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Mark

Posso sentir os arrepios percorrerem sua pele macia. Não sei o que estou fazendo, por que a estou tocando se poderia analisar sua ferida apenas com os olhos. Mesmo cansado, não posso ignorar sua beleza e tampouco a ereção crescente sob minha calça. Talvez isso se deva aos meses em que me dediquei somente a essa missão. Não poderia permitir que nenhum tipo de distração afetasse meus planos para essa viagem, mas todos esses meses focado no trabalho resultaram em um homem sedento de sexo.

Fecho os olhos e me afasto do corpo seminu que está deitado de bruços sobre a cama. Em silêncio, eu ainda a observo.

Vivian é uma mulher linda, com curvas sensuais e extremamente femininas. Ela é o tipo de mulher que, certamente, enlouquece qualquer homem. Não foi à toa que, mesmo com zero experiência, Vivian conseguiu enganar aqueles homens. Um rosto delicado e um corpo cheio de curvas perfeitas são ingredientes para levar um homem ao inferno.

Saio do quarto com o intuito de me acalmar e, claro, conseguir remédios e um kit de primeiros socorros. Estou agradecido que Vivian não tenha visto o volume nas minhas calças.

Mesmo que ela estivesse de acordo, não tenho direito de despejar minha necessidade dentro de um corpo que foi usado a vida inteira. Sua adolescência foi corrompida por um homem muito mais velho; um homem que provavelmente a espancou, assim como fez com a mãe dela.

As palavras dela, quando confessou ao Walker que havia sido estuprada com apenas doze anos, afetaram não somente a ele, mas a mim também.

Confesso que estou surpreso com o rumo de meus pensamentos. Mesmo demonstrando apatia sobre tudo isso, não pude deixar de me perguntar como um homem consegue se olhar no espelho depois de cometer um ato tão sórdido. Já estive na guerra e presenciei cenas terríveis, mas nada me impressionou até saber que Vivian foi estuprada quando criança. A impressão é de que, mesmo que eu queira negar, desenvolvi certa empatia em relação a essa mulher. Sem dúvida isso despertou em mim um desejo ainda maior de matá-lo, e eu vou fazer isso, porque nunca abandono uma missão antes de concluí-la.

Não sou uma pedra de gelo, menos ainda psicopata. Posso imaginar seu sofrimento, mas não faço a menor ideia de como ela absorveu tudo isso.

O mais rápido que posso, pego remédios e tudo de que preciso para cuidar de Vivian. Retorno ao quarto, na esperança de que ela ainda esteja acordada. Na verdade, não acredito que ela tenha adormecido, levando em conta a dor que deve estar sentindo. Assim que fecho a porta, noto que seu corpo continua na mesma posição, embora trema. Seus sussurros e gemidos parecem uma mistura de palavras desconexas.

Seguro seu corpo frágil, aproximando-me de seu ouvido.

— Estou aqui, vou cuidar de você — meu sussurro parece ajudar.

Ela se cala, mas ainda treme, aparentemente está com febre.

Cuido de sua ferida e vejo que ela se contorce quando sente o líquido antisséptico sobre o machucado. Vivian geme alto, naturalmente sentindo dor. Limpo os resíduos de sangue com algodão e fecho a ferida. Lentamente faço-a se sentar apoiando-se ao meu corpo. Dou a ela um remédio para dor e um anti-inflamatório.

— Tome.

Mesmo com os olhos fechados, Vivian faz o que mando. Em seguida eu a deito de lado na cama, ajeitando seus longos cabelos sobre o travesseiro. Não demora muito para que seus tremores diminuam até pararem totalmente. Vivian parece bem enquanto dorme um sono profundo.

***

Vivian

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