ela não lembrava de ter matado ninguém, e se não recordava, não tinha feito nada. Mas ainda ouvia os sussurros em seus sonhos, logo não queria mais dormir, no entanto o sono vinha todas as noites.