Capítulo 3 - Convite

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Algumas semanas passaram tranquilamente. Lua Branca já se acostumara à rotina: cuidar de Pintado, assistir às aulas e ajudar a avó na Dons da Terra e com os afazeres de casa.

Um dia, ela estava no refeitório da universidade almoçando quando Erick se aproximou.

– Boa tarde. Posso me sentar com você?

– Boa tarde, Erick. Claro que pode.

Erick se sentou em frente a Lua Branca e começou a comer.

– Não vai se sentar com seus amigos hoje?

– Adam não veio à aula hoje. Ele não estava se sentindo bem, mas não é nada grave.

– Vejo que Stephanie veio e, aliás, ela não tira os olhos daqui.

Stephanie estava sentada a poucas mesas deles e, como em quase todos os dias, encarava Lua Branca.

– Ela deveria estar pensando que eu almoçaria na mesma mesa que ela. Deve estar furiosa por estar lá sozinha e não ter toda a atenção para ela. – Erick riu.

Lua Branca olhou para ele e sorriu.

– Você está sabendo da festa no sábado? – perguntou ele.

– Acho que ouvi alguma coisa, mas não sei exatamente onde será.

– É uma festa que as fraternidades dão todos os anos para que os candidatos a entrarem nelas possam ser escolhidos. A cada ano tem um tema diferente. Este ano é a festa Preto e Branco, onde todos devem se vestir com roupas com essas cores.

– Interessante.

– Você vem?

– No sábado? Preciso ajudar minha avó na loja e, também, não posso voltar tarde para casa. Meu pai não gosta que cheguemos muito tarde.

– A festa será na parte da tarde e você pode voltar cedo para casa. É a oportunidade de conhecer novos alunos, pois quase todos virão.

– Não sei, Erick. Realmente preciso ajudar minha avó.

– Ao menos peça a eles. Será apenas um fim de semana. Eu gostaria muito que você viesse porque será uma chance de nos conhecermos melhor. – falou Erick pegando na mão de Lua Branca.

– Eu vou conversar com meu pai e minha avó, mas eu não posso prometer nada. – falou Lua Branca sem graça.

– Ótimo!

Erick tirou sua mão de cima da mão de Lua Branca e sorriu para ela. Lua retribuiu o sorriso.

– Eu já vou indo para a aula. – falou Lua Branca empurrando a cadeira para trás com o corpo. – Depois nos falamos.

– Eu vou ficar aguardando a sua resposta.

– Assim que eu souber de algo, eu te aviso.

– Estarei esperando ansiosamente.

Lua Branca se levantou, colocou a bandeja sobre o balcão e foi para a aula. Assim que a aula terminou, foi para casa. Parou o carro perto da entrada, guardou suas coisas em seu quarto e foi a pé para a Dons da Terra.

Noite Estrelada abrira a Dons da Terra ali há muitos anos. Ficava em uma casa de madeira com telhas cinzas cobrindo seu telhado. Na frente, uma escada de três degraus de madeira que dava em uma varanda também de madeira, a qual ficava em sua maior parte escondida por plantas dispostas em um jardim que a circundava entre o parapeito e a varanda.

Lua Branca encontrou a avó em uma cadeira de balanço que ficava na varanda, perto da entrada. Lua Branca subiu a escada e sentou-se no último degrau da escada, perto de sua avó, se encostando no corrimão de madeira.

A Xamã e o Lobo [AMOSTRA]Onde histórias criam vida. Descubra agora