Dark Twin - Dark Phoenix (HIATUS)

Capítulo Onze

Rain

Eu estava tão distraída procurando pelo meu telefone na minha bolsa, que nem notei a pessoa na minha frente até que realmente batesse contra ela.

Summer tinha que me dar uma carona para casa, já que fomos juntas para o trabalho hoje de manhã, mas ela disse para esperar lá dentro, que ela iria pegar o carro. Isso foi a dez minutos atrás.

Eu tiro os meus olhos do fundo da minha bolsa, e olho para cima, apenas para encontrar o rosto de Trevor. Suas mãos estavam agora na minha cintura, para impedir que o impacto do encontrão me derrube. Eu congelo no lugar, repentinamente nervosa.

Eu não sabia quem eu ia encontrar. Seria o Trevor de ontem, ou o Trevor que eu estou acostumada, frio e distante. Mas, assim que ele mostra um sorrisinho, eu sei que é o mesmo Trevor que vi ontem. Eu poderia me acostumar com isso.

Eu abro a minha boca, para perguntar o que ele está fazendo aqui, mas ele me impede, descendo os lábios até os meus. Eu estou surpresa, mas não tanto para não corresponder. Trevor, normalmente, me beijava apenas para mostrar aos outros que eu pertencia a ele. Pelo menos quando estávamos em público.

Minhas mãos vão instantâneamente para seu cabelo, notando que não está extremamente arrumado como eu já conhecia. Estava mais arrumado que ontem, e ele tinha voltado a usar um terno, mas estava mais solto do que antes. Mais... Quente.

Eu correspondo o beijo, não sabendo muito bem porque meu coração batia forte, ou porque eu estava desejando que esse beijo durasse para sempre. Trevor nunca me fez reagir assim antes. Até ontem a noite, quando fez meu maldito corpo formigar. Cada fodida célula.

Meus dedos mexem com o cabelo em sua nuca, e seus braços apertam mais minha cintura. Trevor se afasta apenas um pouco, da uma leve mordidinha em meu lábio, e sorri, terminando com o beijo. Eu o encaro confusa. O que está acontecendo?

"Trevor... O que está fazendo aqui?" Eu pergunto, me afastando um pouco, precisando imediatamente de meu espaço pessoal. E foi só aí, que eu noto o carro atrás dele. Eu não conhecia esse carro. Era um Mustang GT, se eu não me engano. O único carro que já vi Trevor dirigir antes era um Porsche. "E que carro é esse? Pensei que dirigisse um Porsche."

"Eu tenho dois carros." Ele responde, dando de ombros. Deus, Trevor estava dando de ombros. Isso tudo era estranho. Talvez ele tenha decidido tentar... "E eu estou aqui para te buscar."

"Buscar para onde?" Pergunto, meio desconfiada, e ele sorri para mim, apoiando o corpo contra o carro em uma posição sexy.

"Tenha um pouco de fé, anjo. Entre no carro." Ele diz, e, hesitante, eu obedeço.

Eu ainda esperava que isso tudo fosse uma grande brincadeira, e o Trevor indiferente e babaca aparecesse. E é por isso, que eu não podia me permitir gostar de quem quer que fosse a pessoa ao meu lado. Ele podia apenas voltar a me ignorar, e eu seria a tonta apaixonada que caiu nos seus joguinhos.

Trevor entra no banco do motorista, e fecha a porta. O carro ruge a vida debaixo de nós, e ele acelera, entrando nas ruas de Bristol. Eu amava essa cidade. A arte, música, o centro... Tudo aqui era mais atraente que Londres, na minha opinião. Claro, Londres era maravilhoso. Mas, Bristol tinha algo que fazia com que eu nunca seja capaz de ir embora. Até mesmo o fato das ruas nunca, nunca, estarem completamente vazias.

Trevor liga a música, e Guns and roses toca entre nós. Percebo que seus dedos começam a batucar o volante, e ele começa a cantarolar baixinho. Não acho que ele está ciente disso, porém. Um sorriso involuntário cresce em meu rosto. Ele não costuma ser assim, solto.

Conforme andamos pelas ruas de Bristol, eu noto que estamos indo em direção ao centro da cidade, onde tinham alguns restaurantes e lojinhas. Espera... Isso era tipo um encontro ou algo assim? Trevor nunca me levou em um encontro. Olho para as minhas roupas.

Eu usava um short jeans preto de cintura alta, um body branco com letras pretas que formavam 'London' no peito, um par de choke boots, o único tipo de sapato com salto que eu usava, e um casaco preto. Não era o que você podia considerar arrumado. Não quando Trevor estava de terno. Mas... Bem, ele sempre estava de terno.

"Anjo... Estamos aqui." A voz de Trev afasta meus pensamentos e eu percebo que tínhamos parado o carro em uma das vagas na rua. Olho em volta quando saio, reconhecendo o lugar.

Era um lugar bastante famoso em Bristol, se estivermos falando a verdade. E era lindo a noite. Já eram quase sete horas, então as luzes das ruas já estavam ligadas, os barzinhos já começando a ficar cheios.

"Por aqui." Trevor murmura em meu ouvido, e eu tomo um susto por não perceber nem que ele tinha saído do carro. Ele solta uma risadinha com a minha reação, e eu penso que esse deve ser o maldito som mais bonito do universo. Um sorrisinho cresce em meu rosto, e eu não consigo impedir.

Sigo Trevor conforme ele anda, em direção a Deus sabe o que. Noto, que com as minhas botas, eu conseguia não ter uma diferença tão brutal em relação a Trevor. Claro, ele ainda era mais alto que eu, mas não era mais tão diferente. Salto não era uma coisa que eu usava regularmente. Na verdade, acho que essa bota, junto com um outro sapato de festa, eram os únicos que eu tinha. Não era muito meu estilo.

Trevor caminha direto a um restaurante Japonês. Ele não tinha como saber que eu era completamente apaixonada por comida japonesa. Sinceramente, se eu pudesse comer apenas isso pelo resto da minha vida, eu faria de bom grado.

"Você gosta de japonês, certo?" Ele pergunta, e eu apenas aceno com a cabeça. Ponho o meu casaco preto que eu ainda segurava na mão.

Quando entramos no restaurante, me surpreendo que Trevor sequer conheça esse lugar. Não parecia muito seu estilo. Restaurantes extremamente arrumados, onde as mulheres te encaravam com olhares de repreensão, e os homens disfarçadamente davam em cima de você, com a mulher logo ao lado? Sim. Restaurantes mais largados, onde o ambiente era realmente agradável? Não. Mas eu não seria a pessoa a reclamar.

"Então... Anjo." Trevor chama, e eu levanto a cabeça para encará-lo. Eu ainda não me acostumei com esse maldito apelido. Tínhamos acabado de pedir um combinado, e Trev sorria para mim. "Me conte sobre você."

Eu arregalo os olhos, e eu vejo um músculo em sua mandíbula tensionar, como se de repente ele estivesse chateado com algo. Comigo? Me apresso para responder.

"O que quer saber?" Pergunto, e a tensão alivia, dando lugar a um sorriso torto.

"Tudo. Eu quero saber tudo."