Capítulo Trinta e Quatro

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Trent

"E agora... Dark Phoenix!" Eu estalo o pescoço, sorrindo quando eu e os meninos entramos no palco. Assim que escuto os gritos e aplausos, a adrenalina familiar, que eu apenas recebo em momentos como esse, aparece. Levanto a mão em um punho, e os fãs gritam mais ainda. Porra, eu amo meu trabalho.

Vou para meu lugar no palco, na lateral de Aust, oposto a onde Connor está. Dame vai para trás da bateria, como sempre sendo o mais discreto. Troco um olhar com Aust, que dá aquele sorriso torto de sempre.

"Como vocês estão, Vegas?" Aust diz no microfone, fazendo até algumas pessoas na frente chorarem de desespero. O público grita, e o vocalista solta uma risadinha. "Estão preparados?"

Os fãs gritam novamente, e Aust olha para mim. "Trent, está preparado?"

"Porra, sim." Digo, respondendo a ele divertido, e o vocalista se vira para o baixista. Connor arqueia uma sobrancelha, sorrindo um pouco.

"Connor?" O baixista rola os olhos.

"Porque ainda estamos conversando?" O Aust solta uma risadinha, mas não menciona Dame. Não era porque ele não queria, era porque o próprio baterista pediu para ele não fazê-lo.

Damien estava aqui puramente pela música. Ele gostava do público, claro... Mas não gostava de aparecer. Odiava, para falar a verdade. Então pediu que ficasse apenas atrás da bateria, cantando se necessário. Alguns dos fãs criavam teorias pelo porque Dame se mantém no escuro, algumas até mesmo cômicas.

Aust olha para mim, e eu levo como o sinal para começando a primeira nota, acompanhado logo depois por Dame. Connor segue logo em seguida, e o vocalista começa a bater o pé, tirando o microfone do suporte.

A melodia de motherfucker in the house soa familiar aos meus ouvidos, e logo que Austin começa a cantar, o público acompanha a letra. Eu sorri, meus dedos trabalhando na corda da guitarra antes que eu consiga até mesmo pensar no que estava fazendo.

Foda-se... Quando nós estávamos no palco, eu nunca pensava no que estava fazendo.

You call me in your house
Take your clothes of,
And baby, I can't help it.
Oh, no, I can't help it.

You tell me he's not home
So we can have our fun
Can I get some?
Oh, yeah... But there is a motherfucker in the house
Oh, baby, motherfucker in the house

I'll fuck you all the night long
But in the morning I'm gone
Cause baby,
I'm the motherfucker in the house.

(Você me chama na sua casa
Tira suas roupas
E, baby, não consigo me impedir
Oh, não, não consigo me impedir

Você me diz que ele não está em casa
Então nós podemos nos divertir
Posso receber um pouco?
Oh, yeah, mas tem um filho da puta na casa
Um filho da puta na casa

Vou foder com você a noite inteira
Mas na manhã eu vou embora
Porque baby,
Eu sou o filho da puta na casa.)

O público acompanha a letra de cabeça, me fazendo sorrir. Essa era uma das primeiras músicas que nós escrevemos... A única que escrevemos juntos. Bem, mais ou menos juntos. Dame praticamente fez tudo, mas nós estávamos lá e demos ideias, então acho que soa melhor dizer que fizemos juntos.

O show dura algumas horas, e eu aproveito cada pedacinho dele. No meu solo, ouço alguns pedidos de casamento de algumas fãs, o que me faz rir um pouco, baixinho.

Austin, por outro lado, recebia calcinhas e sutiãs - e até mesmo algumas cuecas, se eu não me engano - todo o segundo.

Concluimos o show com o nosso mais novo lançamento. She is not yours to play with. Ironicamente, não fui eu que escrevi, mas a música se aplicava demais na minha atual situação, por mais estranho que seja. A música falava sobre um homem apaixonado por sua ex amante, que atualmente está comprometida. Ha. Consegue ver a semelhança, certo?

Austin da aos fãs uma despedida e eu dou uma última encarada para as milhares de pessoas nos assistindo com um sorriso que eu não conseguiria tirar do rosto nem mesmo se tentasse. Meu coração batia acelerado por conta da adrenalina, e sigo atrás do vocalista, saindo do palco.

"Caralho, eu amo essa porra." Aust murmura com o mesmo sorriso que nós quatro tínhamos.

Seguimos direto para o camarim, e nem mesmo a presença de Brad lá dentro diminui meu humor. Ele estava sentado no sofá, com algumas papeladas na mesa na sua frente. Eu sabia que deveria ser o contrato com a gravadora, e os meninos parecem animados.

Sento no sofá e Brad me oferece um sorriso ao mesmo tempo que estende uma caneta em minha direção. Troco um olhar com meus melhores amigos e leio o contrato. Meu empresário não parecia achar que eu realmente iria ler, e sei que não vou gostar de algo quando seu corpo fica tenso.

Apenas descobri o porque ao chegar na última página. Trinco a mandíbula, jogo a caneta na mesa, me encosto no sofá e cruzo os braços, olhando para meu empresário com uma expressão desafiadora.

"Não vou assinar essa merda." Digo, fazendo Brad suspirar e os outros membros da banda franzirem a testa. "Eles querem ser responsáveis pelo tema das músicas, querem controlar a letra. Não vai rolar."

"Como é?" Aust questiona, arqueando uma sobrancelha para Brad. Connor e Dame pareciam igualmente putos.

Eu sabia sem nem precisar perguntar que nenhum deles iria concordar com isso. Botamos a alma em cada fodida letra. Mesmo quando Dame escreve tudo, o que é tipo, sempre, cada um de nós lê umas dez vezes antes de aprovar. Nenhuma palavra é falsa, cada uma captura nossa essência. Me recuso a estragar algo que, na minha opinião, é um dos motivos principais pelo qual somos uma banda de verdade. Um grupo. Irmãos, porra.

"Vamos lá... Será um investimento de milhões." Brad diz, e eu solto uma risada sarcástica.

Troco um olhar com os meninos antes de pegar o contrato em minhas mãos e, sem pensar duas vezes, rasgar. Não desvio o meu olhar do empresário enquanto faço isso.

"A gente disse não, Brad. Agora da o fora daqui. Temos que nos arrumar para a festa depois do show no hotel." Digo, e ele suspira, mas obedece e saí do camarim, mostrando que valoriza minimamente o seu tr
abalho.

Ficamos em silêncio por alguns segundos antes de Connor falar: "Ver você fazer isso foi bom para car
alho, Trent." Eu solto uma risadinha, assim como Aust e Dame.

"Okay, agora movam seus traseiros que eu pretendo ficar bêbado." Aust diz, levantando e me fazendo rolar os olhos. Ele me encara com um sorrisinho. "Hey, Trent... Deveria chamar sua garota."

Eu arqueio uma sobrancelha para ele.

"Perdeu a cabeça? Ela não sabe ainda, Aust." Digo, e o vocalista da de ombros, o sorriso ainda em seu rosto.

"E? É só falarmos para as pessoas não mencionarem Dark Phoenix, e você fala com ela amanhã. Vamos lá, cara. Se dissermos para as pessoas andarem peladas na rua, metade da população mundial provavelmente estaria fazendo isso em um piscar de olhos." Eu considero suas palavras por um segundo.

Não sei se foi a adrenalina do show, mas decido que Aust estava certo, e mando uma mensagem para Rain.

T: Hey, anjo. Eu e os meninos vamos dar uma festa para comemorar um contrato que fechamos hoje. Hotel Bamourt, recepção. Bote uma roupa sexy e apareça por lá em uma hora.

Eu não tinha ideia do quanto iria me arrepender disso mais tarde.

Dark Twin - Dark Phoenix (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora