CAP 2: O TIQUE DO MENTIROSO

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“Essa merda não pode estar acontecendo!” Pensou Touka quando abriu a porta do seu quarto e se deparou com Kaneki com uma expressão de constrangimento.

Nesse dia, mais cedo...

No balcão da cafeteria, que já havia fechado, estavam duas pessoas discutindo.

Hinami: Vai lá Onee-chan! — Implorou Hinami pela décima vez.

Touka: Não. Nem pensar. Nunca na minha vida! — Disse seca, enquanto lavava a louça.

Hinami: Por quê?! O Onii-chan já pediu desculpa, já está na hora de perdoá-lo! — Tentava convencer Touka.

Hinami estava os últimos dias assim e por mais que Touka gostasse dela como sua própria irmã, sua paciência estava se esgotando

Touka: Hinami, você é nova demais para ter essa conversa. — Tentava dar um ar de superioridade, mas falhava.

Hinami: Mas é você que está agindo como uma criança! — Disse Hinami fazendo biquinho

Quando Touka ia responder, sentiu alguém descendo as escadas do segundo andar indo ao térreo, precisou de menos de um segundo para perceber que era Kaneki, o mesmo que estava a semanas tentando evitar. No momento que identificou quem estava descendo, três pensamentos passaram por sua cabeça:

“Nope.”

“Tenho que sair daqui.”

“Não tem tanta louça para lavar de qualquer forma.”

Touka: Hinami, lava o resto da louça, por favor? — Pediu, carinhosa. Tentando parecer calma e, de novo, falhando.

Kaneki ia dizer algo, mas Touka não quis ouvir, com rapidez passou por este com cuidado para não tocá-lo, subiu correndo as escadas e adentrou no quarto.

No térreo, estava Kaneki, murmurando.

Kaneki: Será que ela não vai me perdoar? — Perguntou parecendo cabisbaixo.

Hinami: Você não pode desistir, Onee-chan! — Tentava animar o albino. — Tenho certeza que logo vocês já estarão se falando!

Kaneki: Obrigado, Hinami-chan, mas é mais complicado que isso. — Disse Kaneki com tristeza em seu olhar.

Hinami: Onii-chan? — Quebrou o pequeno silêncio que tinha ali.

Kaneki: Sim?

Hinami: Você gosta da Onee-chan? — Perguntou, inocente.
Kaneki: Que pergunta aleatória é essa, Hinami?! — Perguntou corado, em um dos raros momentos que perdia a calma.

Hinami: Você não me respondeu, Onii-chan.

Kaneki: N-não, claro que não. — Se acalmou novamente, levando sua mão ao queixo

Hinami: Onii-chan, quando você ficou fora, eu senti muita saudade de você e então pedi a Onee-chan para me contar o máximo de coisas possíveis que ela sabia sobre você e uma delas é que: você tem um tique quando mente. — Um sorriso traquina surgiu em seu rosto.

Kaneki: Tenho?

Hinami: Tem. Quando você mente põe a mão no queixo! — Disse alegre, estava contente por saber os sentimentos do albino

Kaneki não demonstrava, mas estava chocado. Como uma garota de 14 anos pôde desvendar algo que ele escondera tão bem? Não que ele escondesse por vergonha, de forma alguma, só não queria que tivesse um clima estranho em sua área de trabalho. Eventualmente ele iria dizer o que sentia por Touka, mas esse não era o momento, Touka mal o olhava na cara.

Kaneki: Hinami-chan, você tem que prometer que não vai dizer nada à Touka-chan! — Implorou de joelhos, deixando este do mesmo tamanho que Hinami, que estava lavando a louça durante a conversa.

Hinami: O quê?! Por quê?! — Perguntou espantada.

Kaneki: Porque se você fizer, aí que ela não fala mais comigo... — Pausou dramáticamente. — Entende?

Hinami: Onii-chan, eu não conto se você for no quarto dela agora pedir para perdoá-lo! — Ordenou, decidida.

Kaneki: Certo, eu vou, mas não posso te garantir nada. — Levantou e engoliu seco, ciente do risco que estava tomando.

Hinami: Tenho certeza que vai conseguir, boa sorte! — Sorriu, tentando animá-lo.

Enquanto subia para o segundo andar murmurou para si: “Vou precisar de sorte, mesmo...”

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