Capítulo Vinte e Cinco

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Trent

"Ele vai fazer isso o dia todo, não vai?" Dame me pergunta, mesmo nós dois já sabendo a resposta.

Eu, Dame e Connor estávamos assistindo um filme qualquer na televisão quando Aust chegou com uma garota qualquer em casa. De acordo com ele, a garota não iria dizer nada sobre nós estarmos em Bristol e até assinou um contrato de silêncio.

E agora, nós três ainda estávamos sentados no sofá, um pote de pipoca no colo, só que tínhamos os gemidos que vinham do quarto do vocalista.

Sim, Aust! Mais!, E esse tipo de comentário ocasionalmente saia do quarto. E, sim, ele faria aquilo o dia todo.

"Yep. O dia todo. Vamos apenas torcer para que não dure a noite toda." Connor responde por mim, sua cabeça caída para trás e olhos fechados.

Eu solto uma risada baixa e Dame sorri. Connor estava em um de seus dias em que era melhor você ficar longe. Mas não nós. Nós iríamos encher seu saco o dia inteiro.

O meu telefone toca nesse momento, e eu bufo ao ver o nome de Brad na tela. Ótimo, exatamente o que queríamos.

"Hey, Brad." Murmuro, e, com isso, Connor levanta a cabeça para me encarar, assim como Dame fazia agora.

"Hey, Trent. Está com os caras agora?" Ele pergunta.

"Sim, Conn e Dame estão aqui do meu lado. Aust está meio... Ocupado." Brad solta uma risada, sabendo extremamente o que eu estava falando.

"Tudo bem, bote no viva voz. Tenho uma notícia para vocês meninos." Ele diz, e eu reviro os olhos, mas obedeço.

"Fala, Brad." Dame diz.

"Recebi uma ligação de um amigo meu. Ele vai fazer um show, e é um inferno de uma proposta, cara." Eu suspiro. Mais uma de suas propostas.

Se eu fosse tentar realmente com Rain, eu não podia fazer shows o tempo todo. Uma hora iria vazar a localização da banda. Mas eu também não podia impedir meus amigos de fazer o que amam por causa do meu relacionamento.

"Quando? Onde?" Pergunta Conn, e eu sabia que ele estava louco para um show. Era isso. Não podia tirar isso dele.

Se fosse uma proposta realmente muito boa, eu teria que fazer, decido. Pelos meus amigos.

"Um show daqui a duas semanas. Em Las Vegas." Porra. "O show vai ser enorme. E, tem mais. Se a gravadora realmente curtir o show, eles vão querer começar o álbum novo." Ele diz.

Porra. Era uma oportunidade enorme. Olho para meus amigos, e praticamente consigo ver seus olhos brilharem. Quando começamos isso, na garagem de Dame, mais ou menos dez anos atrás, eram apenas eu, ele, Connor e Dylan, o nosso antigo vocalista. Nunca acreditávamos que realmente daria em algo.

Mas, cinco anos atrás, pouco depois de Dylan ser expulso da banda, quando recebemos a oportunidade de virar profissionais, tudo mudou. E eu prometi a mim mesmo que não tiraria a oportunidade desses caras. Não iria começar agora.

"Nós vamos." Eu digo, e meus amigos me encaram, surpresos e felizes. Eu sabia que se pedisse para não fazermos o show, eles não iriam. Mas eu não faria isso. "Vamos arrasar essa merda. E começar a escrever o novo álbum."

"Mais, Austin! Aí meu deus!" Escuto os gemidos da menina que Aust trouxe para casa vindo do quarto dele.

"O que foi isso?" Brad pergunta da linha, e todos nós estávamos reprimindo um riso.

"Nada, Brad. Apenas avise a seu amigo que vamos estar lá." Dame diz, e depois de alguns minutos eu desligo.

Ficamos parados por um segundo, analisando o que acabou de acontecer. Iríamos começar a escrever o novo álbum. A porra do novo álbum.

"Aust!" Eu grito, levantando e correndo para a sua porta. Não interessa o que ele estava fazendo agora, ou com quem, ele precisava saber disso.

Não apenas iríamos começar o novo álbum. A gravadora iria ajudar. Normalmente, apenas fazíamos as músicas e enviamos para a gravadora. Agora iríamos fazer juntos. Era fodidamente gigante.

"Saí daqui, Trent! Estou falando sério!" Ele grita de volta, sua voz meio ofegante.

"A não ser que ele queira se juntar a nós." Ouço uma voz feminina de dentro do quarto e faço uma careta. Credo.

"Eu não acho que ele vai..." Ele começa, mas a minha paciência chega ao fim e eu interrompo.

"Pelo amor de Deus, Aust! É sério cara, saí daí!" Grito, e ouço ele xingar alto. Sinto Connor e Dame atrás de mim.

Um minuto depois, um Aust com o cabelo bagunçado, alguns arranhões no abdômen tatuado e uma bermuda incrivelmente baixa. E eu acabei de descobrir que ele tinha uma tatuagem na virilha escrito "siga a seta" com uma seta apontando para baixo. Ele sorri quando vê que eu notei.

"Fiz ano passado em Vegas. Agora, já que vocês interromperam a minha foda incrivelmente boa, falem." Ele diz, ficando com a porta entreaberta para que nós não possamos ver o quarto.

"Nós temos um show em duas semanas, em Vegas." Connor diz, e Aust revira os olhos.

"Vocês podiam ter esperado para me contar amanhã." Ele ia fechar a porta, mas eu o paro com a palma da mão.

"Se a gravadora gostar do show, vão ajudar a gente no próximo álbum, Aust." Digo, e o vocalista imediatamente para. Ele me olha, completamente travado.

Quando conheci Aust, na faculdade que fiz apenas por alguns meses antes de largar, ele era apenas um cara que achava que direito era o caminho. Ele era colega de quarto de Dame, e um dia, o escutamos cantar. Apenas cantarolar, na verdade.

E foi fodidamente maravilhoso. O cara cantava como ninguém. Melhor que Dylan. Então, nós o chamamos para a banda. Ele negou, no início. Mas, um dia, apenas disse que sim. E foi mais ou menos aí que a banda explodiu.

Eu sabia que ele nunca tinha imaginado essa vida para si mesmo. Mas também sabia que amava mais que tudo. Então, isso era tão maravilhoso para ele quanto era para nós.

"Tá brincando?" Ele diz, meio em choque. Dame se aproxima dele e bota a mão em seu ombro. Ele nega com a cabeça.

"Não, cara. A gente conseguiu." Dame diz a ele.

Depois que Dame teve seu relacionamento arruinado, ele tava um caco. E, quando Aust decidiu levá-lo para sair, eu acho que eles construíram uma espécie de laço. Tipo o que eu e Connor temos. Nós quatro somos irmãos. Mas eles dois compartilham algo que eu e Conn não entendemos. Assim como eu e o baixista.

Aust puxa o baterista para um abraço, e eu suspeito ter visto lágrimas em seus olhos, mas não digo nada. Olho para Conn, que também me olha, e dou de ombros. Me aproximo de Aust e Dame e me junto ao abraço. Conn segue logo depois.

Isso. Esse momento. Algumas pessoas diriam que somos estranhos.

Mas era exatamente por isso que éramos irmãos.

Dark Twin - Dark Phoenix (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora