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— Tá bom mãe. Ok. Sim, hoje a noite. Tudo bem. Sim, é que... - estava falando com minha mãe no telefone quando Zayn chegou por trás me abraçando. - Mãe, pode deixar que hoje a noite vou aí, beijo, te amo. Desliguei o mais rápido possível e me virei para o Zayn que ainda me abraçava e o beijei.

— Bom dia Fefe.

— Shhh, eu dormi tão bem hoje com você do meu lado, podia fazer isso todas as noites. - respondi olhando-o nos olhos.

— Eu também. Mas e aí, o que sua mãe queria? Posso garantir pra ela que você não podia estar mais segura. - ele disse com um sorriso

— Disso eu tenho certeza. - respondi - Ela veio passar alguns meses na cidade e quer que eu vá ver ela hoje a noite. Disse que foi no meu apartamento mas estava um caos e perguntou ao zelador o que tinha acontecido. Ela quase surtou e me ligou achando que um legista ia atender e falar que eu estava morta.

— Vejo que ela é bem confiante. - ele respondeu, e nos sentamos no sofá abraçados.

— Você não sabe o quanto.

— Você vai voltar pra cá depois de ir ver sua mãe? - perguntou

— Se você me deixar ficar aqui por mais algum tempinho.

— Por mim você ficaria aqui para sempre.

Dei um beijo nele e me aconcheguei em seu peito. Ficamos em silêncio por alguns instantes.

— Você não quer tomar um banho? Comigo.

— Se você me deixar limpinha, pode ser que eu pense no seu caso. - eu disse com um sorriso malicioso

— Te garanto que vai ser o melhor banho da sua vida.

— Vamos! - levantei e puxei ele para o banheiro.

Quando chegamos lá ficamos na banheira conversando por bons minutos. Ele falou sobre o futuro dele, seus planos e muitas outras coisas. Também falei de quase tudo da minha vida para ele, sobre meus pais e meus planos pro futuro.

Ele não falou sobre eu estar no futuro dele especificamente, acho que por ainda estar cedo demais, fiquei feliz por isso. Mesmo sendo cedo para dizer isso, queria ele no meu. Zayn de alguma forma mudou minha vida em tão pouco tempo e de uma forma tão boa que não imagino como seria uma vida sem ele.

Era fim de semana então não nos importamos com a hora e passamos o dia todo na cama. Era um tipo de compensação depois da semana frustrante que tivemos.

No fim do dia me arrumei para me encontrar com a minha mãe, e sinceramente, não estava nem um pouco animada com isso. Sem minha mãe por perto eu era livre pra fazer minhas próprias escolhas, minhas próprias amizades e o próprio rumo que eu quero pra minha vida. Não que eu não ame ela, ela só é um pouco... protetora demais.

Com sorte ela me veria, falaria em como eu estou grande e bonita, conversaria com sobre sua estadia em Nova York nas suas férias e comeriamos um frango assado que é especialidade dela. Sério, é divino.

Se não tiver sorte ela vai começar a me questionar sobre tudo o que aconteceu na minha vida, começar a opinar nas minhas decisões e querer mandar de novo em tudo o que eu faço.

— Está tudo bem? - perguntou Zayn me tirando dos pensamentos.

— Não sei. Minha mãe as vezes sabe ser bem chata.

— Sei bem como é. Mal falo com meus pais, morar longe do meu país é uma coisa que eles não gostam muito. Mas ainda assim prefiro ficar aqui, já disse pra eles.

Zayn tinha me contado que tinha saído de Boston - sua cidade natal - pra vir pra Tóquio quando tinha 14 anos. Morou com sua tia durante algum tempo até alugar seu apartamento e morar sozinho.

— É, eu sei. - respondi - Me deseje sorte.

— Boa sorte Fefe. - ele disse e me deu um beijo na testa.

— Shhh, para com esse apelido, já disse que não gosto. - falei emburrada.

— Desculpa Fefe.

Olhei para ele com uma cara brava e ele riu. Sai e fui me encontrar com minha mãe.

— Ah querida, como você cresceu! - minha mãe disse enquanto me abraçava.

Até agora estava tudo bem, já começou com “como você cresceu”. Até que foi em um tom doce. Abracei ela forte.

— Mamãe, que saudades! - “mas pode voltar pra Nova York que eu tô bem sem você”, acrescentei mentalmente.

— Vem, senta aqui, fiz aquele frango maravilhoso que você gosta.

O frango, sabia!

— Eu gosto mesmo, você ainda conhece sua menininha. - respondi

— Bem que minha menininha podia voltar a morar com a mamãe.

Começou, mas que merda.

— Não quero estragar a noite mãe. - respondi com a voz firme.

— Também não, mas você sabe que eu fico com saudades! Você mal dá notícias. Quando você for mãe você vai entender o que é isso, então não me julgue.

— Quando, e se eu for mãe, vou fazer o melhor pra eles, deixar seguir o rumo que quer para a vida dele. Mas não vamos falar sobre isso.

— Tudo bem. Me conte como você tem estado. Tem ido ao colégio? E os amigos? As notas estão boas?

Vieram mil perguntas depois dessas, com sorte nenhuma relacionada a “namoradinhos”.

— Conheceu algum menininho interessante? - perguntou.

Estava mesmo muito bom pra ser verdade.

— Ah, mãe. Conheci um, e não: não estamos namorando. E não: não vou dar mais detalhes, somos... - amigos? Não éramos amigos. Mas se não éramos amigos, o que éramos? E será que íamos ser algo a mais?

Depois de pensar em tudo aquilo fiquei tensa demais e me livrei de todas as perguntas da minha mãe sobre ele, ainda bem.

Depois fui para o apartamento de Zayn e conversamos sobre como foi minha noite. Queria perguntar pra ele o que éramos, falar o que sentia, mas repeti pra mim mesma que não era a hora. E Rapha... Ah céus, o Rapha! Eu não tive nem chances de conversar com ele sobre o Zayn.

Mas, eu gostava de Zayn. E é aí que está o problema, eu o amava? Será que seria muito cedo pra chamar isso de amor?

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