Capítulo 36

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 — Você está namorando com a filha do Sérgio Smith, Kelly? — perguntou, continuando sem acreditar.

— Sim, pai.

— Você ouviu isso, querida? — olhou para a Diana — A nossa filha agora virou uma lésbica.

Diana não disse nada, e ele a questionou:

— Já entendi... Você já sabe de tudo e está aceitando, não é?

— A Kelly me contou hoje também, querido. E sim, eu aceitei, porque a nossa filha se sente feliz com a Laura.

— Ela se sente feliz? — questionou a mulher — Ah, não dá para chamar uma coisa dessas de felicidade. E tem mais... — olhou para a Kelly — Você acha mesmo que pode ser feliz sendo lésbica e criando filho dos outros? Porque, pelo que sei, a sua namorada está grávida do ex-namorado dela.

— Pai... — começou Kelly — Eu amo a Laura, e quero ajudá-la a criar esse filho.

Rafael levantou-se do sofá e disse:

— Eu não quero saber se você ama ou não essa tal de Laura, minha filha. Eu só sei que acho isso muito errado e não criei uma filha para ser assim.

Rafael saiu da sala e desceu a escada rapidamente. Kelly começou a chorar diante da declaração dele, e a sua mãe a abraçou tentando consolá-la.

— Minha filha, não fique assim.

— O meu pai nunca vai me aceitar assim, mãe.

— Ele está com a cabeça quente agora e precisa de um tempo para pensar, mas logo vai apoiar o seu namoro, Kelly.

Kelly continuou a chorar, porque sabia que o pai não gostava de voltar atrás em suas decisões. Mas e agora? Ela continuaria com a Laura mesmo o pai não aceitando o seu namoro? Era algo a se pensar.

As aulas haviam terminado no colégio, e antes de ir embora, Leozinho aproximou-se de Bruna para conversar sobre o que tinha ocorrido na sala.

— Como você está, Bruna?

A garota estava um pouco sem graça, mas respondeu:

— Bem... E te agradeço por ter enfrentado todo mundo, mas não faça isso mais, por favor.

— O quê? Como assim? Eu só quis te ajudar, Bruna.

— Eu sei, mas não precisa se preocupar. Eu já me acostumei com isso, porque também faziam piadinhas de mim no outro colégio.

— Não, Bruna. Você não pode se acostumar com essas palhaçadas que eles fazem. Você tem que reagir, não digo fisicamente, mas tentar valorizar o que você é e parar de ouvir o que os outros dizem. Só assim, todos eles vão desistir de te zoarem.

— Você já passou por isso?

— Eu já ouvi muita gente dizendo que eu era atrapalhado, esquisito e gaguinho, mas olha... Eu parei de ouvir toda essa gente e acreditei que podia ir muito longe se me valorizasse. Foi fácil? Não... Mas eu não desisti, e você também não pode desistir de ter uma atitude diante de tudo isso.

— Obrigado. — disse ela, ficando emocionada — Ninguém nunca me disse algo assim...

Os dois deram um abraço bem forte. Nisso, Bruna nunca tinha sentido um abraço tão verdadeiro de alguém no colégio. Neste mesmo momento, Marcinha estava caminhando para ir até o irmão, e resolveu parar, porque não queria atrapalhá-los.

NATIESE - Uma patricinha em minha vida 2 (SEGUNDA TEMPORADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora