Estava me acostumando a morar sozinha ainda, mesmo tendo 16 anos - quase 17 - ainda, foi um pouco difícil de fazer minha mãe concordar com isso: "Jennifer, você ainda é uma criança"; "Jennifer, você vai querer voltar correndo pra casa"; "Jennifer, você não tem responsabilidade". Na verdade minha mãe era muito chata na maioria das vezes, ainda continuava me controlando, vindo toda hora no meu apartamento, ligando a cada 3 horas pra saber como eu estou. Sei que é por pura preocupação, principalmente depois que ela e meu pai se separaram quando eu tinha 4 anos e eu e minha mãe viemos morar em Tóquio. Meu pai me visita sempre que pode, nas férias, no verão, e as vezes vou para Chicago visitar ele e a cidade onde eu nasci.
Acredito que foi a melhor coisa eu ter vindo para Tóquio, senão não teria conhecido Raphael.Raphael é o garoto mais incrível que eu já conheci na vida, tem os mesmos pensamentos que eu, sempre me ajudava, me dava conselhos, me livrava de encrencas. Era meu porto seguro, compartilhamos os mesmos sonhos, e o maior deles era fugirmos juntos. Os pais deles eram igualzinhos a minha mãe, tinha uma expectativa merda de vida para nós. Queriam controlar toda nossa vida, sério, que tipo de pais controlam até o que você come ou deixa de comer, roupa que usa ou que deixa de usar e o que você faz ou deixa de fazer?
Já briguei feio com minha mãe uma vez quando ela ficou falando que o Rapha não era uma boa amizade pra mim, má influência e outras bostas. O Rapha era a única pessoa que eu nunca iria me afastar na vida e ela queria controlar até isso. Estava comendo algumas besteiras deitada na sofá assistindo The Vampire Diaries pela 5° vez - que era de longe minha série preferida, mas o Rapha sempre falava que era chata e que era de "biba". - Ouvi a porta bater. Mas que droga, estava bem na minha cena preferida.Fui atender a porta:
— Eae Jenni - disse o Rapha, me dando um beijo na bochecha e já entrando em meu apartamento. - Meu Deus, passou um furacão aqui enquanto eu tava fora? - ele disse rindo.
— Ridículo. Quero aproveitar minhas férias, depois você limpa meu apartamento, bebê. - respondi com um sorriso no rosto.
— Vai sonhando, amor. Aaahh Jenni! Tá assistindo de novo isso? Vai viver sua anti-social.
— Cala a boca, seu bosta. - joguei uma almofada que estava bem do meu lado nele, ele desviou e falou:
— Não acertou kkk. — ele disse jogando a almofada de novo pra mim e acertando em cheio na minha cara, o que me fez cair em cima do sofá e começamos a rir. Minha amizade com o Rapha era o que me fazia suportar tudo, o sorriso dele me fazia esquecer de tudo, os olhos castanhos claros dele era meu ponto de calma. Ficamos ali sentados no sofá comendo e conversando por horas. Estava quase escurecendo e estávamos lá asssitindo e comendo. Ele assistiu alguns episódio comigo e até começou a gostar, convenci ele a começar a assistir, nem que eu tivesse que emprestar minha conta da Netflix pra ele.
— Jenni. - ele falou me cutucando, o que me fez olhar pra ele.
— O que foi agora imbecil? Ainda não entendeu como faz pra transformar um humano em vampiro? - disse, ele riu e continuou:
— Não, demorei mas entendi. Na verdade, você sabe que falta 2 meses para o seu aniversário, não queria deixar passar em branco. Por que não fazemos uma festa? Falamos com uns amigos, pessoal da escola que achamos maneiro e fazemos uma balada?
— Ah, não sei não Rapha. Sabe como minha mãe é com isso. Mas podemos ver. Por que você na faz uma festa surpresa para mim e eu finjo estar surpresa, mas na verdade eu já sei? - eu disse brincando.
— Assim não vale - ele disse rindo. - É sério Jenni. Eu posso falar com sua mãe se vc quiser.
Droga! Teria que aceitar, acho que seria uma boa uma festa, aliás eu ia fazer 17 anos, seria legal chamar umas pessoas do nosso colégio - menos a Julie e o bondinho dela. Ela era a patricinha mais chata e popular do colégio. - Mas então até que seria legal.
— Eu te odeio Raphael Rivers. - falei fazendo biquinho, fingindo estar brava, o que fez ele rir. - O.k. vou falar com minha mãe, fora isso pode ir organizando a lista de convidados. Nem preciso falar quem eu não quero na festa, não é?
— Sei que você me ama Jennifer Sánchez. Mas, até que a Julie não é tão chatinha assim, vai.
— Tem razão, ela não é chatinha, ela é INSUPORTÁVEL! - disse, e depois continuamos a assistir.
No 8° ano Rapha gostava da Julie mas ela deu um fora danado dele. Odeio dizer isso, mas: bem feito! Serviu para ele parar de gostar de uma menina tão marrenta como ela. Não estava com ciúmes, só queria proteger meu melhor amigo das garras de uma piranha. Não que eu gostasse dele. Não. Sem chance.
Ficamos ali até umas meia noite, ele se despediu e foi embora.
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Um Amor Secreto
Teen FictionJennifer é uma garota normal de 17 anos que mora em Tóquio. Ela tem pais separados, uma mãe superprotetora com expectativas de vida que ela não quer e um pai ausente. No meio disso tudo tem Raphael Rivers seu melhor amigo, o mesmo que Jennifer també...