Capítulo 5

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Betão pegou um pouquinho de chuva e foi correndo até o portão de sua casa, que estava com a luz acesa anunciado que a sua mãe estava presente. Assim, ele ficou mais despreocupado e destrancou a porta.

— Mãe, cheguei.

Ele não ouviu a voz de Heloísa. Começou a ficar preocupado, mas a encontrou no quarto fumando um cigarro em cima da cama e ouvindo uma música baixinha no rádio. Também estava com uma cara de choro. O que teria acontecido com a sua mãe? Betão, então, sentou-se na beirada da cama e a questionou:

— Mãe, aconteceu alguma coisa?

— Não, meu filho. — disse ela com uma voz rouca — Não aconteceu nada.

— Mas a senhora está com cara de choro.

— Sim... Mas não quero te preocupar com os meus problemas.

— Mãe, a senhora sabe que pode contar comigo sempre.

— O meu namorado, o Wallace, foi encontrado morto na casa dele com um tiro na cabeça... A mãe dele me ligou avisando.

— Morto? Como assim?

— Eu não sei... Ele disse que estava devendo muito... Creio que vieram para receber e ele não tinha como pagar.

— Ah, mãe, foi melhor assim... Eu já escutei o pessoal dizer que ele mexia com drogas igual aquele tal de Sandro que está foragido da polícia.

— Sandro?

— Sim. Aquele que tentou agredir a minha namorada.

— Não conheço. Mas deixa isso para lá... Como foi a festa? — perguntou ela, tragando um pouco do cigarro.

— Foi muito legal. Nós até brincamos de verdade ou desafio depois.

Ela deu um sorriso e comentou:

— Eu já brinquei muito disso... Eram bons tempos.

Ele saiu da beirada da cama e perguntou:

— A senhora já jantou?

— Não. Eu estou sem fome, filho.

— A senhora não pode ficar sem comer por causa desse bandido do Wallace.

— Não fala assim, Betão...Apesar de tudo, ele era bom para mim.

Ele balançou a cabeça em negativa e perguntou:

— Por isso que dizem que o amor é cego, né? — pensou um pouco — Vou para a cozinha preparar uns sanduíches de queijo para nós dois.

Betão foi para a cozinha pensando naquela situação. A sua mãe tinha uma pequena lanchonete na cidade e bebia muita cerveja. Ainda não sabia se ela usava drogas, mas estava começando a ficar desconfiado de que Heloísa pudesse estar usando por estar muito estranha ultimamente. Não comia como antes e sempre ficava deprimida.

O dia amanheceu. Natalie acordou, vestiu um short e uma blusa de manguinha, e abriu a janela do quarto, sentindo aquele cheirinho de terra molhada. Tinha chovido a noite inteira.

Natalie saiu de perto da janela e observou a Priscilla dormindo na cama. Adorava ficar a admirando e ficou pensando na primeira vez que viu Priscilla no colégio. Ela achava as roupas da garota muito brega e com muita cara de lésbica. Porém, disfarçou que havia percebido esse último fato, mesmo com Kelly dizendo que a Priscilla parecia mesmo ser uma lésbica, pois tinha medo de se entregar.

NATIESE - Uma patricinha em minha vida 2 (SEGUNDA TEMPORADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora