Prólogo

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    A flecha incandescente atingiu a parede.
Fogo. A madeira antiga e seca da velha casa onde estávamos pegou fogo em um instante. Uma fumaça escura e oleosa encheu o ar, arranhando meus pulmões e fazendo-me tossir. Ao meu redor, meus novos amigos gritaram em choque, antes de agarrarem suas armas, preparando-se para lutar por suas vidas.
    Isto tudo é por minha causa.
    Uma flecha após a outra riscou os ares, alimentando as chamas. Através da névoa de cinzas, procurei desesperada pelos olhos de Lucas. Sabia que ele me protegeria contra o que quer que fosse, mas ele também estava em perigo. Se alguma coisa lhe acontecesse enquanto ele estava tentando me socorrer, eu jamais me perdoaria.
    Tossindo por causa do ar carregado de fuligem, segurei a mão de Lucas e corremos em direção à porta. Mas eles estavam preparados para nós.
    Por entre as chamas,viam-se as silhuetas de figuras sombrias enfileiradas, assustadoras, postadas do lado de fora da casa. Não brandiam armas;eram desnecessárias para deixar clara a ameaça. Eles tinham vindo atrás de mim. Tinham vindo para punir Lucas por ter quebrado as regras. Tinham vindo para matar.
    Tudo isto esta acontecendo por munha causa. Se Lucas morrer, será minha culpa.
    Não havia para onde ir, para onde correr. Não podíamos permanecer ali, não com as labaredas rugindo ao nosso redor, o calor já tão forte que fazia arder minha pele. Em breve o telhado cederia e esmagaria a todos.
    Lá fora, os vampiros esperavam.

NOITE ETERNA                    DE CLAUDIA GRAYOnde histórias criam vida. Descubra agora