Para sobreviver a um grão de amor

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Ao te conhecer... Os clichês não pararam de chover no telhado de minha alma, começaram pelos olhos, quando te vi... Algo me disse, eu conheço essa moça... Tanto jovem, quanto de alma vintage... Um tipo de projeção minha, 7 anos e 2 meses exatos mais avante no tempo...

Fico a questionar com botões enegrecidos de azuis que ela me percebia... Azulados tons que necessito desse equilíbrio  mesmo à distância, emana de ti essa calma, tua, apenas me aquieta a alma...

Querer é bem diferente, quando sou desejada antes... Mesmo sendo o tanto quanto de vontades que tivemos, se agora ultrapasso apenas os quereres brutais da carne que vai definhar com o tempo, hoje sei a alvorada sempre trará o orvalho de suspiros puros em flor nos nossos jardins, cá dentro do peito umedecida alma por estar guardada na tua essencial forma de amar, tão doce, e de medidas imensuráveis, indeléveis, para nós.

Pois não adianta medirmos, o amor que apenas a expressão divina na humanidade, essa corja que nem gente é, e delapidam o verbo amar, como um verbo sagrado, pode ser usado em vão, apenas a representação de uma pseudo-sociedade alternativa, onde dizer eu te amo, é só para comércio de produtos, este apenas servem ao alimento do consumo exacerbado e a poluição dada a obsolescência...

Meu amor, digo com propriedade... Passou-se o dia 13... Esse para nós o significado, o valor sagrado, nossas datas, eu te escrevi poesia, eu te enviei poesia, eu me faço poesia para ti moça linda, bonita... Eu sou para ti essa meta mor filosofia, poesia todo dia de bossa tenra vida, perto ou distante estarei a te esperar... Vou deitar, enfim me chega a hora de sonhar-te, amada, amante, amiga, amor que me revolucionou a vida!

                                                                                              ...

Agora são as lembranças inacessíveis a realidade crua, agora se resfriou o dissabor da angústia, e quem dera retornasse a inexpressividade que tentara  instaurar a lembrar daquelas emoções tão serenas que atingiam avassaladoras meu peito e estremeciam meus nervos. Nesse momento ainda chega a palpitar esse músculo teimoso que encaminha meu sangue, mas agora já se aquieta ao recordar que ela não podia aceitar meus torpores passionais, nem quando se acalmavam para tentar sustentar o insustentável, eu era demais àquela pequena... Nossas frequências não sintonizavam depois do nosso estrondoso encontro, nem sei mais se a verei... Hoje sei mais sobre mim, e que posso ser feliz, vivendo além das lembranças e buscas por quem aceite esses excessos que desaguam de mim. Hoje tenho acesso a meus segredos para não me ferir, hoje sei-me melhor, hoje sou eu quem não aceita me dar entregar sem receber de volta! Hoje sei pelejar com a dor e o medo, e conviver com os arranhões inevitáveis dessa peleja!


À Ag que me fez perceber a linda mulher que sou, mesmo sem ter forças nós sobrevivemos a avassaladora paixão na aridez do inverno. 

Versos do Coração SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora