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Capítulo 22

Os olhos azuis do doutor Sharman fitavam Zayn e eu intercaladamente e ele não deixava de lado seu sorrisinho nem mesmo por um minuto. Estava sem saber o que falar.

— O conhece? — Zayn perguntou.

— Ele é o meu novo colega de trabalho. — respondi olhando-o e ele ficou ainda mais sério.

— E não me contou que tinha companhia nova no trabalho?

— Ele é muito real. — Daniel disse admirado e suspirei.

— Zayn, esse é o Daniel. — disse e Dan estendeu sua mão para cumprimentar Zayn.

Para minha completa surpresa, Zayn deu um passo à frente, encarou-o por alguns segundos e depois deu o dedo do meio para Daniel.

SIM! ELE DEU O DEDO DO MEIO!

— Oh meu...

— Eu não gosto de você. — Zayn disse firme e arregalei os olhos.

— Wow! — Daniel disse e riu — Desculpe? — perguntou confuso.

— Você... Quer entrar? — perguntei.

Diz que não!

— Claro! — ele disse e pude ver quando Zayn cerrou os olhos para mim.

Dei espaço para que Daniel entrasse e Zayn fechou a porta, cruzando os braços na altura do peito como se fosse uma criança emburrada e acompanhei o doutor Sharman até o sofá.

— Eu trouxe as minhas pesquisas e acho que vai ser útil para você. Usei alguns relatos de pessoas que relataram se sentir em dois lugares ao mesmo tempo e mais alguns acontecimentos sobrenaturais. — ele disse animado abrindo as pastas e sorri.

— Isso vai ser ótimo! — respondi no mesmo tom.

— Ah, e como eu peguei a patente há alguns anos posso cedê-la para você.

— Sério? — perguntei surpresa.

— Claro. Eu pausei o trabalho, não me importaria em nada.

— Muito obrigada! — sorri.

Olhei para Zayn que estava mais sereno agora com as mãos no bolso da sua calça de moletom e lhe lancei um sorriso gentil para que se acalmasse, ele só retribuiu brevemente.

— Senta com a gente Z? — pedi.

— Eu vou ver se o bolo está pronto. — ele disse calmo e se retirou.

Ia levantar para ir atrás dele, mas Daniel segurou a minha mão e começou a falar animadamente sobre uma das pautas da sua pesquisa. Não tive como me desvenciliar da sua excitação com aquilo, então apenas suspirei e decidi ouví-lo.

— Ele é muito real. — Daniel disse baixo.

— Sim. Ele é.

— Helsinki me contou que você está testando ele. — ele disse sorrindo e confesso que fiquei desconfortável — Desculpe, eu...

— Tudo bem.

— Helsinki fez um ótimo trabalho. — ele sorriu gentil e retribuí.

— Sim. Zayn é a coisa mais perfeita que já vi. — disse com um sorriso incontrolável e vi Daniel rir fraco.

— Parece muito intenso. — ele disse.

— Eu...

— Hayden? — a voz de Zayn soou e nós o olhamos.

— Oi Z. — sorri.

— Pode me ajudar em uma coisa? — ele pediu e franzi o cenho.

— Claro. — disse e olhei brevemente para Daniel — Com licença.

Daniel assentiu com o habitual sorriso gentil e então levantei, tomando a mão de Zayn e sendo guiada por ele até o quarto. Franzi o cenho, mas logo o mesmo me pegou no colo e me abraçou forte.

Franzi o cenho, confusa por essa atitude, mas o abracei de volta aproveitando o conforto de seus braços e o som artificial que ele acostumou-se a fazer de um coração batendo.

— O que houve Z? — perguntei muito baixo, acariciando suas costas.

— Nada.

— Tem certeza?

— Sim. — ele disse calmo e sentou comigo na cama, deixando-me em seu colo.

Sorri e comecei a acariciar seu rosto suavemente enquanto estudava a sua expressão serena e de tremenda ternura. Beijei seu rosto aleatoriamente na bochecha, testa, queixo e ponta do nariz, o fazendo sorrir.

— Obrigado. — ele disse.

— Pelo quê?

— Eu só precisava de ajuda com isso. — ele disse e franzi o cenho.

— Como assim Z?

— Estava me sentindo ameaçado.

— Pelo Daniel? — perguntei confusa.

— Como se ele pudesse tomar meu espaço.

— Oh, não! Eu...

— Está tudo bem. — ele sorriu — Eu sei que você gosta mais de mim.

Suas mãos acariciaram minha cintura e não pude deixar de sorrir. Era tão real e seus hábitos e forma de falar me faziam cair cada vez mais aos seus pés, entregando totalmente meu coração em suas mãos.

Entregando-me por completo a um robô.

— Você está bem?

— Sim. Pode voltar lá, vou ficar recarregando as minhas baterias para fazermos foda quando ele for embora. — ele disse sutilmente e gargalhei.

— Você não para, huh?

— E você gosta. — ele rebateu e abri a boca.

— Ora essa!

— Dessa vez vamos fazer anal. — ele disse sério e arregalei os olhos.

Eu não tô acreditando que ele continua com essa história de comer meu rabo!

— Tchau! — disse levantando de seu colo e o ouvindo rir.

Fechei a porta do quarto e voltei para a sala, encontrando Daniel foleando um dos artigos de sua pesquisa de forma concentrada, o que me fez rir um pouco.

— Está muito concentrado. — disse e ele me olhou.

— Ah, eu sou sempre assim no trabalho.

— Isso é ótimo. — ri e sentei ao seu lado.

— Olha só, se calcular isso aqui em Newtons segundos por metro, talvez dê o resultado exato. — ele disse me mostrando um dos calculos.

— E usar o produto com a fórmula de trabalho, huh? — disse e o vi sorrir encantando.

— Céus! Encontrei a minha cara metade da física quântica! — ele disse de uma forma engraçada e gargalhamos.

Apenas da física quântica, querido.

[...]

Robotic Love • z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora