Lua Branca acordou e sentia fome. Pegou o celular e assustou-se com o horário. Era terça-feira e ela havia dormido direto desde o dia anterior. Noite Estrelada entrou em seu quarto trazendo uma bandeja com uma xícara de chá e torradas com manteiga. Lua Branca se sentou na cama e colocou o travesseiro em suas costas.
– Você está melhor, filha? – perguntou Noite Estrelada entregando a bandeja para Lua Branca e sentando-se na cama.
– Sim, vovó. Não deveria ter me deixado dormir tanto sem comer nada.
– Você comeu. Não se lembra?
– Não, vovó!
– Eu lhe trouxe uma canja perto da hora do almoço e outra na hora do jantar.
– Não me lembro de nada, vovó! – falou Lua Branca preocupada.
– Você teve bastante febre e chegou a delirar, falando em voz alta.
Lua Branca olhou assustada para Noite Estrelada. O que será que eu disse?
– Sobre o que eu falei?
– Sobre um lobo na floresta. Com certeza estava delirando, não?
Noite Estrelada olhava desconfiada. Ela achava que Lua Branca andava um pouco estranha há alguns dias.
Lua Branca levou a mão até o cordão em seu pulso e o segurou.
– Eu encontrei esse cordão com um pingente de lobo na floresta perto da cachoeira. – falou Lua Branca estendendo o braço e mostrando o cordão.
Noite Estrelada segurou o braço de Lua Branca e olhou o pingente bem de perto, analisando-o cuidadosamente.
– Parece ser algo bem antigo. Do tempo que nosso povo foi massacrado.
– Sério, vovó? Mas estaria tão conservado assim?
– Não sei, filha. Teremos que verificar com mais calma.
– Combinado, vovó. Agora, vou me arrumar. Ainda preciso ver o Pintado e lhe ajudar com o café da manhã antes de ir para a aula.
– O café da manhã já está pronto. Não se preocupe. Vá ver o Pintado e, depois, para a aula.
– Obrigada por tudo, vovó. – falou Lua Branca abraçando-a.
– Sempre que precisar, filha. – falou Noite Estrelada dando um beijo na testa de Lua Branca.
Noite Estrelada se levantou e saiu do quarto. Lua Branca levantou-se rapidamente, pegou uma toalha e foi ao banheiro tomar uma ducha. De volta em seu quarto, colocou uma calça jeans, uma bata bege e bota de couro. Pegou o material para a universidade, colocou a chave, o documento do carro e a habilitação na bolsa, e o celular no bolso da calça. Passou na cozinha e deu um beijo em sua avó.
– Vou ver Pintado e, de lá, direto para a aula, vovó. – falou Lua Branca abrindo a geladeira.
– Vai com a proteção do Grande Espírito, filha.
Lua Branca aproveitou que a avó estava de costas e pegou uma maçã e um bife, colocou cada um em um saquinho plástico e enfiou-os na bolsa.
– Até mais tarde, vovó.
– Até mais tarde.
Assim que Lua Branca se virou, Noite Estrelada ficou olhando-a sair pela porta.
– Essa menina está aprontando alguma coisa. – falou Noite Estrelada para si mesma.
Lua Branca foi até o carro e dirigiu até os estábulos. Lá, deu a maçã para Pintado e retornou para o carro. Foi até a entrada da floresta e correu até a gruta. Assim que ela entrou, o lobo levantou a cabeça, olhou para ela e abanou a cauda. Ela agachou-se e lhe acariciou a cabeça.
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A Xamã e o Lobo [AMOSTRA]
FantastikLua Branca mora em uma reserva Sioux nos Estados Unidos. Ela será a futura xamã de sua tribo e possui um grande poder de cura ainda não descoberto. Ela enfrenta os conselheiros de sua tribo para conseguir permissão de estudar medicina fora da reserv...