Nervous

18

    Era surreal a proporção que aquilo estava tomando! Várias pessoas dando seu apoio e como a Maju disse: "Divulgando a causa". Sim, ela também se animou com a ideia do irmão. Aquilo me rendeu alguns seguidores a mais no Twitter e no Instagram também, afinal, Mendes Army que é Mendes Army tem uma veia no FBI.

-Cara, já dá pra ser digital influencer com esse tanto de seguidor! -diz a Maju checando as minhas redes- Vou ser tua acessora, relaxa, "tá" tudo sobre controle...

-Pode ir tirando o cavalinho da chuva, eu dei a ideia e o ponta pé inicial... -retruca o Theo entrando na conversa- Eu que serei o acessor...

-Parem vocês dois! -digo percebendo que as duas criaturas iam começar uma discussão- Não vai ter acessoria nem digital influencer por aqui.

   
   Eles se viram e tentam me convencer de que ser digital influencer era a melhor estratégia no momento. Mas talvez eu quisesse continuar na minha bolha de proteção, não estava  a fim de ter holofotes virados para mim. Sinceramente, eu como blogueirinha sou uma ótima Aysla.

(Shawn P.O.V)

    E mais um show foi concluído com sucesso! Não sei dizer o motivo, mas eu estava ansioso mais que o normal para me apresentar em Londres nesse final de semana. Era como se algo extraordinário fosse acontecer, o que me fez ficar inquieto o tempo inteiro. Lembro até de levar broncas da Ava por estar roendo as unhas. No fim de tudo, foi apenas mais um dia comum.
   A não ser uma fã que entrou no M&G após duas menores, ela era diferente, me transmitia paz. O que era algo novo para mim já que todas que antecederam ela, me transmitia euforia. Lembro do meu sorriso ter ficado um pouco mais largo que o comum, quando vi ela entrar. Lembro dela andando até mim cuidando os passos, talvez para não tropeçar nos próprios pés, e de ter me feito sorrir internamente com isso.

-Oi Shawn... -falou assim que se aproximou de mim, me colocando ainda mais atento a sua presença.

-Oii... -respondo sorrindo. Percebo ela se perder ao olhar para mim de perto. Ok, isso era um pouco comum de acontecer, mas não sei dizer, me diverti mais que o comum com a situação- não vai querer um abraço ou uma foto? -brinco fazendo ela  acordar de seu transe, e sorrir largo me abraçando.
    
    É errado dizer que eu queria que o tempo parasse naquele momento em que abracei seu corpo? Porque era isso o que eu queria, que o tempo desse um "stop" e congelasse aquele momento. Eu já abracei diversas pessoas na vida, mas com ela tive uma sensação diferente. Era como se meu corpo necessitasse do abraço dela, uma conexão sabe?

-Obrigada, eu amo você... - fala ao meu ouvido, me fazendo arrepiar a espinha no mesmo instante.

-Eu amo você também... - respondo sincero.

-Eu vou escrever uma carta... -começa a dizer, e me concentro na sua fala - dizer tudo o que importa dizer, que eu amo sua voz e seu sorriso me alucina isso surge sem querer, cada palavra, cada frase termina com seu nome é você... -ela olha nos meus olhos, como quem espera aprovação, eu a encorajo mentalmente - espero que leia, é algo simples mas é tudo pra mim... -termina voltando a me  abraçar.

    Sinto a necessidade de responder ela, mas formulando as palavras na minha cabeça, não vejo o Andrew se aproximar dela e tocar suas costas.

-Mocinha... -ele fala a repreendendo por estar se demorando.

    Mal ele sabia que na verdade, era eu quem a estava prendendo ali nos meus braços. Ela quase que instantaneamente, se desprende do abraço e se viro para a foto. Apoio o braço na cintura dela sorrindo enquanto a foto é tirada. Após o flash, ela vai saindo timidamente de perto.  Eu não queria isso, queria conhecê-la melhor, saber seus gostos musicais, seu nome, cor favorita, comida favorita, o que ela mais gostava de fazer, sabe essas coisas? Eu queria chamar ela para sair, um encontro, mas isso ia ser repentino demais. Pondero minhas opções em breves segundos. 

- Eu vou ler sim... -falo quando tenho sua atenção novamente, olhando em seus olhos e sorrindo sincero.

    Eu leriria qualquer "A" que ela escrevesse, nem que fosse a ultramegablaster lista de compras do supermercado. Ela me retribui dizendo "Obrigada" só que sem som.
   De cima do palco eu a encontrei no meio de toda a multidão, ela estava próxima a ele com as outras mocinhas, talvez ela fosse responsável por elas. Eu quis dar o meu melhor para ela. E aquela noite foi nossa. Eu, ela e as meninas.

-Você está longe... -diz o Geoff atraindo minha atenção- está pensando nela de novo?

    Sim, eu contei a ele sobre o ocorrido e ele quase me interna num hospício.

-Essa garota mexeu mesmo com a tua cabeça. -conclui.

-Aaaah... -bagunço meu cabelo frustrado- eu só queria saber ao menos o nome dela! Eu sinto que sou dela sem nem conhecer ela direito.

-Tô falando cara, você precisa ser internado! Onde já se viu? -retruca o Geoff óbvio.

-Quem precisa ser internado? -a Ava entra na conversa depois de ter checado o celular- Não me diz que pegou algum vírus de novo...

-Pois é Ava, ele foi infectado por um vírus perigoso... -responde Geoff fazendo o rosto da Ava se tornar medo e preocupação em segundos- o vírus do amor ...

-Vai tomar banho Geoffrey! -jogo uma almofada nele rindo.

-Menos mal! -Ava diz sorrindo- Quem é a felizarda? Uma modelo? Uma atriz? Uma empresária? -pergunta empolgada.

-Se fosse seria bom, porque ele saberia o nome... -Geoff se diverte.

-Cala a boca imprestável! -jogo outra almofada nele.

-Então você tá amando uma mulher sem nome? -pergunta a Ava curiosa.

-Não é como se eu tivesse amando ela, eu só to curioso para saber quem ela é... -respondo cuidadoso com as palavras, porque elas podem se vira contra mim em segundos- sabe que gosto de mistérios...

-Corrigindo, você gosta dela! -fala o Geoff e sai correndo, fazendo a Ava gargalhar.

    Ela não me pergunta mais nada, sabia que eu iria acabar contando a ela tudo o que aconteceu uma hora ou outra, mas agora ainda era cedo. Resolvo me distrair entrando nas redes, e me deparo com uma movimentação incomum no Twitter que desperta minha curiosidade, é por aqui que vou começar...