Eu entrei no apartamento dele maravilhada com tudo. Tipo, não era lá grande coisa... mentira, era sim. Tudo era cheio de detalhes, tudo tão minimalista que eu duvidei que ele tivesse escolhido tudo aquilo.
-Gostou? -perguntou ele me fazendo prestar atenção nele.
-Sim, é tudo tão...
-Sem graça? -me interrompe.
-Minimalista. -completo vendo um sorriso tímido surgir aos poucos.
-Que bom que você gostou. -ele olha na direção contrária depois de me fitar levemente- Sabe, é um problema a menos...
-Isso era um problema? -indago curiosa.
-Ah, sim. -responde- Nem tudo pode ser perfeito.
-Como assim?
-Bem, como posso te explicar... -parecia estar escolhendo as palavras- todos os dias temos 6 coisas para dar errado, porém todos os dias 5 dão certo e não seria certo se todas as 6 dessem certo.
-Não entendi. -digo confusa.
-Vou te explicar melhor. Por exemplo, hoje acordei atrasado mas consegui chegar a tempo lá no estúdio; - ele levantou o dedo pra sinalizar aquilo como o primeiro problema resolvido- Deu um problema com o aquecedor do estúdio mas isso não interferiu na gravação; -sinalizou aquele como segundo problema resolvido- Não tive um ataque cardíaco quando você me tocou daquele jeito; -terceiro problema resolvido- Você aceitou almoçar comigo; -quarto problema resolvido- Não saiu do carro, ou me chamou de tarado quando te trouxe para cá... -quinto problema resolvido.
-E qual é o sexto? -pergunto sorrindo por conta de sua expressão séria.
-Eu queria que você provasse a comida da Nanci, mas ela entrou de licença maternidade hoje. Então, de alguma forma, vamos comer comida de restaurante... -diz cabisbaixo?
-É só um detalhe, relaxa. -digo certa de que não me derreteria por aquele sorriso bobo.
-Ok então, qual comida você prefere?
-An, pizza! -exclamo animada. Arrancando uma risada dele.
-Pizza não é almoço Aysla. -diz divertido por conta do riso solto dele.
-Quem te disse que não? -levanto uma sobrancelha.
-Minha mãe...
-Uma vez na vida não mata ninguém, Shawn. -lanço um olhar brincalhão para ele. E ele se dá por vencido.
Enquanto esperávamos a pizza chegar, conveci ele a jogar um jogo de corrida qualquer comigo. Eu sempre gostei de jogar esses "jogos de meninos", era a única coisa que me unia ao meu pai. Lembro que uma vez meu primo foi passar uma temporada fora e deixou seu vídeo game lá em casa, nossa, os olhos do meu pai se enchia de orgulho quando eu passava uma fase complexa, ou ganhava dele em algum joguinho de corrida besta.
A pizza chegou, o entregador quase caiu para trás quando o Shawn apareceu na porta mas tudo bem, nada fora da rotina certo? Certo. Eu convenci o Shawn a comermos ali na sala mesmo, sentados no chá e sem pratos ou talheres. Apenas um copo com um pouco de suco de laranja natural e sem açúcar, para dar uma equilibrada.-Você é diferente... -disse o Shawn me observando.
-É um elogio? -pergunto assim que termino de mastigar, estávamos próximos.
-Sim... -diz com sinceridade me olhando nos olhos.
-Defina diferente. -digo para não me perder naquele olhar.
-Você não é como as outras, sabe? Sem essa coisa de ser oferecida. -sorrio sem graça pra ele- Até agora você foi a única que não chegou pulando em meu colo e oferecendo o corpo pra ser meu de uma vez, quando ninguém estava olhando.
-Sério isso? Vai dizer que tu não gosta? -digo um pouco sacarstica?
-Não é isso... -coça a cabeça enquanto escolhe as palavrad certas- é lógico que eu gosto, sabe, ainda sou um homem mortal como qualquer outro. E por ser assim, é legal quando isso acontece... -jogo uma almofada nele e gargalho alto.
-Safado!
-Ah, qual foi? Vai dizer que tu não gosta quando é tocada? -pergunta ele sarcástico.
-Não... -digo pensativa- não é que eu não goste, eu só desconheço...
-Você é virgem? Desculpa a indelicadeza... -responde ele.
-Não... -mexo o meu dedo ao redor da boca do copo e olho para o mesmo.
-Então, como assim? -pergunta ele curioso.
-Eu só, não tive uma experiência boa e não quis testar com outros caras pra saber o que eu gosto, ou deixo de gostar naquela hora. -digo por fim.
Ele fica um pouco pensativo e eu tenho medo disso, sabe, uma das técnicas de venda é não deixar o cliente pensar muito. Porque quando se pensa muito, corre o risco da desistência. E não que eu fosse vender meu corpo nem nada do tipo, mas é que o pouco que sei sobre a arte da paquera é que se o cara pensa muito, logo você estará prestes a receber um fora.
-Eu posso te mostrar... -diz ele um pouco baixo.
-O que? -pergunto incrédula.
-Eu sei que é uma proposta indecente mas sabe, eu realmente estou interessado em ser o cara que vai te mostrar algumas coisas e você me diz se gosta... -ele estava um pouco corado.
Como é que respira? Ele resmungou algo que eu não entendi, e ia se levantando quando segurei sua mão.
-Espera... -ele olha para mim- eu... eu... quero... -digo com receio para não gaguejar.
Eu não tinha nada a perder certo? Certo. Era só uma relação de amizade colorida certo? Certo. Só pegação certo? Certo. E É O SHAWN MENDES!!! Ele me olha tentando decifrar se o que eu tava falando era a verdade talvez.
-Sério? -ele pergunta e eu afirmo com a cabeça.
Ele não espera mais e coloca sua mão na minha nuca, colando nossas testas. Sinto sua respiração junto a minha, e um leve formigar nos lábios que logo é substituído por uma sensação de outro mundo. Seu beijo era calmo, porém tinha um que de ousadia, misturado com a doçura, confundido com a sensualidade do momento. Ele cola o quanto possível o corpo junto ao meu. E depois por falta de ar nos separamos.
-Eu posso te confessar uma coisa? -ele me pergunta mordendo o lábio inferior.
-Pode sim. -digo saindo do transe o qual seu beijo me envolveu.
-Eu estava louco para te beijar desde ontem... -sorrio como resposta- você é incrível Aysla... o seu beijo é tão bom...
-Obrigada eu acho... -digo sentindo minhas bochechas queimarem. Ele sorri e se aproxima do meu ouvido.
-Vê se você gosta disso...
Sinto meus sensores irem a loucura ao sentir sua boca percorrer meu pescoço como quem não quer nada...
-Seja minha Aysla...
Diz com a voz um pouco rouca ao meu ouvido. Ai meu Deus, é nessas horas que eu queria ter dado ouvidos ao Phil. Porque que eu não trouxe aquela bendita lingerie?! Sinto sua mão segurar minha cintura por baixo da minha blusa. Fecho os olhos sentindo o seu toque e...
-De novo não... -reclamo manhosa quando sinto o calor do sol queimar meu rosto e ouço o meu despertador berrar...
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Nervous
Fanfiction-É, eu estou nervoso agora. -ele diz olhando nos meus olhos. Sorrio tentando disfarçar o turbilhão de sentimentos que invadem meu corpo. -Sim... -digo por fim. Vejo um sorriso surgir em seus lábios... É, parece que eu estou realmente vivendo um...