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Eu dormi um pouco no carro enquanto não chegávamos.
Quando chegamos Zayn estava me cutucando para acordar.

— Amor, chegamos, vem - ele disse suavemente.

— Ué, tá chovendo? - senti uns pingos no braço.

— Sim, vamos rápido para não nos molharmos mais. - ele colocou os braços sobre meus ombros e me levou pra dentro.

Enquanto estávamos no elevador ele olhou pra mim e disse:

— Lembra daquele dia?

— Que dia? - perguntei.

— Aqui no elavador.

— Ah, sim - lembrei dos nossos momentos e dei um sorriso.

— Sinto saudades do seu corpo, você sempre ta ocupada com algo e não temos tempo um para o outro.

— É verdade...

Saímos do elevador e entramos no apê dele.

— Vou tirar essa blusa, essa gola ta me incomodando - ele disse.

— Tira, então - respondi.

Eu o puxei pelo braço para olhar para mim enquanto ele estava de costas.

— Ta sentindo falta do meu corpo? - perguntei maliciosamente.

— Com certeza - ele deu um sorriso.

O empurrei para o sofá e sentei por cima dele, virada para ele. Eu esfregava as mãos suavemente em seu pescoço e sua nuca, eu cheguei perto de sua boca e mordi seu lábio inferior com alguns selinhos para provocar, não demorou muito até que ele prendesse suas mãos no meu cabelo e me puxasse para me beijar de verdade. Ele pôs as mãos nos meus peitos e desceu com elas para minha cintura, apertando minha bunda devagar porém com muita vontade.

— Estava morrendo de saudades disso - eu disse.

Ele sorriu e continuou a apertar mais forte, me beijando com mais vontade. Ele me segurou pelas pernas e levantou, me pressionando na parede, ficamos lá por alguns minutos até que ele me colocou no chão, eu o empurrei até o quarto sem deixar de beijar sua boca, ele me levantou e me colocou na cama, tirou sua roupa tão rápido quanto a minha. Eu fiquei por cima dele beijando seu pescoço. Ele suspirava repetidas vezes, parecia estar arfando de desejo, assim como eu. Nós rolamos na cama de uma forma em que ele ficou por cima de mim, comecei a gemer baixinho em seu ouvido, o que pareceu incentivá-lo a ir mais rápido, então continuei. Nos beijávamos muito, junto com sensações de prazer incríveis.

— Obrigado por isso - ele olhou pra mim que estava ao lado - Só você consegue me enlouquecer assim, Jennifer.

— Eu sei disso - sussurei.

— Eu faria qualquer coisa por você agora - ele disse

— Qualquer coisa? - sorri.

— Qualquer coisa - ele afirmou.

— Quero que você viaje comigo para Chicago para conhecer meu pai.

Ele arregalou os olhos.

— Tá maluca? - ele quase deu um grito.

— Para de ser escandaloso, meu pai vai te receber muito bem.

— Aham, vai sim, tô até vendo - ele disse, se levantando da cama e colocando a camisa.

— Vai aonde? - perguntei.

— No banheiro, prometo que me jogo pela janela só para não conhecer seu pai.

Eu ri.

— Zayn - gritei.

— Oi - ele respondeu do banheiro.

— Te amo.

— Essa papinho não vai funcionar - ele disse.

Eu suspirei.

— Você disse qualquer coisa.

— Qualquer coisa, porém, contudo, todavia, depende - ele respondeu saindo do banheiro.

— Amor...

— Não adianta, Jennifer.

— Não é sobre isso que ia falar.

— É sobre o quê?

— Que coisas importantes você tinha que fazer que não teve como me levar para escola? - perguntei curiosa.

— Não era nada - ele desviou o olhar, ele sempre desviava o olhar quando estava mentindo.

— Zayn, estamos namorando agora, precisamos contar tudo um para o outro - tentei convencer.

— Tudo bem - ele suspirou - eu simplesmente estou muito fodido.

— Ta sem dinheiro para comprar alguma coisa? Qualquer coisa eu te ajudo não precisa se preocupar.

— Não, amor... Eu era um idiota no passado e me envolvi com coisas erradas... Por isso eu evito falar sobre o que eu era.

— Que tipo de coisas?

— Jogos de sorte, e fiquei devendo para alguns caras mas ta tudo sob controle, eu vou pagar tudo que eu devo à eles, cada centavo.

— Você está de brincadeira? - quase surtei.

Ele colocou as mãos no rosto parecendo estar preocupado ou até mesmo desesperado.

— Eu to com medo - ele sussurou e começou a lacrimejar.

Eu fui até ele abraçá-lo.

— Vai ficar tudo bem, amor.

— Eles me ameaçaram, ameaçaram fazer algo com alguém que eu amo. Eu preciso pagar logo antes que o pior aconteça - ele disse, colocando as mãos na cabeça apoiando os cotovelos nos joelhos, prestes a chorar.

Com certeza eu nunca suspeitei disso, meu coração estava a mil e lágrimas começaram a tampar meus olhos. Eles podiam fazer alguma coisa com Zayn, comigo e com qualquer outra pessoa perto de Zayn. A ideia de perder ele para sempre era real e eu não suportaria isso. Minha mente se encheu de perguntas mas Zayn estava tão abalado que não queria deixar ele pior.

— Quem são eles? - perguntei segurando a mão dele

— São... algumas pessoas bem da barra pesada. Eu era completamente viciado em jogos e apostas desse tipo, as dividas foram se acumulando até que consumiu tudo, é mais do que eu poderia pagar.

— Quanto?

— Muito. - ele respondeu dessa vez olhando nos meus olhos, e pude ver o desespero no fundo do seu olhar. O choque dispersou em meu corpo e estremeci.

— Nós vamos dar um jeito, agora por favor, se acalma.

Ele estava desesperado e eu não sabia o que fazer, então só fiquei ali tentando fazer companhia porque eu já não tinha mais palavras àquela situação, abraçando o mais forte que pude.

Se Zayn estivesse mesmo certo eles poderiam fazer o que? Matar ele? Quanto será que era o “muito” que ele devia? Eu queria gritar, queria fazer alguma coisa para ajudar, mas eu não podia fazer nada, eu era insignificante e agora só podia consolar Zayn.

Fiquei do lado dele em silêncio por algum tempo até que ele dormiu, peguei uma coberta e cobri ele. Depois apaguei a luz e saí dali, fui para a sala e peguei o notebook que estava na bancada de livros.

Sentei no sofá e coloquei o notebook sobre meu colo, abri a internet é pesquisei: “Jogos de azar”. Apareceram vários sites, em alguns diziam que quem entrava em dividas por causa disso, colocavam até as vidas em perigo ao se relacionar com gangues de apostas. Depois de ler essa última parte já estava com o coração na mão e parti para a próxima pesquisa: “Maiores gangues de jogos de azar”. Apareceu alguns sites e cliquei no primeiro. Falava que milhares de pessoas morriam por ano por se envolver com esse tipo de gente, que se metiam em negócios que não podiam sair e que isso custava a vida de muitos.

Aquilo foi muito para mim, fechei o notebook e apoiei a a cabeça nas mãos. Onde é que Zayn havia se metido?

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