005 - Volta ás aulas ~Jennifer~

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Quando Rapha me levou para casa fui tomar um banho e me arrumar para o primeiro dia de aula. Logo quando deu a hora de ir pro colégio pedi um Uber e fui.

Quando cheguei lá não estava nada entusiasmada com a idéia de ver o Luccas depois de tudo o que aconteceu ou a cara de cinismo da Julie.

Assim que fui para o corredor dos armários vi Julie e Luccas no maior amasso. Arrrgh! Os dois são perfeitos um para o outro, um puto sem vergonha e uma patricinha metida e inútil. Peguei alguns livros no meu armário e quando virei para ir embora vi Rapha e Zayn - um amigo do time de futebol de Rapha - conversando. Passei reto e fui embora torcendo para que nenhum dos dois tivessem me visto. Ainda estava um pouco envergonhada pela conversa que tivemos pela manhã.

Só iria ter a aula de matemática com o Rapha então teria um bom tempo para me esconder, ainda bem. Na primeira aula mal pude me concentrar na matéria, fiquei pensando em tudo que aconteceu em tão pouco tempo.

Estava tão concentrada nos meus pensamentos que nem percebi quando Julie parou na frente da minha mesa com aos mãos apoiadas sobre. Olhei para cima e ela estava com uma cara de quem dizia que iria atacar a qualquer momento.

— O que foi? - perguntei - Perdeu alguma coisa na minha mesa?

Ela tirou as mãos que estavam apoiada sobre a mesa, cruzou os braços e falou:

— Não, mas parece que você perdeu alguma coisa no meu namorado.

— Quê? O que você tá insinuando?

Ela revirou os olhos.

— Não se faça de santa, Jennifer. Sei muito bem que você sempre quis o que era meu, faça um favor garota: se você sequer olhar para o Luccas você vai se ver comigo. - disse apontando um dedo que quase encostou em meu rosto.

Deixei escapar uma risada e ela olhou para mim com um quê de interrogação.

— Você é completamente louca. Você se acha a última bolacha do pacote, mas você não passa de uma tiazinha chata e arrogante. Nunca quis roubar seu namorado, aliás não quero nem chegar perto dele. - disse me levantando - Agora, você que tem que tomar cuidado com o seu "namorado" e vai cuidar da sua vida por que eu não tô nem aí para o que você faz ou deixa de fazer, sua estúpida arrogante.

Me virei para sair dali quando ela me puxou.

— Ah , que gracinha, acha que pode falar comigo assim e ficar por isso mesmo?

— Me poupe desse discursinho Julie. As outras meninas podem até ter medo de você, mas eu não tenho.

Tirei sua mão dos meus braços com tanta força que acho que os pulsos dela ficaram vermelhos. Quando estava abrindo a porta para sair da sala ouvi ela me chamar de vadia, mas dei de ombros e saí dali.

Nunca tive medo de Julie, ela só quer atenção, todos correndo atrás dela e acha que eu vou ter inveja? Pelo amor de Deus, ela só podia estar me zoando.

Eu conheço ela desde quando era pequena, ela morava do lado da minha casa e até brincávamos no parque que tinha na nossa rua. Mas depois ela se mudou e nunca mais nos falamos, até reencontrar ela no colégio quando eu tinha uns 12 anos.

Ela estava complementente mudada que nem sequer quis voltar a ser amiga dela, aliás ela já tinha suas abelhinhas - Anne e Lyandra, suas amigas - em volta dela.

Rapha acha que é por causa de seu pai que morreu quando ela tinha 10 anos que ela é assim. Rapha sempre acredita no melhor das pessoas mas acho que até ele agora não acredite mais que é por causa disso que ela é assim. Até eu me senti mal por ela quando soube o que aconteceu com seu pai, mas quando tentei falar com ela, me tratou muito mal e desisti de tentar estabelecer uma amizade entre nós.

Na aula de matemática Rapha estava lá, tinha até me esquecido disso. Rapha tentou falar comigo várias vezes, estava tão estressada que nem dei bola. Quando ele veio falar comigo pela terceira vez eu deixei. Pediu para que nos encontrássemos perto do campo de futebol da escola para conversarmos.

Assim que a aula acabou fui pra lá e conversamos, ele sabia que tinha acontecido alguma coisa. Às vezes era impressionante como o Rapha me conhecia bem. Desabafei com ele e contei tudo para ele; deu para perceber a frustração em seu olhar por causa disso.

Ele foi treinar com seu time e eu fui para casa.

Quando estava prestes a dormir Rapha me ligou.

— E aí bobão. - falei quando atendi.

— Não começa, estou sem paciência hoje. Você não vai acreditar no que aconteceu.

— O que houve?

— O time quer colocar Luccas para jogar. Ele começa amanhã. Jenni, não vou aguentar ter ele no meu time e não poder fazer nada.

— Mais que merda! - foi minha reação - Por que esse cara tem sempre que estragar as coisas?

— Não sei também, queria socar a cara dele agora. - ele disse e deu pra perceber sua raiva pela voz.

— Também queria.

— O pior é que todos concordaram em ele entrar para o grupo, fiquei em desvantagem.

— Não sei como eles conseguem gostar dele.

— Não sei também.

Depois de alguns segundos de silêncio ele disse:

— Jenni.

— Hmm?

— Você poderia conversar comigo até ficar mais calmo? Sua voz é o melhor calmante.

Abri um sorriso tão grande que me perguntei se ele não pôde ver mesmo do outro lado da chamada.

— Claro.

Conversamos por tanto tempo que nem percebi em quanto sono estava, então nos despedimos.

— Boa noite, Jenni. Durma bem, e sonhe comigo, claro.

Sorri.

— Pode deixar, bobão. E você sonhe com a gostosona aqui.

Ele deu risada e desligou.

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