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Mark

Ao estacionar o carro próximo ao avião, olho para Vivian, que parece pensativa ao meu lado. Embora esteja claramente impressionada com o que acabei de dizer, ela não se mexe nem faz menção de sair.

Desço do carro, dou a volta e abro a porta do carona esperando que ela saia sem que eu precise usar a força física. Os braços cruzados demonstram sua total insatisfação em estar aqui, mesmo que eu a tenha livrado de um grande problema.

Meu olhar ameaçador envia a ela um recado silencioso. Vivian o assimila, bufa e sai rapidamente, voltando a cruzar os braços.

O avião de pequeno porte está parado a poucos metros de onde estamos. Dois agentes posicionados do lado de fora nos esperam. Começo a caminhar, mas percebo que a garota não acompanha meus passos, fazendo-me parar e encará-la novamente. Eu a olho com uma expressão impaciente, mas decido não dizer nada.

— Será que posso ao menos saber para onde vamos e com quem estou lidando? — Ela tenta demonstrar insatisfação, mas o que vejo é algo muito além disso. Medo.

— Acho que é você quem tem muito a nos dizer, Vivian.

— Eu estive presa no seu quarto e, em vez de estar dentro de um voo comercial de volta para a Califórnia, estou aqui, prestes a entrar em um avião particular, com pessoas desconhecidas. Se há alguém atrás de mim, devem ter me confundido. Não sou quem você ou qualquer pessoa pensa que sou.

Analiso seu rosto delicado e pondero antes de responder. Está na cara que ela sente medo, muito medo agora. No entanto, insiste em se manter firme sobre um fato incontestável, tornamo-nos alvos do nosso alvo por causa dela.

Olho para os dois agentes, que parecem curiosos, provavelmente imaginando que eu não tenha nenhum controle sobre quem levo comigo.

— Eu vou saber de qualquer jeito, você só precisa me acompanhar.

Ela não responde, mas também não se mexe.

— Tudo bem. Você pediu.

Vivian ergue as sobrancelhas, e, em um movimento rápido, eu a pego pelas pernas, pendurando seu corpo, de barriga para baixo, sobre meu ombro. A garota se debate, grita e esperneia, mas eu não me importo. Meus colegas se entreolham, enquanto me aproximo, e eu paro para cumprimentá-los apenas com um leve aceno de cabeça.

— Nossas coisas estão no carro — aviso, e eles entendem meu pedido.

— Você não pode me prender de novo! — ela berra, mas seus gritos não surtem qualquer efeito sobre mim.

Subo as escadas e rapidamente a coloco em um dos assentos, prendendo-a pelo cinto. Eu seguro seus punhos na tentativa de fazê-la parar de me agredir, mas Vivian está descontrolada e chuta minhas pernas com força. A garota tenta me empurrar com os pés, mas o máximo que consegue é me afastar alguns poucos centímetros. Talvez, se fosse um homem em seu lugar, a essa altura eu já estaria desmaiado.

Um dos agentes reaparece com cordas e adesivos, enquanto o outro coloca minhas malas no banco ao lado. Seguro os dois pulsos da garota com força, enquanto pressiono suas pernas com meus joelhos. Não quero que Vivian acerte, especificamente, determinado ponto do meu corpo. Amarro os pulsos e depois as pernas. Os palavrões soam alto e, pela primeira vez, percebo que essa mulher pode não estar preocupada ou não tem medo de morrer. Impaciente e com raiva, prendo sua boca com o adesivo e então o ambiente é preenchido pelo silêncio.

— Ótimo — sussurro e me ergo em seguida.

Pego um fone de ouvido e coloco sobre a cabeça da garota. Ligo o som e a deixo ali, amarrada, mas finalmente imobilizada.

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