Da mi basia mille

Angus

Fergus entrou sem fazer muito barulho, mas não contava que sua mãe estaria na cozinha.

- O que foi Fergus, o que você está escondendo atrás de de você?

- Bem, nada de mais mamãe, disse meio sem jeito, é só que ele me seguiu o caminho todo desde que sai do colégio.

- Quem te seguiu? Claire tentava olhar por trás das mãos do seu filho mais velho.

- É só um filhote.

- Um filhote?

- Sim, ele é muito esperto, pois me seguiu na metade do caminho para a escola e depois ficou esperando a minha saída e me acompanhou até em casa. Respondeu afagando as orelhas do pequeno cachorro.

- E o que você fez para ele ficar te esperando? Questionou Claire.

- Dividi meu lanche com ele, Fergus ergueu os olhos brilhantes e tentou seu melhor sorriso, mostrando seus grandes dentes brancos. - Deixa eu ficar com ele por favor, eu prometo que vou cuidar dele.

- Sei, cuidar igual você cuida do seu quarto? Claire levantou uma sobrancelha e cruzou os braços acima do peito, causando um leve rubor nas bochechas de Fergus.

- Bem isso é só um detalhe, eu posso ser mais responsável a partir de agora e me comprometo a cuidar dele e de arrumar meu quarto também.

Nesse momento Bree entrava na cozinha . - Oba nós vamos ter um cachorrinho, ele é tão lindo. Bree já acariciava o pequeno filhote, - Olha Júlia, nós temos um cachorrinho,ele já tem nome Fergus, onde você o encontrou, os três Frasers sob o olhar atento de sua mãe rodeavam o filhote que esbanjava carisma e lambidas.

- Au au, deixa eu ver, o pequeno Willian tentava alcançar os irmãos mais velhos. Claire pegou o pequeno no colo e respondeu categoricamente. - Não!

Os três mais velhos a encaravam. - Ah mamãe, vamos lá, nós prometemos cuidar dele, não é meninas, disparou Fergus. - Sim, as meninas responderam em uníssono, nós ajudamos a cuidar dele. Dois sorrisos banguelas encaravam sua mãe com ar de expectativa .

- Vocês já se deram conta que ele pode ter um dono que está nesse momento procurando por ele.

- Mas ele não tem coleira , observou Júlia.

- Se eu perguntar na vizinhança e ele não tiver dono podemos ficar com ele, Fergus já se preparava para sair correndo pela porta quando trombou com seu pai.

- Ei rapaz, onde vai com tanta pressa?

- Papai! Bree se atirou nos braços do pai, que a pegou no colo rapidamente lhe dando um beijo na bochecha , - Papai, podemos ter um cachorrinho.

- Au au Da! Willie batia com as mãos agitando seus irmãos que abandonaram as investidas de aceitação por parte de sua mãe e as direcionaram ao seu pai.

- Por favor papai, podemos ficar com ele?

- Eu já disse que não! A voz de Claire soou mais alta que as vozes infantis de seus filhos.

- Ah mamãe, Bree ficou emburrada no colo de seu pai.

- Já tem bagunça demais nessa casa, vocês não acham?

- Mas nós iremos cuidar dele, deixa vai. Fergus tentava a todo custo convencer seus pais.

Uma pequena discussão começou e Jamie se viu no meio de um cabo de guerra entre a esposa e os filhos. - Sassenach, podemos conversar?

Após algum tempo de diálogo os pais chegaram a um acordo.

- Tudo bem! Mas antes devemos ver se ele não pertence a alguém da vizinhança, e depois devemos levá-lo ao veterinário, Fergus correu e abraçou sua mãe, - Obrigada mamãe, eu vou agora mesmo perguntar por ai se ele pertence a alguém. Claire devolveu o abraço afagando os cabelos do filho.

- Podemos fazer alguns cartazes e distribuir por ai, o que vocês acham? - falou Júlia.

-Sim vamos fazer alguns agora mesmo. Os três correram para frente do computador imprimiram alguns cartazes e distribuíram pelo bairro.

Voltaram para casa exaustos e ansiosos, cada vez que o telefone tocava os quatro Frasers torciam para que não fosse algum dono procurando o cãozinho perdido. Depois de três dias de espera ninguém reclamou pelo filhote, e definitivamente já fazia parte da família.

- Qual nome vamos dar para ele, perguntou Bree.

- Auau!

- Auau não é nome de cachorro Willie.

- Ele parece um floco de neve, podemos colocar o nome dele de Olaf.

- Não, Olaf não, ele não é um boneco de neve.

- Ah! Que nome você quer dar então.

- Que tal Angus, Jamie entrou na sala onde seus filhos estavam sentados no chão disputando a atenção do filhote.

- Angus, eu gostei desse nome.

- Nós também, as meninas completaram.

- Então agora vamos levá-lo ao veterinário, devemos colocar uma coleira, dar as vacinas e comprar uma casinha também.

- Ele pode dormir no meu quarto?

- Não ele vai dormir no meu, falou Bree.

- De jeito nenhum respondeu Júlia, o quarto não é só seu, eu não quero um cachorro no meu quarto.

Bree fez careta e mostrou a língua para sua irmã.

-Auau é meu, domi comigo.

-Ele vai dormir na casinha e na cama dele, falou Claire.

O que temos aqui, perguntou a veterinária, afagando as orelhas do cachorro.

-Esse é o Angus, eu o encontrei a alguns dias abandonado na rua...

- E agora ele é nosso, completou Bree, interrompendo Fergus.

- É um belo cachorro crianças é um West Higland White Terrier.

- Tudo isso de nome pra um animal tão pequenininho, as meninas franziam os narizes enquanto prestavam atenção as instruções da veterinária.

- Sim, os cãezinhos dessa raça são muito ativos e corajosos, são amigáveis e super independentes , como os antigos Higlands das Terras Altas.

- Viu papai , ele combina muito com a nossa família, disparou Bree.

- Sim, combina mesmo, - o quanto ativo ele pode ser Doutora, pois temos um quarteto cheio de energia aqui.

- Bem Senhor Fraser, vejo que ele estará no lugar certo, essa raça é bem alegre e vejo que ele já se dá muito bem com as crianças.

Voltaram pra casa com o novo integrante vacinado e ostentando uma linda coleira com seu nome.

No meio da madrugada o cachorro pulou na cama de Jamie e Claire se aconchegando confortavelmente entre os pés do casal.

- Onde você disse que o cachorro iria dormir mesmo Sassenach? Jamie sussurrou no ouvido de sua esposa.