Prólogo

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Dois anos atrás...

Eu precisava de uma bebida. Tipo, agora. Eu não costumava ser de beber muito, mas acredito que quando seu pai morre as regras são anuladas. E se não são, que se foda.

Então, vou para o bar mais próximo do hospital. Tento não pensar no que poderia ter feito diferente, ou como poderia ter ajudado. Apenas dirijo, deixando minha mente completamente em branco.

Entro em um bar que, honestamente, não parece ter um aspecto muito bom, mas era afastado e talvez venda bebida para menores. Bem, menor de idade por um dia, mas quem sabe. Alguns vendedores são bem filhos da mãe.

Paro meu SUV na frente do bar e vou direto para dentro, sem me importar com olhares tortos ou homens mais velhos me secando. Ando para o balcão, e peço direto uma dose de Vodka.

O homem me olha torto, e por um segundo tenho certeza que vai me pedir pela identidade, mas apenas balança a cabeça e vai pegar meu pedido. Eu suspiro, e me sento.

Eu não era o que você podia chamar de filha do ano. E meus pais não eram exatamente perfeitos. Mas isso não significa que não doeu ver meu pai morrer. Doeu como uma vadia, na verdade. Ou talvez, seja apenas a morte do cara que ele podia ter sido que me afetou. Minha mãe tentando não chorar, seu orgulho sempre superando tudo. Até mesmo a morte do homem que passou mais de vinte anos ao seu lado.

Eu não pude aguentar muito, então assim que o médico disse que infelizmente meu pai não sobreviveu a cirurgia para tirar aquele tumor de seu peito, eu saí. Não derramei nenhuma lágrima, pelo incrível que pareça.

Minha relação com meus pais certamente não era boa. Eles me tiveram bem jovens, e eu realmente acredito que se arrependeram. Meus pais eram ambos muito orgulhosos, sem demostrar arrependimento ou até mesmo muito amor.

O barulho do copo sendo posto na minha frente me despertou dos pensamentos e eu imediatamente viro tudo. A queimação na garganta foi bem vinda, e eu imediatamente fiz um gesto para enviar mais.

Não sei quantos eu tomei. Três, talvez... Ou dez. Realmente não sei. Mas era bom, porque meus pensamentos ficaram confusos e eu não podia pensar em coisas como a morte de meu pai. Era apenas a boa e velha névoa da bebida.

Eu devia estar bêbada quando escuto a voz, porque me deu imediatamente vontade de sorrir. Era uma voz musical, mas ao mesmo tempo rouca e máscula.

"Esse acento está ocupado?" Quando eu olho para o lado, para encarar o dono da voz, travo.

Na minha frente, tinha um homem que podia muito bem ser descrito como um deus grego. Seus cabelos dourados eram sensualmente bagunçados, e ele tinha dois lindos olhos âmbar. Era normal as pessoas terem dois olhos, certo?  Acho que sim, nunca vi ninguém com três olhos...

Me concentro no homem na minha frente, e por um instante, penso se devo deixar que ele se sente. Não sou normalmente de flertar com um estranho qualquer, mas esse estranho era lindo. E eu não estava em um dia normal. Então, ignorando totalmente todos os sentidos sóbrios que eu ainda  tinha, sorrio.

"Agora está."

Dark Twin - Dark Phoenix (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora